#4 Renata Muggiati

 


O Caso

 





 

            A Renata Mikoszewski Muggiati nasceu em Curitiba no dia 20 de dezembro de 1982. Era filha de Renato Muggiati e Maria de Carmo. Tinha outros 3 irmãos.

 





O pai, Renato, era filho de imigrantes italianos que vieram para o Brasil no fim do século 19, foi o 1º no Paraná a realizar um tratamento alternativo para a doença de Parkinson, a talamotomia estereotaxia, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Neurocirurgia e presidente de 1988 e 1989, professor na UFPR e na PUC-PR, ele foi um nome importante e uma referência na neurocirurgia do estado do Paraná. Ele acabou falecendo em 11 de agosto de 1996.

 

            Ela se formou em Educação Física e trabalhava como personal trainer na Academia Companhia Athletica do Shopping Barigui.

 

            Através do seu treinador, Waldemar Guimarães, ela conheceu e se apaixonou pelo fisiculturismo.

 







            Renata participou de diversos campeonatos, ganhando vários. Dentre os seus principais títulos estavam, um campeonato sul-americano, campeonatos paranaenses e brasileiros na categoria Body Fitness da IFBB, a federação internacional de fisiculturismo. Ela era tri campeã brasileira.

 





            Porém, ela foi pega no exame antidoping e suspensa pelo IFBB, sendo impedida de competir por 2 anos.

 

            Como não podia competir no Brasil por estar suspensa, ela foi para os EUA participar de campeonatos.

 

            Foi nesse período, em 2014, que ela conheceu Raphael Suss Marques.

 

            Raphael, médico endocrinologista, com trabalho voltado para o atendimento de esportistas de fisiculturismo e de uma família de classe média alta de Curitiba.

 






            Pelas redes sociais, Renata conhece Raphael e começa um flerte, curtindo as fotos dele, que curte as dela de volta até que começam a conversar. Em pouco tempo, por volta de outubro de 2014, começam a namorar.

             





            O relacionamento evolui rápido e dezembro de 2014, Renata mudou-se para o apartamento de Raphael. Era um apartamento avaliado em meio milhão de reais na Rua Comendador Araujo, número 252, apartamento 3104 no centro de Curitiba.

 






O plano deles, aparentemente, seria casar-se em outubro de 2015.

 




            Raphael então inicia o treinamento de Renata. Ele começa a cuidar da alimentação e do treinamento físico dela, dispensando o Waldemar Guimarães, que a treinava a anos. Inclusive, o Raphael chegou a enviar mensagens para Waldemar o questionando sobre o porquê de ele continuar divulgando fotos de Renata e do trabalho que ele fez com ela, já que ela não estava mais treinando com ele.

 





            Segundo denúncia do MP, Raphael começou a vetar patrocinadores de Renata, amigos, até alunos.

 

            Em abril de 2015, o Raphael, mesmo não sendo psiquiatra, receitou cloridrato de fluoxetina, um antidepressivo usado para tratar de depressão, o famoso Prozac.

 

            Em julho de 2015, a Renata se inscreveu para uma competição da IFBB no Paraná, o campeonato de fisiculturismo do estado, entretanto, as coisas não saíram como ela esperava. Lembrando que havia 2 anos que ela não competia.

 





            Já próximo da competição, quinze dias antes, o presidente da federação avisou que ela não poderia competir porque não fez o exame de contraprova do doping. Só que, quando ela foi avisada disso, não dava mais tempo de fazer o exame e apresentar os resultados. Foi um baque em Renata.

 

            Pessoas próximas e amigos notavam um distanciamento da Renata. A irmã, Thereza Christina, relata que elas ficaram um bom tempo sem se falarem, mesmo sempre tendo uma relação muito próxima.

 

            Segundo o Raphael, ser avisada da forma que foi de que não poderia competir, de ter se esforçado tanto para participar e não poder, acabou fazendo Renata cair em depressão.

           





            Na versão dele, a convivência ficou muito difícil. Isso era por volta de junho ou julho de 2015. Renata teria começado a inventar desculpas para não trabalhar e com isso perdeu todos os alunos e o próprio trabalho passando a depender dele financeiramente. Deixou de querer ver os amigos, de comer, de ver as pessoas.

 





            Ele usava o treinamento e trabalho com ela nas redes sociais, postava os treinos, a alimentação, as orientações que ele passava, só que, Raphael conta que alguns perfis apareciam nas postagens, com mensagens ofensivas, agressivas, contra a Renata. Chamando Renata de gorda, diminuindo o esforço dela, direcionando ofensas a ele também.

 




            No começo de setembro de 2015, a mãe do Raphael chegou a levar a Renata na emergência da Clínica Heidelberg, uma clínica psiquiátrica lá em Curitiba e o médico prescreveu Sertralina, um antidepressivo. Além disso, novamente, o próprio Raphael, também receitou Rivotril. Eu não sei como o organismo reage a essa combinação de medicação psiquiátrica, mas aparentemente, Renata tomava ambos os remédios.

 

            Incomodado com os comentários ofensivos nas redes sociais, Raphael diz que procurou a delegacia de crimes cibernéticos com os prints para fazer um boletim de ocorrência.

 

            As brigas entre eles foi progredindo, Renata não parecia estar bem. Nas fotos você vê que, o corpo atlético, bem delineado, musculoso, deu lugar a um corpo 20 kg mais magro e quase esquelético. Olheiras profundas, abatida, descuidada. Um comportamento e uma imagem que até então, Renata nunca havia tido.

 





            Na página de Facebook de Renata, é postada no dia 06 de setembro, o seguinte:


 


       

            Claro que as pessoas ficaram assustadas, até porque um pouco antes ela tinha postado uma mensagem dizendo “em my Sweet home” o que, quem a seguia e amigos, já tinha achado estranho porque ela não costumava escrever errado, seja em português ou não. Ela tinha uma boa escrita e a frase não combinava muito com o tipo de postagem dela.

 

            Dia 07 de setembro de 2015, dia seguinte, a polícia civil atende um chamado na Rua Comendador Soares. Uma mulher estava dentro de um apartamento, possivelmente sem vida após um suicídio.

           

            Quando os policiais chegaram para atender o chamado, era o apartamento do Raphael. Ele estava do lado de fora, dizendo que, ele estava em uma pizzaria com um amigo quando ela mandou uma mensagem se despedindo dele e ela já vinha ameaçando se matar. Ele então pediu que o amigo o deixasse em casa só que, a fechadura do apartamento, que era eletrônica, não abria porque ela trancou a porta por dentro e não respondia de jeito nenhum.

 





            A polícia arromba a porta e encontra Renata deitada na cama de bruços, no escuro com caixas de remédios vazias no chão ao lado dela, mas aparentando estar bem, conforme o boletim de ocorrência feito pelos policiais. Como eles desconfiaram que ela tinha tomado todos de uma vez, o SAMU foi chamado pra atendê-la.

 

            O Raphael não estava dormindo em casa naqueles dias. Ele diz que o motivo eram as brigas deles, as ameaças dela de se matar.  Pra se afastar, ele passou 3 dias dormindo em um hotel.

 

            Como infelizmente, Renata não está mais aqui para contar a sua história, vou começar com o que o ministério público defendeu que aconteceu.

 

            De acordo com o MP, Raphael Suss matinha uma relação abusiva com Renata. Ele a coagia, a afastava da família, dos amigos e até do trabalho. A razão dela parar de trabalhar foi a vergonha de aparecer em público machucada. Renata estaria sofrendo violência doméstica.

 

            A gota d’agua foi no dia 12 de setembro de 2015.

 

            Depois de mais uma briga, Raphael após asfixiar Renata com um mata leão, a jogou do 31º andar.

 




            As 02:47 da manhã do dia 12, o próprio Raphael liga para o 190 pedindo socorro e dizendo que a namorada havia acabado de se jogar do apartamento.


            Só que, a perícia no local do crime, achou estranhos os vestígios do local, especialmente, marcas no pescoço dela. O perito criminal Jean Gandin acreditava que o caso era de homicídio. Ela teria sido defenestrada, jogada, lançada pela janela.


            O corpo dela bateu na marquise do 23º andar e depois caiu na Rua Visconde do Rio Branco, a rua de esquina com a Comendador Araujo. Então vocês imaginem a cena brutal que não foi. Era uma queda de altura estimada em mais de 100 metros de altura. Ela vestia uma calça preta, blusa branca e estava sem sapatos.




 

            Ainda na madrugada, o namorado da irmã de Renata, a Thereza, ele recebeu uma ligação de um vizinho da Renata que o conhecia, contando que a cunhada dele estava caída na calçada da rua com muitos policiais em volta. Eles correm para o local e descobrem que ela havia morrido.

 

            Na 1ª oitiva de Raphael, ele narra que Renata estava com depressão profunda, em uso de medicamentos controlados e que no dia do crime, ela teria tentado pular 3 vezes da janela do quarto do casal, no que seria a varanda do quarto.

 

            Ele teria dito a ela que queria terminar e que ela se mudasse do apartamento. Ai no dia 06 ele decidiu ir para um hotel e só voltou para casa no dia 09. Dois dias depois, dia 11, por volta das 19:40, a Renata e ele trocaram mensagens e ele pediu que ela o levasse até um clube de pôquer que ele sempre ia e lá ele ficou até o começo da madrugada do dia 12.

 





            Meia noite e 28 minutos ele chegou em casa, saiu em menos de 2 minutos e voltou mais ou menos meia noite e 54 minutos com uma sacola com uma garrafa de bebida.

 

            Renata estava dormindo e ele a acorda. Começam a brigar por causa daquelas mensagens de ofensa nas postagens dele. Lembram que eu contei que ele foi na delegacia de crimes cibernéticos denunciar os perfis? Naquele dia mais cedo, ele estava atendendo uma paciente e comentou com ela sobre as postagens, e essa paciente, perguntou se talvez não fosse a própria Renata atras dos perfis. E ele resolveu confrontá-la sobre isso e ela confessou que ela criou os perfis fakes e fez os comentários. Ele então termina tudo e dá um prazo para ela sair do apartamento dele.

 





            Disso, a Renata se senta no parapeito da janela e colocou os pés pra fora e ficou ali, nessa janela que ficava a uma distância curta da cama de casal, ameaçando se jogar. Ele consegue convencê-la a descer uma vez. Ela faz a mesma coisa novamente minutos depois. Ele novamente a convence a descer. Chorando e soluçando muito, ela volta para o quarto, concorda em ir com ele a uma lanchonete 24 horas perto dali para conversarem melhor, troca de roupa.  Ela coloca uma calça preta, uma blusa só que, enquanto ele colocava os sapatos, ela corre para a janela e pula.

 

            Esse foi o relato do Raphael sobre o que aconteceu.

 

            Só que, o que acontece: no dia 16, a defesa dele apresentou a polícia duas fotos e nessas fotos, Renata estava sentada no parapeito da janela com os pés pra fora. Seriam fotos, tiradas na suposta primeira tentativa dela de pular. Também apresentou mensagens dela do dia 06 de setembro, com o encaminhamento da tal mensagem de despedida que ela teria postado no Facebook e ela dizendo que ele causara aquilo, porque ele prometeu que nunca a abandonaria e a deixou sozinha em casa. Como eu disse, ele tinha ido para um hotel.

 













            E aí o que aconteceu...

 

            O exame anatomopatológico, que analisa tecidos e células, feito com amostras do pulmão de Renata, amostras de rim, coração e do osso hioide (que fica na parte anterior do pescoço que auxilia na fala, na respiração, na mastigação, revelou focos de hemorragia, hipertrofia cardíaca, congestão hepática e uma fratura de ramo esquerdo do osso hioide.

 





            O exame necroscópico realizado no IML afirmou que a causa da morte era asfixia mecânica, não encontrei se, especificava qual tipo, se era por esganadura, usando as mãos ou sufocação direta.

 

A cremação da Renata foi marcada para o dia 12 a noite, mas acabou não acontecendo. A justiça determinou que não fosse realizada devido a investigação. O corpo também é um vestígio, é o que eu mais ouço nos cursos de criminalística, cremando, acabaria com qualquer marca ou lesão que poderia ser examinada. E essa decisão acabou se provando a melhor decisão.

 

De cremação, a família decidiu então pelo enterro, que aconteceu no Cemitério Parque Iguaçu no dia 21 de setembro de 2015. E ainda no velório, o Raphael apareceu com o seu advogado querendo participar. E aí foi uma confusão. A família negou a entrada dele e o velório foi pausado até que ele se retirasse. E ele se recusava a sair. Depois que a advogada da família foi conversar com o advogado dele, que ele por fim, saiu.

 





E por que a família impediu a participação dele? Primeiro que o exame do IML e a perícia de local já apontavam um homicídio e segundo que, logo após o crime, alguns dias depois, um advogado famoso do Paraná e que vocês também conhecem, apareceu na delegacia com mensagens que Renata havia enviado a ele, 6 dias antes de morrer: Era o Dr. Claudio Dalledone Junior.

 





Para quem não conhece, o Dr. Dalledone atuou em casos muito grandes como advogado de defesa. Ele foi advogado da família do Evandro, do caso Evandro do Ivan Mizanzuk, também foi advogado do Diogenes, foi advogado da Valentina Andrade no caso dos Emasculados de Altamira, defendeu o goleiro Bruno, defendeu o Luiz Felipe Manvalier do caso Tatiane Spintzer, atualmente é defensor do Jairinho, do caso Henry Borel entre vários outros casos bem emblemáticos.

 

No dia 07 de setembro, dia em que o Raphael fez a ligação chamando a polícia no apartamento, o Dalledone recebeu diversas mensagens e fotos de Renata. Eles não se conheciam, mas eram amigos de Facebook. Ele já era um advogado famoso, muito conhecido em Curitiba e ela mandou uma mensagem para ele pedindo ajuda.

 
















Resumidamente, na conversa ela diz que está sofrendo agressões do namorado alcoólatra, chamado Raphael Suss Marques a bastante tempo, manda fotos dela sangrando, de lesões no rosto, no pé, roxos no rosto, são fotos bem pesadas, você vê que são ferimentos graves. E ela pergunta se ele pode ajudar. Ele pede que ela vá a uma delegacia. Por fim, ela escreve que ia ficar tudo bem, que ela estava ouvindo a polícia chegar. Quando a notícia da morte dela começou a circular na imprensa, foi que ele lembrou da conversa e notou que era a mesma pessoa.

 












O Raphael foi preso no dia 26 de setembro, o delegado baseou o pedido de prisão temporária, no laudo do IML, mas aconteceu uma reviravolta.

 




Foi realizado um segundo exame necroscópico pelos médicos legistas do IML, Daniel Colman e Francisco Moraes Silva. Nesse, afirmava que ao cair, Renata ainda estava viva, portanto, a causa morte era suicídio.

 

Eu quero até explicar aqui que, sempre, quem dá a causa jurídica da morte, é o médico legista. Cabe a ele, imputar se a morte foi acidente, homicídio ou suicídio, se foi natural ou violenta, se é indeterminada. Então, o laudo necroscópico é extremamente importante tanto no inquérito e mais ainda no processo penal.

 

A partir desse laudo, Raphael foi solto no dia 16 de outubro de 2015. Ele ficou 22 dias preso.

 

            A defesa dele, sobre as fotos que o Dr. Dalledone mostrou que a própria Renata o encaminhou, disse que os machucados e lesões, eram referentes a um acidente de carro que ela sofreu meses antes e que no impacto da batida, ela bateu com o rosto no para brisas o que causou o sangramento pelas narinas e machucados no rosto.

 

            A perícia fez exames no carro da Renata, um Peugeot, periciou todo o exterior e interior, não encontrando sinais de sangue nem mesmo com luminol, de batidas ou nada que levasse a se crer, que o carro passou por algum acidente.

 

            Também foi constituída uma reprodução simulada no apartamento de Raphael para verificar se a história contada por ele em depoimento e que ele mantinha, era plausível. Além de afirmar que ela se jogou, tanto Raphael quanto outros vizinhos diziam ter ouvido um grito na queda, o que seria um sinal de que ela caiu viva e isso também era algo que a perícia queria constatar.

 

            Só que não foi possível concluir na reprodução simulada, que a cronologia que ele apresentou fazia sentido.

 

            Como o segundo exame do IML deu suicídio e o primeiro concluiu homicídio, foi montada uma junta de 4 médicos legistas do IML para elaborarem um novo laudo e confrontarem os primeiros 2.

 

            Logo no começo de outubro, o corpo de Renata foi exumado a pedido da Justiça.

 

            O último laudo do IML, da junta organizada para analisar o caso, concluiu que a causa morte foi asfixia mecânica, o mesmo resultado do primeiro exame.

 

            Os médicos legistas do 2º laudo foram investigados por um processo administrativo. O médico Daniel Colman foi acusado de receber por volta de R$ 350 mil de Raphael Suss pelo laudo de suicídio.

 

            O inquérito policial foi para o Ministério Público em dezembro de 2015. Raphael foi indiciado por homicídio qualificado.

 





            Do dia 15 de janeiro de 2016 a 21 de janeiro de 2016, Raphael ficou preso no Complexo Médico Penal do Paraná, em Pinhais e saiu com tornozeleira.

 

            No fim do ano de 2016, Raphael foi acusado de agressão física por uma mulher que ele se relacionou naquele ano e que engravidou dele. No Natal, ele voltou então a ser preso devido a essa acusação. A alegação dele era que, ele queria ver o filho e ela o proibiu, na discussão, ela o agrediu e ele revidou.

 

Dessa vez, ele ficou preso por 7 meses. Ele foi solto atras de uma liminar. Como as regras para ficar solto, como não estar fora de casa após as 21hrs, não foram cumpridas, o MP solicitou que ele fosse monitorado por tornozeleira eletrônica.

 





            Você pode até estar impressionada (o) dele ter namorado mesmo ainda respondendo por uma acusação de homicídio de uma namorada, mas você vai ficar muito mais sabendo que, na investigação foi levantado que ele, horas depois da morte de Renata, ele dormiu no apartamento normalmente e trocou mensagens com várias mulheres as chamando pra lá ficar com ele.

 

            O Raphael acabou preso novamente em 2017 e o processo judicial foi caminhando em passos lentos, mais lentos que uma tartaruga.

 

            O Dr. Dalledone assumiu como advogado da família e ficou no caso até 2021, quando ao assumir a defesa do Luís Felipe Manvalier, acusado de matar Tatiane Spintzer, um caso também no Paraná, onde ela também foi defenestrada já morta, eu até quero trazer esse caso dela aqui no spin off, a família Muggiati dispensou o advogado e contratou a Dra. Maria Francisca Accioly para ser a assistente de acusação no julgamento que só foi marcado para acontecer ano passado, 2023.

 

A família também contratou a Rosangela Monteiro, acho que ela nem precisa de apresentação, ela analisou os laudos da perícia e ajudou a fundamentar ainda mais a acusação. No canal do Beto Ribeiro no Youtube, tem uma live com ela contando sobre todo o caso, vale a pena quem ainda não assistiu, ir lá conferir.

 

O julgamento do Raphael Suss Marques finalmente aconteceu em fevereiro de 2023, 89 meses depois da morte da Renata, 7 anos e 5 meses.





            A tese da defesa de Raphael, capitaneada pelo Dr. Edson Abdala, era a de que Renata se matou. Raphael permanecia declarando inocência e que, o estopim da briga havia sido o questionamento dele sobre os perfis falsos que comentaram que ela confessou serem delas, o fim do relacionamento, o pedido de Raphael para que ela se mudasse devido ao desgaste da relação, as chantagens emocionais que ele alegava que ela fazia, as ameaças de suicídio para acoá-lo.

 





            No julgamento ele também disse que 1 semana da morte da Renata, ela já tinha tentado se matar com uma mistura de remédios controlados e bebida.

 

            O júri formado por 5 mulheres e 2 homens presidido pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler e os promotores Marcelo Balzer iniciaram o julgamento no dia 08 de fevereiro de 2023.

 

            Raphael era acusado de homicídio com as qualificadoras de feminicídio, meio cruel, uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e o motivo torpe.

 





            Os jurados precisaram responder 6 quesitos:

 

1º. Renata Muggiati recebeu um golpe mata leão que ocasionou asfixia e morte?

2º. Raphael Suss foi o responsável por asfixiar e matar?

3º. Deseja absolver o réu?

4º. O réu agiu por motivo torpe?

5º. O réu usou meio cruel?

6º. A qualificadora de impossibilitar a defesa se aplica?

 

           

             Raphael Suss Marques foi condenado a 31 anos de reclusão em regime inicial fechado pelo homicídio, 16 meses de detenção em regime inicial aberto, 30 dias multa no valor de 1/3 do salário-mínimo por fraude e lesão corporal.

 





            Na prisão, duas coisas aconteceram com Raphael.

 

            A primeira foi que ele se casou. Ele já estava casado ano passado quando aconteceu o júri e o casamento foi na prisão. Não achei a história de como ocorreu, como se conheceram, mas no julgamento ele cita a esposa e fala sobre estar casado.


            A segunda coisa foi a pedido do Diretor do Complexo Médico Penal, o Samuel José, ele trabalhar como médico. O diretor solicitou que ele fosse liberado para trabalhar tanto no Complexo quanto na Penitenciaria Estadual de Piraquara devido a falta de profissionais. Ele ia escoltado e voltava escoltado das escalas dele as 3ª, 4ª e 5ª das 08:30 às 16:30. A cada dia trabalhado, de 6 a 8 horas, ele diminui um dia de pena.

 




            Mesmo preso, o CRM dele está ativo, então, ele continua atuando como médico. O que o difere do Leandro Boldrini, que também está ativo no CRM do RS, é que ele trabalha como médico só dentro da prisão, mas assim como aconteceu com o Boldrini, eu creio que mesmo depois de sair em regime semiaberto, ele deve continuar com o CRM.

 


Consultado no dia 13 de janeiro de 2024





            No fim do processo administrativo do IML, o médico Francisco Moraes se aposentou e em 2018, o médico Daniel Colman foi exonerado do cargo público.

 

           


Fontes de Pesquisa


Canal Fala Tribunos

Famosos que partiram

Bem Paraná

Gazeta do Povo

Gazeta do Povo

G1

G1

G1

Tribuna da Massa

Banda B

Youtube

Bem Paraná

G1

G1

G1

Piaui

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