T03 Ep02 O caso Canibais de Garanhuns
O Caso
Desde que o Homem surgiu na face da Terra, lá onde hoje é a Africa
Oriental, há mais ou menos 150 a 200 mil anos atrás, chamado Homo habilis, isso
na Idade da Pedra, o primeiro hominídeo capaz de utilizar o que entendemos como
ferramentas, não só nossa capacidade de socialização amadureceu, mas tambem a
noção do que é tabu.
Voces sabem que há um
consenso sobre a divisão periódica da História. Ou pelo menos, uma que a
maioria dos historiadores aceita. Entao aprendemos que a periodização clássica
é Pré Historia (que seria o periodo humano antes do surgimento da escrita),
Idade Antiga, Média, Moderna e Contemporanea e que dentro desses períodos tbm
há subdivisões.
Na Pré Historia temos
3. O paleolítico, mesolítico e o neolítico. E justamente entre os dois
primeiros períodos nossos ancestrais surgiram. E é ai que as pinturas
rupestres, no fim do paleolítico, aquelas figuras que o arqueólogos encontram
em cavernas, rochas, que vimos as primeiras representações de canibalismo.
Como toda comunidade,
evoluímos do homem habilus, pro erectus, pro neanderthal, homo sapies e
chegamos em nós, o sapiens sapiens, aquele que sabe que sabe. E com toda essa
evolução, o que antes era uma pratica normatizada, virou tabu.
Diversas tribos humanas
praticavam canibalismo.
E eu acho importante,
interessante, esclarecer aqui 2 conceitos. Canibalismo e Antropofagia.
Muitas pessoas
confundem os dois ou acham que é a mesma coisa e não é. Canibalismo segundo o
dicionário, é o comportamento, o ato de comer a carne de sua própria especie.
Seja ela qual for.
A antropofagia é comer
a carne humana, especificamente. Entao quando um homem come outro ser humano
ele é um canibal e um antropófago.
Mas os conceitos e os
objetivos são diferentes. O canibalismo sempre esteve ligado, o conceito é
sobre comer a carne da mesma especie para sobreviver, por escassez, por falta
de opção, é algo biológico. É algo relacionado a necessidade de sobrevivência
ou a vontade de consumir. A vontade de se alimentar da carne humana.
Já a antropofagia tem a
ver com ritual. Voce come a carne humana para, ou com o objetivo de ao comer,
as qualidades daquela pessoa, serem transferidas para quem a consome. O cunho
do ato é religioso. Seja para voce adquirir inteligência, força, agilidade ou
para purificar.
Eu acho importante
explicar os conceitos, a diferença, porque apesar do caso, desse caso, ser
conhecido como Canibais, a motivação deles, é antropofágica. Não
canibalista.
A Mesoamerica e tbm
aqui no Brasil, muitas tribos indígenas eram antropofágicas. O inimigo
capturado, que a tribo vencedora considerava ser um bom guerreiro, era
consumido, porque aquela seria uma forma de que quem o comesse, tbm seria um
bom guerreiro. E foi justamente na América, depois da chegada dos Europeus, que
essa pratica se tornou um tabu, proibida. Ela passou a ser vista como algo
selvagem, repulsiva, que precisava ser
banida.
E eu não estou dizendo
com isso que deveria ser uma pratica ainda normatizada. Só estou relatando um
fato histórico, pelo amor de Deus pessoas.
E assim chegamos em
Pernambuco, no agreste Pernambucano, na cidade de Garanhuns, no ano de 2012.
Mas a história não
começa em Garanhuns. Ela começa em Recife, há 230 km da pequena cidade do Agreste
pernambucano.
Em 1961, na capital do
estado de Recife, nascem Jorge Beltrão Negromonte da Silveira e Isabel Cristina
Torreão Pires.
Jorge Beltrão, ou
Monte, como era conhecido, nasceu no dia 14 de dezembro de 1961. Filho de
Antonio Negromonte da Silveira e Zélia Beltrão Negromonte da Silveira. Jorge
teve uma infância normal, estudou sempre em boas escolas e tanto com ele,
quanto seus irmãos, sempre tiveram dos pais, o necessário para viverem e
crescerem bem. Dos 7 aos 12 anos, Jorge foi para Portugal, terra dos seus pai,
para estudar, enquanto morava com uma tia. Ele era um apaixonado por esportes e
no ensino médio, decidiu que faria faculdade de Educação Física. Começou a
treinar karate e ficou apaixonado, chegando a ser faixa preta e dando aulas de
karate. Prestou vestibular para a UPE
(Universidade de Pernambuco) e passou para Educação Fisica com uma ótima
classificação.
Isabel Cristina Torreão
Pires, nasceu no dia 12 de maio de 1961, filha de Francisco Pires Braga e Maria
Elisabete Torreão Pires. Sua vida, infância e adolescência, foi completamente o
oposto da vida de Jorge. Seus pais eram muito pobres e a vida era uma questão
de sobrevivência. Eles passavam muita necessidade. Isabel nunca gostou de
estudar, não terminando nem o ensino fundamental. Pra tentar ajudar em casa,
começou ainda adolescente a preparar salgados para vender na rua.
Os dois se conheceram
em 1984. Começaram a namorar, noivaram Jorge estava começando a faculdade.
Isabel, não sabia como seria o seu futuro.
Depois de formado,
Jorge, começou a dar aulas em academia de musculação e de karate.
O casamento não demorou
pra acontecer, mas no dia da cerimonia, Jorge teve uma crise psicológica tao
forte que assustou todo mundo presente. Isabel chegou a correr e se esconder na
casa de um vizinho. Eles ficaram casados por 30 anos.
E durante esses 30
anos, por diversas vezes ele foi internado em hospitais psiquiátricos. Usava
remédios controlados. Em Garanhuns, ele frequentava o Centro de Atenção
Psicosocial para atendimento e acompanhamento, o CAP tratava pessoas com
doenças mentais. Ele chegou a entrar com pedido de aposentadoria no INSS por
esquizofrenia paranoide.
O que é esquizofrenia?
E a paranoide? É uma doença mental?
A esquizofrenia é um
transtorno mental inserido nas psicoses, que é quando o individuo tem um
rompimento com a realidade, ele cria uma realidade paralela, com alucinações,
delírios, distorções do que é o não real.
O esquizofrênico
geralmente possui alucinações, um comportamento desorganizado, alterações de
humor, fobias, pode apresentar dificuldade para trabalhar, são varias as
caracteristicas, que, lembrando sempre, que só um profissional especializado,
um psiquiatra, um psicólogo, consegue fazer diagnósticos.
A esquizofrenia possui
alguns tipos, entre elas a paranoide, que é o tipo mais comum, apresenta
delírios persecutórios, alucinações, uma desconfiança exacerbada, percepção de
que esta sempre sendo vitima de conspirações, fala confusa, escrita confusa e
muitas pessoas com o transtorno não conseguem manter relacionamentos estáveis.
Ainda relativamente
jovens, Jorge e Isabel protagonizaram um filme caseiro, chamado Espirito, de
quase 1 hora de duração. Helen, a personagem do filme, é atormentada pelo
espirito do marido falecido. Durante o filme, um amigo vai visitar Helen e esse
homem interpretado por Jorge, acaba arrancando os olhos dela e comendo.
Jorge foi acusado de
matar Luciano Severino da Silva, de 17 anos, em Olinda. Era março de 1994.
Luciano estava com a namorada em uma sorveteria quando começou um arrastão. Ele
correu e entrou em uma rua na tentativa de fugir. Na rua, um homem bêbado,
armado, sacou a arma e matou Luciano com tiros nas costas. Várias testemunhas,
parentes de Luciano disseram que Isabel estava no local do crime mas por falta
de provas, Jorge foi absolvido em outubro de 2010.
E não foi só desse
crime que Jorge foi acusado.
A família dele, irmãos,
acabaram se afastando completamente dele depois de, de acordo com o que eles
relatam, Jorge ter dado um golpe na mãe para tirar dinheiro dela. Em 2007, ele teria conseguido sacar R$ 80 mil
da conta de um dos irmãos, mas que era mantida pela mãe deles.
Irmãos de Jorge, Irineu e Emanuel |
O dinheiro teria sido
usado para comprar a casa que ele e Isabel moraram em Olinda.
Mas, mesmo com essas
acusações de furtos de dinheiro e extorsão, a família não o denunciou as
autoridades. Optaram por somente excluírem Jorge da família.
O casal, morou em
Natal, no Rio Grande do Norte. Jorge começou a trabalhar no Clube Naval como
professor de educação fisica e lá, conheceu aquela que completaria o trio:
Bruna Cristina Oliveira da Silva.
Bruna, nasceu em Natal
no dia 29 de setembro de 1986, filha de José Antonio das Neves da Silveira e
Denise Francisca Oliveira da Silva. Era 2002 e Bruna tinha somente 16 anos.
Estava no ensino médio e já trabalhava como professora de reforço.
Jorge dava aulas de
caratê e Bruna virou sua aluna. Ela ficou apaixonada. E um dia, enquanto os
dois voltavam juntos da academia, Bruna beijou Jorge, por iniciativa própria.
Ele contou que era casado, que vivia com Isabel, a quem ele chamava de Bel. Os
dois estavam casados somente no civil. Eles tinham uma relação carinhosa, mas
não viviam mais como marido e mulher. E Bruna diz, que Jorge chegou a dizer que
Bel estaria namorando.
Os dois ficaram meses
namorando. Ele com 40 anos, ela com 16. Mas os pais de Bruna descobriram sobre
o namoro e não gostaram nada. E em face da proibição dos pais, Bruna fugiu de
casa. Abandonou não só a casa em que foi criada, mas a família, a escola, o
trabalho, os amigos.
Em 2005, o agora trio,
mudou-se para Recife.
E por mais, talvez,
estranho, possa parecer, Isabel aceitou outra mulher não so morando na casa
dela, mas morando e vivendo como companheira do seu marido. A convivência deles
era muito amigável.
Em todos aqueles anos
de casados, Isabel tentou muito engravidar. Por 2 vezes ela sofreu abortos e
todas as tentativas, os tratamentos, as idas a médicos, deixou Isabel arrasada.
O sonho deles era serem pais e eles não conseguiam. Em Bruna, que Jorge só
chamava de Pretinha, os dois achavam que Jorge iria realizar o sonho de ser
pai. Mas não foi o que aconteceu.
Jorge e Isabel tentaram
adotar uma criança alguns anos antes. Mas, na época, o processo criminal do
caso do assassinato de Luciano ainda estava aberto e com isso, a adoção não foi
aprovada.
Não sabemos se tudo não
começou ai. Se o problema da provável infertilidade de Jorge, acabou ocasionando
a ideia macabra que ele teria: a seita Cartel.
Jorge, Isabel e Bruna
foram morar perto da Avenida Colibri, em Rio Doce, na cidade de Olinda. E nessa
casa, na Rua A, numero 1272, que a seita Cartel, formada pelos 3, começou a
realizar o que eles chamavam de missões e nós chamamos de assassinatos.
Era preciso limpar o
mundo e diminuir a densidade demográfica. O aumento populacional estava
descontrolado e eles iriam ajudar a diminuir. As vitimas seriam mulheres,
jovens, solteiras, sem emprego, com filhos, mas pobres. Cada ciclo, 3 mulheres
precisariam ser mortas. E esses ciclos possuíam um ritual. O sangue delas não
poderia nunca ser usado porque era impuro. O primeiro golpe precisava ser no
pescoço, assim a morte era mais rápida. Mortas, Jorge puxaria os corpos até o
banheiro pro sangue escorrer. Isabel e Bruna lavariam os corpos sem vida, a
pele deveria ser completamente removida antes de começar o esquartejamento.
Jorge cortaria as
partes porque cada uma possuía um significado dentro do ritual da seita. A
cabeça era Deus. Os membros inferiores, eram o fogo e a terra e os membros
superiores, era agua e ar.
Por fim, a
antropofagia. O corpo precisava ser comido para que as vitimas fossem
purificadas.
A carne das vitimas era
congelada. O coração era enterrado junto ao resto do corpo não aproveitado, na
cova aberta por Jorge nos quintais das casas onde aconteceram os crimes.
Jéssica Camila da Silva
Pereira tinha 17 anos em 2008 e tinha uma filha de um pouquinho mais de 1 ano,
chamada Vitoria Tainá. A adolescente morava em uma favela, uma comunidade
carente no bairro de Boa Viagem, no Recife e vivia de pedir esmola nos sinais
de trânsito com a filha no colo e as vezes, tambem com a criança, vendia doces
na rua.
Ela morava com o pai,
Emanuel Pereira, de 57 anos. Era analfabeta e não tinha emprego formal. Era a
vitima que o trio queria.
Emanuel, pai de Jéssica |
Além de tudo, a relação
de Jéssica e do pai, era muito ruim. Eles estavam constantemente brigando.
Isabel conheceu Jéssica
na rua. A aparência frágil, fala mansa, cabelos já brancos, de Isabel, davam a
ela a imagem necessária para por em prática os planos de Jorge.
A esposa era a
responsavel por atrair o perfil de vitimas que Jorge queria: mães solteiras,
pouco estudo, desempregada. E para que elas fossem atraídas sem que
desconfiassem de nada, o subterfugio usado seria a oferta de um emprego como
empregada doméstica.
Em depoimento, eles
dizem que não eram eles que escolhiam quem seria, mas uma entidade. Ao passarem
perto da pessoa, a entidade dava o sinal avisando que aquela era a mulher
escolhida.
Isabel aborda jessica e
conta sobre as dificuldades que enfrentava tendo que cuidar de casa já tendo
idade e sozinha e pergunta se Jéssica gostaria de trabalhar pra ela. Pagaria
bem, ofereceria um quarto e ela poderia ficar com a filha dela junto. Porem
Jéssica disse que precisava falar com o pai.
Em abril de 2008, a
Isabel foi ate a casa de Jessica. Com uma Biblia embaixo do braço, bem vestida
e sofrida. Conversou com ele sobre a proposta que tinha feito a Jéssica, que
morava com o marido, estava velha, cansada e precisava muito de alguem que a
ajudasse. Emanuel, relata na policia, que Isabel ficou insistindo, ofereceu um
salario e meio de pagamento e jurou que a neta dele seria bem tratada, mas ele
ficou muito desconfiado da insistência dela e respondeu que a neta dele não
iria embora da casa dele. Mas mesmo com o pai não aprovando e preocupado com
aquela insistência daquela senhora em levar Jessica com ela, a menina decidiu
ir. Uma semana depois, Jéssica arrumou suas coisas e fugiu de casa para o
endereço que Isabel deu, em Olinda.
Jessica morou por 4
meses na casa. Ela fazia todos os trabalhos domésticos. Enquanto sua filha
ficava sob os cuidados de Bruna. Ela foi proibida de sair de casa. Ela era
mantida em um quarto sem janela, longo, porem apertado. A convivência já não
era tao boa e Jessica ligou para uma tia dizendo que queria voltar para casa.
Mas não deu tempo.
tia de Jéssica |
Quando Jessica disse
que iria embora , o momento da sua morte
foi decretada e concluída. Ela foi golpeada no pescoço com uma faca. Único
golpe. A pele foi inteiramente removida do corpo. Depois de matarem Jessica,
sua carne foi congelada e consumida para que ela fosse purificada. E não só os
3 comeram. A pequena Vitoria, sem saber de nada, comeu a carne da própria mae,
assassinada por aqueles que ela passou a acreditar serem sua mae e seu pai.
Varias partes do corpo foram espalhadas pela casa. Os dedos das mãos foram
escondidas dentro de paredes da casa.
Com a certidão de
nascimento de Jessica, Bruna conseguiu tirar novos documentos, assumindo a
identidade da vitima. Sendo Jessica, ela e Jorge foram a um cartório e
registraram a menininha como filha deles, ela passou a se chamar Emanuelle
Victoria Pereira Negromonte.
Durante os 4 meses,
Emanuel procurou pela filha. Foi a hospitais, andou pela rua perguntando por
ela e pela neta, foi ao IML. Porém, não encontrou.
Logo após o
assassinato, os agora 4, foram embora de Olinda. Passaram por diversas cidades,
Joao Pessoa e Conde na Paraíba, São Joao, Petrolina, São Jose do Egito e por
fim, Garanhuns, todas cidades de Pernambuco.
Quatro anos depois, eles
fariam uma nova vitima.
O trio já estava
morando em Garanhuns, na Rua dos Emboadas, 598, Jardim Petropolis, na periferia
de Garanhuns.
O único que trabalhava
na casa era Jorge. Mas, as vezes, para ajudar em casa, Isabel continuou fazendo
os salgados que começou a fazer ainda na adolescência, para ajudar os pais.
Isabel preparava
coxinhas, empadas e saia na rua para vender no comercio, nas praças, hospitais,
clinicas, delegacia. A senhora já cansada da vida, oferecia seus salgados por
toda a cidade.
E novamente, andando
pela rua, Isabel ouve a entidade.
Giselly Helena da Silva,
tinha 31 anos e trabalhava nas ruas de Garanhuns distribuindo panfletos. E ela
acabou ficando tão conhecida na cidade, que era chamada de Geisa dos Panfletos.
Era mãe, evangélica e muito mas muito trabalhadora e esforçada.
Ela ia sempre no CAPs,
participar de palestras dadas aos pacientes e frequentadores, como parte do que
ela acreditava ser a missão dela dentro da igreja, falar de Jesus e ajudar na
vida das pessoas.
E foi no CAPs que ela
conheceu Jorge, como eu disse ele era atendido lá e ia a essas palestras. Entao
uma vez ou outra eles conversavam. Um dia, ele pediu o numero de Giselly pra
repassar a namorada dele, Bruna, porque ele achava que elas podiam ser muito
amigas, já que eram muito parecidas. E elas realmente passaram a se comunicar
com muita frequencia. Coisa de amigas mesmo. Ao ponto de Giselly se sentir
confortável em desabafar com Bruna, como por exemplo, ao contar a suposta
amiga, que há muito tempo atrás, antes de encontrar Jesus, havia tentado matar
o filho e agredido a um sobrinho, em um momento de desespero.
Só que Giselly tinha
escolhido a pessoa errada para fazer amizade. Ao invés de compreensão e
empatia, o que Bruna sentiu foi ódio. Como uma pessoa que dizia ter fé, poderia
ser tão má? Uma pessoa má não merecia viver. E por conta de um desabafo, a
sentença de Giselly foi dada.
No dia 25 de fevereiro
de 2012, Giselly foi até a casa na Rua dos Emboabas. Chegou mais ou menos as 3
da tarde. Isabel encontrou com ela na rua e convidou pra ir lá na casa. Ela foi.
Na denuncia do Ministerio publico, diz que quem convidou Giseli pra ir a casa
foi Isabel. No livro, que tbm foi usado como fonte nesse roteiro, Os canibais
de Garanhuns, do Raphael Guerra, diz que foi Bruna.
Fato é que Giselly entrou na casa e ficou conversando com Bruna. Pregou a palavra, deu conselhor.
Isabel saiu. Foi na casa da irmã. Jorge estava escondido no quintal. Quando
somente Bruna e Giselly estavam na sala, Jorge, com uma peixeira, ataca Giselly por tras, esgorjando a vitima. Eu já expliquei pra vcs, no caso do triplex o
que significa esgorjamento, mas vale relembrar. Esgorjar é cortar o pescoço de
forma profunda, a parte anterior, da frente do pescoço, quase decapitando a
pessoa.
Ela foi levada pelo
Jorge e pela Bruna até o banheiro pra que o sangue escorresse no ralo. Os dois
passam a esquartejar o corpo logo após o sangue esvair por completo. Tiraram
carne das coxas, pernas, braços, nadegas e o fígado. Essa carne foi consumida
por todos nos próximos 3 dias. Foram mais ou menos 10 kg de carne da vitima ,
congelada no freezer. Em um buraco que
Jorge já tinha aberto, o restante foi enterrado no quintal.
Com Giselly já morta,
eles furtaram uma maquina fotográfica Sony, os 3 cartoes da Caixa que ela
levava, um cartão de credito, o titulo de eleitor, CPF, um cartão Mastercard e
dois telefones celulares.
Dois dias depois do
homicídio brutal, Bruna e Jorge foram as compras. Eles foram a 5 lojas. Na
primeira, gastaram R$ 75 reais, na Casa das Missangas. Em uma loja infantil,
gastaram R$ 110 em 2 bolsas, uma de couro preta, feminina e uma mochila
escolar. Depois, foram a Chico Bijuterias e gastaram R$ 44. A próxima loja,
Studio C, eles compraram uma pen drive e uma caixinha de acrilio, gastaram o
total de R$ 51,80. Na ultima loja foram onde mais gastaram. R$ 290,80 em uma
loja de Celulares. Bruna assinou os papeis da compra no cartão, que naquele
tempo ainda se assinava o comprovante do cartão que saia da maquina, como sendo
Giseli. Nas lojas em que foi pedido o RG dela, Bruna, fingia que procurava o
documento solto dentro da bolsa e não encontrava. Como as lojas estavam com
mais pessoas e como ela demorava muito tempo, as vendedoras acabavam
dispensando então o RG pra agilizar o atendimento das outras clientes.
Assim que Giselly não
voltou pra casa, a família reportou o desaparecimento. Eles fizeram cartazes, colocaram
carros de som pela cidade, pediram ajuda em todo canto, mas a primeira pista
concreta do que tinha acontecido, só surgiu quando pelo Correios, a fatura do
cartão de credito chegou.
Giselly desapareceu no
dia 25 de fevereiro. Quinze dias depois, outra moradora de Garanhuns desaparece
do mesmo dia.
Alexandra Falcão da
Silva, tinha 20 anos. Um dia, dentro do ônibus, uma senhora sentou ao lado dela.
Conversa vai, conversa vem, a senhora ofereceu a ela um emprego de babá na casa
dela. Ela pagaria um salario minimo e meio. Era uma ótima oferta.
Alexandra engravidou pela
primeira vez aos 16 anos. O sonho de ser psicóloga foi sendo adiado pela
necessidade de sustentar os 3 filhos.
As duas mulheres
trocaram números de telefone e Alexandra ficou de dar uma resposta.
Ao chegar em casa toda
animada, dona Selma, mae de Alexandra, não achou aquela oferta de emprego muito
confiável. Era um salario muito alto. Mas sua filha já fazia planos. Com esse
dinheiro poderia começar a contruir sua casa, poderia dar uma vida um pouco
melhor aos filhos.
Alexandra aceitou e
ficou combinado o dia 12 de março de 2012 para começar.
No dia, Alexandra
acordou cedo, separou umas roupas, arrumou suas coisas, se despediu dos filhos,
da mae e saiu para, o que ela acreditava, trabalhar. Um pouquinho depois de
chegar na residência da senhora do ônibus, ligou para a mae dizendo que tinha
chegado e que estava tudo bem. Ela só seria encontrada dias depois, morta, aos
pedaços, dentro de uma cova rasa.
O combinado seria
Alexandra encontrar com Bruna em frente ao Colégio Estação da Criança perto da
Clinica do Sol, no bairro de Heliópolis e bem próximo a onde o trio morava. A Alexandra chegou de mototáxi. A Bruna estava
esperando na porta da escola e Isabel, estava em uma rua em frente,
espreitando, pra ter certeza de que tudo sairia bem. Ao ver o mototáxi, de longe,
Isabel ficou com medo de ser algum conhecido de Alexandra e liga pra Jorge. Era
melhor cancelar tudo porque a mulher estava acompanhada. Mas o medo passou
assim que o mototáxi foi embora e Bruna e Alexandra começaram a caminhar juntas
em direção a Rua dos Emboabas, descendo pela Avenida Pedro Cavalcante.
Logo que chegou em
casa, com Bruna, usando o mesmo modus operandi, escondido no quintal onde a
cova já estava aberta, Jorge aproveita um momento de distração e ataca
Alexandra por trás. Mas algo acabou saindo errado. Alexandra conseguiu se
defender e alcançou uma faca. Ela tenta atacar Jorge e Bruna pra tentar
escapar. Na tentativa, acaba cortando um dos dedos de Bruna e alguns dedos de
Jorge e o peito dele. Porem mesmo tentando desesperademente lutar pela sua
vida, Alexandra não conseguiu. Jorge a esgorjou.
Ela foi arrastada até o
banheiro para que todo o sangue do corpo fosse escoado e o processo de
esquartejamento começasse.
Tanto no assassinato de
Giseli quanto no de Alexandra, a menina, agora chamada por eles de Emanuelle,
ou Lelly, estava presente. Assim como, segundo os primeiros depoimentos dos 3,
ela tambem consumiu a carne das vitimas. E da sua própria mãe.
Os filhos de Alexandra,
acabaram precisando ser separados. Dona Selma não tinha condições de criar 3
crianças pequenas e uma delas, acabou indo ser criado em outra cidade, com
outros familiares.
Por alguma razão
inexplicada e depois negada, a carne das vitimas de Garanhuns, foi usada para
fazer os recheios dos salgados que Isabel vendia. Ela contou que a carne, que
pra ela tinha o gosto de carne de boi, foi temperada e usada nas coxinhas. E
que ela vendeu as coxinhas, em hospitais, no centro da cidade e ate na
delegacia e no fórum. Então, pessoas que talvez tivessem comprado e
trabalhassem ali, indiretamente, comeram a carne das vitimas dos canibais de
Garanhuns.
Logo após a família de
Giselly conferir o extrato do cartão de credito, levaram a fatura para a
delegacia. Compras tinham sido feitas dias depois do desaparecimento.
A policia fez
diligencias a todas as lojas listadas para saber se em alguma haveria gravação.
Em uma delas havia. Mostrava um casal pagando no caixa no exato momento que a
fatura mostrava. Com as caracteristicas físicas dos dois, a policia inicia a
procura pelos suspeitos apresentando foto tirada do vídeo de segurança pra que
alguem conseguisse identificar os dois.
Houve quem identificou
as pessoas como sendo um casal que ia sempre ao CAPs. Com essa informação em
mãos, a policia localiza o bairro onde eles morariam mas não encontram a casa.
Até que um policial de
folga estava fazendo compras em uma loja de material de construção. Um homem
entrou na loja perguntando sobre cimento de secagem rápida. A pergunta
despertou o interesse do policial civil, que quando viu quem era, reconheceu
como sendo o homem da foto do vídeo da loja. Ele na hora ligou para a equipe de
investigação. Os policiais seguiram Jorge até em casa. Com a foto,
identificação do suspeito e agora o endereço, o delegado solicitou um mandado
de busca e apreensão.
Jorge, no dia 28 de
março, 16 dias da morte de Alexandra, vai ao cartório da cidade e registra um
livro, chamado Reveleções de um Esquizofrenico, escrito por ele.
Nesse livro Jorge narra
a sua própria historia, suas tais alucinações, os delírios e como aconteceram
as mortes e porque aconteceram as mortes, mas de uma forma um tanto quanto
confusa.
Com o mandado de busca
em mãos, no dia 11 de abril de 2012, a
policia se dirige a Rua dos Emboabas, 598. Ao chegar na casa, os 3 adultos e a
criança estavam.
Localizaram em sacos
plásticos, os pertences de Giseli e Alexandra.
Foto de Gizelly encontrada na casa |
O delegado Wesley
Pereira apreendeu um diário pertencente a Bruna, onde ela falava sobre missões
e como no dia 03 de março, eles tinham eliminado a 2ª pessoa e já estavam se
preparando para a próxima. Eram Missão Um, A Bandista, Missao 2, a produtiva e
ainda havia Missao 3 e Missao 4 escritas, mas sem descrição, dando a entender
que as próximas 2 vitimas já estavam escolhidas.
No local, o delegado
mostrou uma foto de Giselly para Emanuelle. A menina a reconheceu e disse que o
pai, tinha mandado ela para o inferno porque aquela mulher era uma pessoa má. E
foi quando a criança apontou para um local no quintal.
Após horas de
escavação, os ossos das duas mulheres foram removidos para identificação no
IML.
Jorge culpada a doença
por ter feito o que fez. Não lembrava de nada. E que a seita Cartel existia
para purificar as pessoas.
As duas mulheres dizem
em depoimento que a seita só matava mulheres impuras e que eram mortas a
facadas e depois esquartejadas.
Segundo Jorge, eles
teriam feito 9 vitimas no total, entre Pernambuco e Paraiba.
Isabel e Bruna foram
presas temporariamente e enviadas para a Colonia Penal Feminina em Buique.
Jorge foi para o Presidio Desembargador Augusto Duque.
Depois da identificação
dos corpos, Alexandra, foi enterrada em Palmeirina, uma cidade próxima. Giseli,
foi velada na sua igreja Assembleia de Deus e enterrada em Arcoverde, uma outra
cidade de região.
Velório de Gizelly |
A casa foi invadida e
incendiada por moradores da cidade horas depois da policia levar os 3 presos e
da menor de idade, na época com 5 anos, ser encaminhada para uma instituição de
acolhimento.
A historia das coxinhas
de carne humana voaram pela cidade. Pessoas começaram a dizer que haviam
passado mal depois de comer a coxinha. A procura pela Vigilancia Sanitaria
disparou. As pessoas se desesperaram com a ideia de terem comido o salgado de
carne humana.
Moradores de outras
cidades, iam ate Garanhuns visitar a casa dos canibais. As vizinhas não
acreditavam que aquela senhora de voz mansa, educada mas de pouca conversa,
seria capaz daquilo.
A falta de preservação
da policia do local dos crimes começou a ser intensivamente questionada. As
pessoas entravam na casa queimada e levavam as coisas, inclusive, a fita do
filme caseiro, foi encontrado e levado por uma dessa pessoas, que depois
repassou para um jornal.
folha do livro de Jorge encontrado entre o resto queimado da casa |
A história saiu na
imprensa do mundo inteiro. No El Pais, da Espanha, na BBC de Londres, no Daily
Mail.... Todos falavam do caso dos assassinos canibais que distribuíram carne
das vitimas em recheios e venderam para a população. E como uma historia
macabra como essa não seria destaque? Quem imaginaria que houvesse alguem capaz
disso? E pior, 3 pessoas capazes disso.
Durante a prisão
temporária, Jorge e Isabel deram entrevista a uma afiliada do SBT. Jorge negava
lembrar de ter feito algo. Só tinha flashes das missões. Tudo tinha sido feito
por Bruna. Ela o levou a fazer o que diziam que ele teria feito.
Uma força tarefa foi
criada pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, cinco dias após a prisão
dos suspeitos, para investigar quantas
vitimas realmente, os canibais de Garanhuns teria feito e onde elas estariam
enterradas. Possiveis 5 vitimas foram
listadas, além dos nomes de Jessica, Giseli e Alexandra. A policia da Paraiba,
tambem se movimentou para investigar o tempo que os 3 moraram em João Pessoa e
na cidade de Conde.
O delegado Paulo
Berenguer levou os 3 presos até Rio Doce, em Olinda. O objetivo era descobrir
onde estava Jessica.
Todos foram para a Rua
A, 5ª etapa, em Rio Doce. Isabel aos prantos, Jorge e Bruna impassíveis. Eles
apontaram o exato local onde enterraram Jessica. Havia partes do corpo na
cozinha, no quintal, dentro dos tijolos de paredes.
Demorou 2 meses o
resultado do DNA sair confirmando que os ossos encontrados em Olinda eram de
Jessica.
Durante as
investigações, a policia ouviu outras 3 mulheres que supostamente estariam
sendo cogitadas para serem as próximas missões da seita.
A menor de idade,
estava em uma casa de acolhimento, um abrigo. Assim que soube, Emanuel, pai de
Jessica, procurou a policia com a certeza de que era sua neta. Três dias depois
ele teve autorização para ve-la.
Coletaram sangue dos
dois para exame de DNA e na primeira semana de maio, ele confirmou a relação
dos dois. Ele decidiu entrar com o pedido de guarda, mas a irma dele, Cosma de
Araujo, tambem quis pedir a guarda e entrou na justiça. Ela alegava que entendia
o irmão, mas que ela tinha melhores condições de criar a menina.
Em julho, a Justiça
concedeu a guarda para a tia avó. Por um tempo, ela sempre perguntava pela mãe,
que era Bruna e pelo pai, Jorge.
Os 3 foram indiciados
em duas cidades diferentes. Olinda e Garanhuns.
A primeira audiência de
instrução do caso de Jessica, aconteceu em outubro de 2012. Foi pedido exame de
sanidade mental, testemunhas foram ouvidas. Foi determinado que Jorge, Isabel e
Bruna fossem para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico por 45 dias,
para realizarem exames. Os laudos só ficariam prontos em novembro de 2013. Eles
já estavam em seus determinados locais de prisão temporária.
O psiquiatra forense
Lamartine Hollanda, afirmou nos laudos que nenhum dos 3 acusados possuía doença
mental, portanto todos eram imputáveis.
A defesa do Jorge não
concordou com o laudo, já que ele estava aposentado pelo INSS por esquizofrenia
e o laudo emitido, afirmava que ele não possuía o transtorno.
O julgamento do caso de
Jessica só começou no dia 13 de novembro de 2014.
Os 3 ficaram lado a
lado. Isabel no meio. Era a primeira vez depois um longo tempo que se viam
pessoalmente. Jorge sempre mandava cartas a Bruna que não respondia.
O conselho de sentença
foi formado. Duas mulheres (Auriete e Alba) e 5 homens (Genival, Odilon,
Gilson, Milton e Paulo José).
O primeiro a ser ouvid
foi o Dr Lamartine, pra explicar sobre esquizofrenia, sobre o resultado da sua
avaliação e sobre como foram os exames.
Os réus deveriam ser
ouvidos, ao contrario da ultima audiência de instrução onde optaram por não falarem
nada.
Jorge foi o primeiro.
Relatou que tomava remédios controlados, que estava com depressão e que sentia
arrependimento pelo que tinha feito. Só assumiu os 3 homicidios. Negou que
foram 8 ou 9 mulheres mortas pela sua seita. E explicou como a seita Cartel
funcionava. Ele cortava as vitimas, Bruna ajudava e Isabel observava.
Ele havia sim criado a
seita mas não era líder. Tudo era combinado entre os 3. Tambem negou que a
carne foi usada para rechear os salgados vendidos pela Bel.
Foram quase 2 horas de testemunho.
A próxima ouvida foi
Isabel. Chorava, tremia.
Ela confirmou que foi
quem chamou Jessica pra ir ate a casa, mas negou que ofereceu trabalho, que foi
só uma cesta básica. A adolescente ficou e eles planejavam ficar com a criança
pra eles.
A ideia de matar, só
veio quando Jessica começou a sair a noite com uma roupa que Jorge não gostou. Eles brigaram e Jorge acabou dando uma chave
de braço nela e a esfaqueou com a faca que Bruna pegou.
Sobre não ter
denunciado tudo, Isabel diz que ela o amava e que eles eram muito amigos. E que
ela ficou com medo de dizer algo e ele ir embora.
A promotora Eliane
Garcia a questionou sobre as coxinhas. Isabel relata que ela só disse tudo
aquilo porque o delegado ficou pressionando e que ela estava com medo de alguem
bater nela e que sabia que a historia, chocaria e talvez, mandassem ela pro
hospital de custodia.
A ultima a dar seu
testemunho foi Bruna, a ultima que se uniu ao grupo, formando o trio.
Bruna passou o tempo
todo sendo irônica, as vezes até rindo. E ela sempre quando falou do caso foi
assim. É so ver no Youtube entrevistas dela. Sempre muito afirmativa,
agressiva, em tom de sarcasmo, de altivez..
Negou ter visto Isabel
usando a carne pra fazer os salgados. E que, Jorge sempre dizia que na Bibia
estava escrito que tudo o que se matasse deveria ser comido e , de forma
irônica, diz que procurou bastante na Bibilia e não achou nada daquilo escrito.
Como Isabel, disse que
não participou de nada. Tudo tinha sido feito por Jorge e Isabel. E que ela amava
Jorge. Ele tinha sido o primeiro homem da vida dela e que normal ele não era.
O Ministerio Publico
indiciou os 3 por homicídio quadruplamente qualificado (motivo fútil, emprego
de meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vitima e assegurar a
impunidade de outro crime), vilipendio de cadaver e ocultação de cadáver.
Jorge foi condenado a
21 anos de e meses de reclusão, com
regime fechado e 1 ano e 6 meses de detenção.
Isabel e Bruna foram
condenadas a 19 anos de reclusão e 1 ano de detenção.
Jorge foi encaminhado
para a Penitenciaria Barreto Campelo, na Ilha de Itamaracá. As duas, para a
Colonia Penal Feminina de Recife.
O julgamento pelos
homicídios de Giseli e Alexandra, só aconteceu em dezembro de 2018, mais de 4
anos depois do primeiro.
Nesses casos, eles
foram acusados de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e
recurso que impossibilitou a defesa da vitima), ocultação e vilipendio de cadaver,
além do furto qualificado. Bruna tambem foi indiciada por falsidade ideológica
e estelionato, já que usou os cartões de Giseli. Jorge tambem foi indiciado por
estelionato.
O caso deveria ser
julgado em Garanhuns, mas a defesa pediu o desaforamento do julgamento e ele
foi encaminhado para Recife.
Após 2 dias, Jorge foi
condenado a 66 anos e 6 meses de reclusão mais 4 anos e 6 meses de detenção. Isabel
foi condenada a 63 anos e 6 meses de reclusão mais 4 anos e 6 meses de
detenção. Bruna foi condenada a 66 anos e 4 meses de reclusão mais 4 anos e 6
meses de detenção.
As penas foram
aumentadas em 2019 pelos desembargadores da 1ª Camara criminal de Pernambuco. Jorge
recebeu 27 anos de reclusão e 1 ano e meio de detenção. Isabel e Bruna,
passaram para uma pena de 24 anos de reclusão e 1 ano de detenção.
No ano seguinte, 2020,
as penas foram novamente reduzidas. Algumas qualificadoras foram excluídas.
Entao Jorge ficou com 18 anos e 4 meses de reclusão e 1 ano de detenção e
Isabel e Bruna ficaram com 17 anos e 8 meses de reclusão e 1 ano de detenção.
Tudo isso, ainda pela condenação do caso de Jessica.
Eles cumprem pena ainda
em regime fechado.
Guerra, R. (2016). Os canibais de Garanhuns.
Chiado Editora.
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