T02 Ep17 O caso Daniella Perez
O caso
No dia 29 de
dezembro de 1992, o presidente, Fernando Collor de Mello, atraves do seu
advogado Moura Rocha, apresenta no Senado, uma carta de renúncia.
Collor foi o primeiro presidente
eleito por voto direto depois de 29 anos, ganhando de Luis Inácio Lula da
Silva, no segundo turno, por uma diferença de 4,89%.
Depois de denuncias de esquema de
corrupção, feitas pelo seu próprio irmão, contra ele e o tesoureiro de sua
campanha eleitoral, PC Farias, assim como o desastre dos seus planos
econômicos, encabeçados pela ministra Zélia Cardoso de Mello, o processo de impeachment foi instaurado no
começo de outubro de 1992 e Collor foi afastado da presidência no mesmo mês.
Apesar da carta de renuncia, lida no
dia 29 de dezembro pela manha, o Senado decidiu por continuar o processo e por
76 a 3, Collor foi condenado a perda do seu mandato e ficou inelegível por 8
anos, no dia seguinte, 30 de dezembro de 1992.
Mas, a noticia que todo o Brasil
estava em choque não era a renuncia de Fernando Collor de Mello, mas o brutal
assassinato da atriz da novela das 8, Daniella Perez, aos 22 anos de idade,
encontrada, morta, em um terreno baldio perto da entrada de um condomínio na
Barra da Tijuca na noite anterior, 28 de dezembro de 1992.
Daniella Ferrante Perez nasceu no
dia 11 de agosto de 1970 na Clínica São José na zona sul do Rio de Janeiro.
Filha de engenheiro Luiz Carlos Saupiquet
Perez e Glória Maria Ferrante Perez. O casal casou-se em 1969. E tiveram outros
dois filhos depois da Daniella: Rodrigo, nascido em 1973 e Rafael, nascido em
1975 com uma síndrome rara.
Glória e Daniella ao 1 ano e 6 meses de idade
Aos 4 anos, Daniella começou a se
apaixonar por música, principalmente Maria Bethânia. Glória adorava saraus,
gafieira e a filha foi muito nova introduzida no mundo da dança.
Daniella começou na dança aos 5 anos,
no Ballet Dalal Achcar, na Gavea. Ela estudou ballet clássico até os 10 anos,
quando passou a estudar sapateado e jazz.
Ela então foi para a escola de jazz
Carlota Portella, perto do Jardim Botânico, onde eles moravam.
A escola possuía uma Companhia de
dança chamada Vacilou Dançou.
A companhia era muito famosa,
chegando a fazer a coreografia da abertura do Fantástico de 1983. A companhia
terminou em 2006.
Na adolescência, Daniella chegou a
fazer algumas campanhas como modelo fotográfica, mas ela amava mesmo a dança.
Estudou no Centro Educacional Anisio
Teixeira, o CEAT, em Santa Tereza, escola muito tradicional aqui no Rio de
Janeiro.
Tambem estudou inglês na Brittania,
que foi comprada em 2018, pela Cultura Inglesa, então já não existe mais e
tambem estudou francês na Aliança Francesa.
Amava Nelson Rodrigues e ler Simone
de Beauviour.
Glória e Luiz acabam por se separar
em 1984, após 15 anos de casamento. Mas mesmo o fim da relação e o posterior casamento
de Luiz, os dois sempre se mantiveram muito próximos e Daniella, assim como os
irmãos, eram muito presentes na vida do pai e o pai na vida deles. Luiz chamava
a filha de “petruskinha”.
Em 1985, uma colega de Daniella de
escola, chamada Monica Granuzzo, foi encontrada morta em uma ribanceira.
Daniella e um grupo de colegas da escola, se uniram ao protesto na porta da
delegacia de Botafogo com faixas “Justiça para Monica”, pedindo que os culpados
fossem punidos pelo assassinato da menina de apenas 14 anos.
O primeiro namorado sério de
Daniella foi Luiz Eduardo Reis Ribeiro,
mais conhecido como Duda Ribeiro, que na época era estudante de engenharia e
mais tarde, acabaria se tornando ator. Mas o namoro durou pouco, mas mesmo com
o fim, eles se tornaram muito amigos e foram amigos até a morte de Daniella.
Seu segundo namoro foi no fim da
adolescência e bem menos tranquilo. Ela sofreu muito durante o namoro, como ela
mesmo contou em uma entrevista.
O desejo de Daniella era ser uma
bailarina profissional. Aos 19 anos, conseguiu entrar para a companhia Vacilou
Dançou, que era o seu maior sonho. A companhia só tinha 13 bailarinos no
elenco, o que tornava o ingresso muito concorrido. Era o ano de 1989.
Os ensaios, diários, duravam horas e
em época de espetáculo podiam ter mais que 8 horas.
Raul Oliveira Gazzola já era ator
quando viu pela primeira vez uma foto de Daniella na casa da Glória Perez.
Ele conseguiu o papel principal na
novela da extinta Rede Manchete, Kananga do Japão, fazendo par com Cristiane
Torloni. Alex, seu personagem, era um dançarino carioca do cabaré Kananga do
Japão.
A produtora da novela achou que
Daniella, que estava no Vacilou Dançou, que era a companhia que fazia as
coreografias do núcleo de dançarinos da novela, faria um par lindo com Raul
para uma das cenas da novela e a chamou para gravar uma cena dançando “El dia
que me quieras” de Carlos Gardel. Era o dia 02 de dezembro de 1989.
O primeiro encontro oficial dos dois
foi ir ver um filme. Eles se apaixonaram. Daniella tinha 19 anos e Raul, 34,
quando ele a pediu em casamento.
Eles se casaram no dia 21 de março 1990
em um cartório do bairro de Copacabana. A lua de mel foi no hotel Rio Palace,
tambem na zona sul, depois de uma pequena recepção. Ela agora era oficialmente
Daniella Ferrante Perez Gazolla.
Ela foi morar no apart hotel de Raul
com 2 gatas siamesas.
Mesmo se dedicando a dança, ela entrou
para a Universidade Candido Mendes no curso de Direito mas parou após alguns
semestres.
No começo de 1990, ela foi
contratada pela Globo para fazer uma ponta na novela Barriga de Aluguel.
Novamente, a Vacilou Dançou faria uma participação na novela, no núcleo do
clube noturno Copacabana Café.
Barriga de Aluguel era a primeira
novela da Gloria Perez na Globo.
Wolf Maya, diretor da novela, depois
de ver a participação de Daniella como dançarina do clube, quis que ela tambem
atuasse.
Sua estreia como a dançarina Clô foi
no 12º capítulo da novela, que estreou no dia 1º de setembro de 1990.
Daniella sempre dizia que esse
inicio foi muito difícil porque não sabia como se posicionar na câmera, como
parecer natural.
A personagem dela acaba indo estudar
dança em Nova York, porque Daniella, acabou recebendo o convite de fazer O Dono
do Mundo.
Ela aceita o papel depois de pensar
bastante na decisão porque o papel da Yara Maciel, irma de Gloria Pires, filhas
de Stenio Garcia, era de um núcleo importante e tomaria muito do seu tempo. Ela
precisaria escolher entre continuar na Vacilou Dançou ou continuar atuando.
Ela escolheu fazer a novela e sair
da companhia, mas não abandonou a dança.
O ultimo capitulo de O dono do Mundo
foi ao ar no dia 03 de janeiro de 1992.
Entre agosto de 1990 e dezembro de
1991, ela trabalhou sem folga, sem férias, emendando TV e sua dança. A Vacilou Dançou estava com um espetáculo chamado
Poetas, escritores, bailarinos...Sonhadores, no Teatro Nelson Rodrigues e
Daniella participou dele. As sessões eram de quinta a sábado as 21 horas e
ainda tinha sessão extra no domingo.
Ela tambem tinha sido convidada a
fazer um musical infantil Robin Hood com a Cininha de Paula no inicio de 1992.
No fim de 1991, ela e Raul tiraram
férias. Foram para os EUA, Los Angeles, Miami, Nova Iorque. O casal planejava
ter filhos no fim de 1992 ou em 1993.
O ano de 1992 começou com Gloria
escrevendo uma nova novela, chamada De corpo e Alma, que estrearia no segundo
semestre daquele ano.
Raul estaria na novela Deus no Acuda
e Daniella, foi contratada para fazer parte do elenco da novela da mãe.
De corpo e alma tratava de assuntos
como transplante, a cultura gótica e o universo de boates voltadas para o
publico feminino, os chamados “Clube das Mulheres” e a troca de bebes em
maternidade.
A Yasmin, personagem de Daniella, era
irmã de Paloma, interpretada por Cristiana Oliveira, uma das protagonistas, seu
pai era novamente Stenio Garcia e sua mãe, Marilu Bueno.
No mesmo tempo da novela, Claudia
Abreu, que era muito amiga de Daniella, convidou a para fazer Anos Rebeldes,
que seria gravado no mesmo periodo, porem em um curto tempo, porque era uma
minissérie e onde tambem iria estar Malu Mader, outra amiga de Daniella. Mas,
por algum acaso do destino, Daniella optou por não participar e focar somente
na novela.
Mais uma vez, uma personagem de Daniella dançava. Yasmin sonhava em ser rainha de bateria de uma escola de
samba. Ela chegou a dançar com Carlinhos de Jesus na novela.
Yasmin era apaixonada por Caio,
personagem de Fabio Assunção, mas sua irmã, namorava e noivou com o irmão dele,
depois que Paloma abandona o noivo, Tavinho, no altar, a família de Caio começa
a perseguir a família de Yasmin e Paloma, armando para que perdessem tudo.
A família acaba se vendo obrigada a
ir morar no bairro do Meier, na zona norte do Rio, no subúrbio, onde ela
conhece o motorista de ônibus, Bira, interpretado por Guilherme de Pádua.
O Bira ajuda Domingos, pai de
Yasmin, a tentar ter uma empresa de transporte novamente. A Paloma, vai
trabalhar no ônibus do pai dirigido por Bira como trocadora, mas ela acaba
descobrindo que tem um problema cardíaco e Yasmin vai ficar no lugar dela e se
aproxima do Bira.
Reginaldo, interpretado por Eri
Johson, tambem se apaixona por ela.
A Daniella Perez passa a ser
nacionalmente conhecida e a fazer capas e capas de revistas, logo sendo chamada
pela Revista Contigo de a nova namoradinha do Brasil.
Tanto ela quanto Raul estava
ensaiando durante suas novelas, uma peça musical, Dança Comigo, desde o começo
de 1992.
Ela e Raul eram os protagonistas da
peça de Rodrigo Brandão e coreografado por Sandra Regina. A peça contava uma história
de amor atraves da dança e de gêneros musicais. Eram 12 coreografias no total.
Ele era um gangster e ela, uma garota de programa. Duda Ribeiro tambem estava
no elenco do musical. A peça estrearia em 1993, primeiro em Juiz de Fora,
depois iria para Manaus.
Ela gravava de corpo e Alma na
Tycoon, estúdio alugado pela Rede Globo na Avenida Ayrton Senna enquanto Raul
gravava no Projac, que fica em Jacarepaguá. O que não é muito longe.
Apesar de malhar todos os dias em
uma academia perto do estúdio, Daniella sempre dizia não se sentir confortável
expondo o corpo ou com cenas de nudez. Ela já tinha desfilado na ala dos
artistas da Grande Rio, havia sido convidada para ser madrinha da Caprichosos
de Pilares no carnaval de 1993, mas sempre vestida e sairia como madrinha,
usando um maio.
O convite da Caprichosos foi feito
no fim de outubro e ela aceitou. Pediu que os colegas de elenco fossem
convidados tambem para o desfile. Ela fez uma lista com alguns nomes e colocou
o de Guilherme de Pádua, mas depois pediu para que fosse retirado.
Com Daniella de novo em uma novela
da mãe, não havia como a imprensa da época não comentar sobre, ela estar na
Rede Globo, poder ter relação com a influencia que Gloria teria. Não havia entrevista que essa questão não era
levantada.
Ainda em 1992, Daniella interpretou
Virgem Maria para um quadro do Fantástico que acabou sendo usado no especial de
Natal do Roberto Carlos no fim daquele ano.
O Natal de 1992 foi na casa do tio
de Daniella, irmão de Gloria, Saulo.
De presente da mãe, ela ganhou uma
linha telefônica, algo raro e caro de se ter naquela época, onde ligação ainda
se fazia de orelhão, usando ficha e de fixo para fixo.
Mas o modelo do aparelho e o numero
da linha, precisava ser escolhida na loja então Daniella combinou com uma amiga
de ir ao Barra Shopping no dia 29 de dezembro pela manha.
Aquele dia 28 de dezembro de 1992 começou
com um dia normal. Nublado, um clima fresco no verão carioca.
Daniella e Raul tomaram café juntos
e saíram de casa juntos. Ele de moto e ela no Escort L, que tambem era de Raul.
Ambos iriam gravar naquele dia.
Ela coloca uma calça jeans, blusa
preta, tênis Reebook branco, com detalhes rosas. A roupa que em algumas horas, ficaria
na memoria de todo brasileiro.
No momento em que Daniella saia de
casa, desembarcava no Aeroporto Santos Dummont, no centro do Rio, o Guilherme
de Pádua, vindo de São Paulo depois de fazer presença vip em alguns eventos.
Acho que cabe aqui, entendermos quem
era o Guilherme de Pádua.
Guilherme de Pádua Thomaz nasceu no
dia 02 de novembro de 1969, em Belo Horizonte. Filho caçula de 4 irmãos, do
casal José Antônio Salvador Thomaz e Leda Maria de Oliveira Pádua, uma família
de classe média mineira.
Estudou no tradicional Colégio
Loyola, mas decidiu abandonar a escola antes mesmo de terminar o ensino médio
pra tentar a carreira artística.
Ele fez desfiles, campanhas ainda em
BH, mas o que ele queria mesmo, era ser ator.
Entrou para um grupo infantil
chamado Reviravolta em 1986. Sua primeira aparição na TV foi no programa
infantil Clubinho da Tia Dulce, na Tv Alterosa, uma afiliada do SBT em Minas.
Depois ele fez a peça de teatro
Passolini: vida e morte, no papel de Guiseppe Pelosi, um assassino do diretor
de cinema italiano Pier Paolo Pasolini, morto a punhaladas em 1975.
Coincidência não é mesmo?
Após a peça, Guilherme foi chamado
para fazer um filme alemão, Via Appia, um filme com forteeeee conotação sexual,
vamos dizer.
Ele muda-se para o Rio de Janeiro,
onde teria mais oportunidades de trabalho em 1988.
Já no Rio ele faz uma peça chamada
Querelle, onde o personagem dele, tambem assassina uma pessoa com uma arma
branca.
A segunda participação dele na TV
acontece em Mico Preto, na Globo, fazendo Narciso, mas foi uma pequena,
minúscula, participação.
Durante todo esse tempo, acontecia
na galeria Alaska, que era um ponto de encontro gay há muitos anos, em
Copacabana, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 1241, e que tambem tinha uma boate, chamada Sotão e
um pequeno teatro, que na década de 80, começou a apresentar A noite dos
Leopardos.
Leopardos eram como, homens, que
participavam do espetáculo de nu frontal masculino, eram chamados.
O show foi montado por Eloina e
tinha danças, performances e no fim, entrava um ator, nu, completamente
excitado.
O show acabando ficando bem famoso
na zona sul carioca. Acontecia sempre aos sábados, começando a meia noite.
Guilherme sempre negou ter sido um
dos Leopardos de Copacabana.
Em 1991, ele é aprovado para a peça
Blue Jeans, que contava a violência em um grupo de garotos de programa e como eles reagiram após
a morte de um cliente.
A peça, dirigida por Wolf Maia fez
muito sucesso. No elenco tinham Alexandre Frota, Mauricio Mattar, Fabio
Assunção. Em outras montagens, tiveram Humberto Martins, Marcelo Serrado,
Malvino Salvador, Danton Mello, Marcos Pasquim.
Na montagem de 1991, Guilherme fazia
papel de um policial.
E foi nesse mesmo periodo, que ele
acabou fazendo um teste de vídeo na Globo, ficando com uma ficha na emissora. E
foi por causa dessa fita, que o diretor de elenco, Roberto Talma, acabou o
escolhendo para ser o Bira.
Como eu disse, diversos atores que
hoje são famosos, estavam em Blue Jeans e já tinham feito novelas na Globo.
Quando Glória começou a escrever o
personagem do Bira, ela imaginou o Alexandre Frota no papel, o mesmo que estava
na peça, assim como Fabio Assunção, que acabaria fazendo o par romântico de
Daniella em De corpo e alma.
Alexandre estava em outra novela da
Rede Globo, Perigosas Peruas e Roberto Talma, não quis o liberar para De corpo
e Alma, então, o Talma buscou nas fichas do arquivo, outro ator que pudesse
fazer o Bira.
Foi assim, que os caminhos de
Guilherme e Daniella, acabariam se encontrando.
Depois de sair de casa, Daniella
passa em uma agencia de carros acertar os detalhes da compra de um jipe Suzuki
que ela queria. Depois, foi ao banco resolver um problema com o cartão de
credito e foi para a casa da mãe.
Ela e a amiga e produtora da peça
que ela estava ensaiando, Marcela Honingman, almoçando na casa de Glória, que estava
adiantando os capítulos da novela, devido ao fim do ano.
Mas não foi só para almoçar que
Daniella foi até a casa da mãe. Tambem foi buscar USD 6 mil para a compra do
carro que ela havia visto mais cedo.
Enquanto elas almoçavam, o porteiro
avisou que o Escort estava fazendo muito barulho na ventoinha e Daniella saiu.
Ela e Marcela foram a um mecânico que rapidamente resolveu o problema da
ventoinha e ela foi para o estúdio Tycoon, gravar a novela.
Com o problema do carro, ela acabou
não tendo tempo de passar na agencia e ficou com os dólares, dentro de uma
pochete.
Naquele dia, estava programado a
gravação da cena em que Yasmin, termina o namoro com Bira.
Ele leva um anel de compromisso pra
ela mas ela termina a relação.
Simultaneamente a tudo isso,
Guilherme e sua esposa, Paula, tinham uma consulta com o obstetra. Paula estava
gravida de 4 meses do primeiro filho do casal. Como os dois se atrasaram, não
foram a consulta, mas para o Barra Shopping. Almoçaram no Mc Donalds, Guilherme
tirou fotos com fãs.
Eles entraram no shopping as 14:19 e
o Santana GLS 2000 azul, que pertencia ao sogro de Guilherme, sai do
estacionamento e passa na catraca, as 15:22.
Guilherme vinha nervoso e ansioso há
dias.
Seu personagem, além de terminar o
romance com Yasmin, uma das personagens mais populares da novela e que, acabou
o elevando a um patamar de fama que ele sempre desejara, tinha tido reduzido
suas cenas naquela semana.
Para Guilherme, tudo era culpa de Daniella,
que estaria liderando um complô contra ele.
De acordo com Glória, o Disk
Denuncia tinha sido criado e ela fez uma historia dentro da novela pra
promove-lo, envolvendo um sequestro. Mas o Roberto Marinho restringiu o assunto
sequestro e ela precisou reescrever tudo de novo e cortar a trama que envolvia
o sequestro e aumentar então historias paralelas pra não perder o prazo da
novela. Com isso, o Bira acabou ficando fora de 2 capitulos.
Segundo alguns atores da novela, ele
já estava assediando Daniella há tempos. Sempre atras dela, a incomodando, a
cercando ao ponto das pessoas já estarem notando um desconforto dela, em ficar
sozinha com ele. Insistia em falar sobre problemas conjugais que teria,
reclamar da esposa.
A cena do termino, que iria ao ar no
dia 13 de janeiro de 1993, foi gravada e depois do fim, Guilherme teve uma
crise de choro no estúdio.
Durante a tarde de gravações, ele
chegou a entregar 3 bilhetes a Daniella no dia. Uma maquiadora comenta no
documentário Pacto Brutal da HBO Max e tambem em reportagens da época, que a
Daniela falou “ Como as pessoas podem ser assim? Querer levar o caso para um
lado que não pode ser” e que ela estava muito nervosa naquele dia.
Ele foi visto varias vezes parado na
porta do camarim das atrizes, esperando ela sair.
Um ator da novela, Sandro Siqueira,
no documentário diz que falou pra Daniella contar para a mãe que o Guilherme
estava a importunando assim que ela chegasse em casa, porque no dia seguinte
ele iria contar.
Guilherme gravou 2 cenas e pediu
para sair, dizendo que precisava ir ao Barra Shopping pegar a esposa. Mas na
verdade, foi para Copacabana, onde o casal morava, na Avenida Atlântica, esquina
da Rua Júlio de Castilho .
Paula Nogueira de Almeida filha de
Paulo Almeida, jornalista e Maria Aparecida de Almeida, fiscal.
Criada na zona sul do Rio, teve baba
ate os 13 anos e aos 15, ganhou de presente uma linha telefônica, algo
caríssimo na época. Estudava na Escola Pinheiro Guimaraes, em Copacabana, uma
ótima escola particular.
Viajava para o exterior nas férias
escolares e aos 18 anos, ganhou seu primeiro carro, um Fiat Premio. Aos 19,
ganho um apartamento dos pais, com vista para a praia de Copacabana.
Tinha um meio irmão por parte do pai
mas que não tinha contato.
Bem novinha começou a frequentar a
galeria Alaska e ir ao show dos Leopardos, onde conheceu e se apaixonou por
Guilherme.
Paula era ciumenta e possessiva.
Na véspera do Natal de 1992,
Guilherme passou a dizer em casa, que Daniella estava o assediando e que ele
estava tentando contornar a situação para não ser prejudicado.
Em uma matéria dada a revista Astral
Dia a Dia, Guilherme dizia não ser casado, não ter planos de casar ou de ter
filhos, mas que namorava, mas sem citar nomes. Ele e Paula estavam casados há alguns
meses já e ela estava grávida.
Daniella terminou de gravar suas
cenas um pouco antes das 21 e saiu junto com Marilu Bueno e Guilherme.
Marilu iria com Daniella, que a
convidou para assistir ao ensaio da peça, mas acabou indo embora no micro-ônibus
da Globo.
Um assistente de câmera, Gilmar
Marinho, foi o ultimo funcionário da Globo ao ver os 2. Ele, que tinha estacionado seu carro perto ao
de Guilherme, ao passar perto do carro, notou um lençol branco cobrindo todo o
banco traseiro.
Raul chega em casa e Daniella não
estava. Achou muito estranho porque antes de ir em casa, ele passou em frente a
Tycoon e não havia mais carro no estacionamento. Dani, como ele e a família a
chamavam carinhosamente, não iria alterar os planos dela de encontra-lo em casa
para irem juntos ao ensaio da peça no Shopping da Gávea, sem avisa-lo antes.
Ele saiu com a sua moto fazendo o
caminho até a Tycoon pela praia, imaginando que ela pudesse ter furado o pneu
do carro e estava na pista. Na Avenida das Américas, por onde ele foi para
casa, ele não tinha a visto, então talvez ela fez um trajeto diferente.
Nada. Refez todo o caminho pela
Avenida das Américas devagar, prestando atenção se via o Escort preto parado.
Nada.
Foi então para o Shopping da Gávea,
ver se ela tinha ido direto para o ensaio. Tambem nada.
Sabia que ela tinha estado com
Marcela durante o dia, então liga para ela. Marcela tinha a mesma informação
que ele. Ela iria pra casa para esperar o Raul e irem juntos ao ensaio.
Alguem do produção da peça, liga
para a casa da Glória para saber se por acaso Dani não estaria lá. Raul, já
extremamente nervoso, não pensa duas vezes, pega a moto e vai direto para a
casa da Glória.
Glória então liga para o diretor da
novela. Ele conta ter visto Daniella com a Marilu Bueno e o Guilherme de Pádua,
quando foi embora.
A Marilu não estava atendendo o
telefone então Raul e Rodrigo, irmão do meio de Daniella, pegam o carro de
Glória e vão ate a casa dela.
Marilu conta a eles que ela pegaria
uma carona com a Daniella sim, mas acabou não indo. Que Dani estava no
estacionamento conversando com Guilherme e com algumas crianças que estavam
esperando para tirar fotos com eles.
Glória liga novamente para o diretor
e pede o numero da casa do Guilherme. Ela liga para a casa dele e o que ele diz
é que quando ele saiu da Tycoon ela estava tirando fotos com algumas crianças e
que talvez ela tivesse ido visitar uma amiga. Glória pergunta se ela comentou
que iria ver alguma amiga e ele diz que não, mas que poderia ter sido isso.
O avo de Daniella liga para a
policia.
Nos anos 90, a hoje região da Barra
da Tijuca, Recreio, Jacarepaguá, Vargem Grande, Vargem Pequena, ainda não era
cheio de condomínios, prédios, mansões e super movimentada como é hoje.
A maioria dos terrenos que logo
depois se tornariam condomínios de classe media alta e de luxo, ainda estavam
em construção ou nem existiam.
Os poucos condomínios que já estavam
construídos, ainda eram rodeados de loteamentos. E era assim no condomínio Rio
Mar, que hoje além do condomínio de casas, tambem possui um Hospital.
Hugo da Silveira era advogado,
carioca, nascido e criado no Engenho Novo, um bairro do subúrbio. Mas cansado
da vida do Rio, abriu uma pequena pousada em Porto Seguro na Bahia em 1981, a
Pousada Aconchego.
Sua filha, morava na Barra da Tijuca
no Rio e ele vinha sempre para passar férias na casa dela.
No dia 28 de dezembro, fim de ano,
ele estava no Rio já há alguns dias e a tarde, levou os netos a casa da ex
mulher, avô das crianças no Leblon.
A noite, depois da novela De corpo e
alma, iria passar o filme Karate Kid III e os netos estavam doidos pra
assistir, então um pouco antes do fim do capitulo, ele foi embora pra Barra.
Não era uma distancia muito grande então daria tempo de pegar o inicio do
filme.
Quando Hugo com as crianças passam pela
Rua Candido Portinari, que dava acesso a portaria do condomínio no fim, ele vê
dois carros parados. Um Escort e um Santana. Era um pouco depois das 21:30.
Tinha acontecido um assalto em uma
das casas do condomínio e a policia pediu aos moradores para reportar qualquer
movimentação estranha e ficarem atentos. Então Hugo achou estranho dois carros
parados, desligados, naquela rua vazia, tão perto de um terreno vazio e que não
tinha iluminação.
Ele vai para a casa, deixa os netos,
mas algo estava incomodando ele. Aqueles carros não deveriam estar ali.
Hugo então decide voltar e pegar as
placas dos carros, pra depois repassar para a policia.
Ele vai de carro novamente para a
Candido Portinari com o caseiro que trabalhava na casa da filha dirigindo, pra
que ele conseguisse anotar as placas.
A rua era mao dupla então ele anotou
a placa do Santana OM 1115, que estava atras deu meia volta no inicio da Rua,
anotou a placa do Escort WI 4055 e quando passou novamente pelo Santana, quando
o farol do carro iluminou a frente, ele viu um casal, uma mulher de rosto
redondo no banco do carona e a silhueta de um homem no banco do motorista.
Ficou um pouco mais aliviado porque
pensou que era um casal de namorados. Era perigoso. Ali era muito ermo pra
ficar parado namorando, mas ficou mais calmo e foi para a casa.
O sindico, administrador do
condomínio, soube que Hugo viu os carros e que anotou as placas e por
precaução, resolve ir pessoalmente ver, mas quando passa, só havia o Escort no
local, sem ninguém dentro. Ele então liga pra policia por precaução.
Uma viatura vai ao local , com o
Cabo Nunes e o soldado Geraldo, mas ou menos as 23:46 da noite do dia 28 de
dezembro. um dos policiais fica para
preservar o carro enquanto o outro vai chamar o reforço e averiguar se seria
necessário um guincho.
O policial que ficou, soldado
Geraldo, achou melhor entrar um pouco no terreno e não ficar exposto na rua
vazia. Depois de poucos passos ele acaba pisando no corpo de uma mulher. Com
uma lanterna ele vê as pernas e achou que fosse uma menina. Os cabelos cobriam
quase todo o rosto. Era 00:15 do dia 29.
O corpo era Daniella Ferrante Perez Gazolla, assassinada
aos 22 anos de idade.
Raul volta para a casa, para saber
se Dani apareceu enquanto ele procurava na rua.
Chegando, o porteiro o avisa que um
policial da 16º delegacia foi lá procurar por ele e pediu que ele fosse
rapidamente lá.
Raul, que estava com Marilu Bueno,
vai imediatamente a delegacia que ficava no fim da Barra da Tijuca.
Ao chegarem, um dos policiais civis
contam que o carro dele foi achado. Raul imagina então que Daniella foi
sequestrada e sai para ligar para Glória e avisar sobre o sequestro.
Logo, chega na delegacia que um cadáver
foi encontrado próximo ao carro abandonado com caracteristicas muito
semelhantes ao de Daniella.
O delegado de plantão, pede pra
conversar a sós com Marilu e avisa que o corpo encontrado pode ser de Daniella.
Coube a ela, dar a noticia ao Raul.
Glória é avisada sobre onde o carro
tinha sido encontrado e logo toda a família é avisada.
Saulo, o tio de Dani, é o primeiro a
chegar ao local.
Ele pede pra ver o corpo. Andando,
ele acaba chutando o molho de chaves da sobrinha que estava caído no chão. Era
Daniella.
Raul, Gloria, amigos, primos,
colegas de novela e a imprensa, chegam ao local.
O delegado Cidade que era da 16º
delegacia, é avisado que um dos moradores do condomínio Rio Mar tinha visto
dois carros naquela noite parados lá e anotado as placas.
A policia então bate na casa , pede
para falar com Hugo e consegue as placas anotadas.
O mesmo delegado, pede ao Fabio
Assunção que o leve a Tycoon. Lá, ele pega a lista de todas os carros que
estiveram no estúdio.
Uma delas chama a atenção dele. Um
carro com placa LM 1115. O carro de Guilherme de Pádua.
No controle do estacionamento, o
Santana entrou as 16:59 e saiu as 19:35. O Escort entrou as 15:20 e saiu as
21:00.
O vigia do estacionamento Fernando
Batista disse que o Santana voltou uma segunda vez mas não foi registrado no
controle. Ele teria deixado o carro em local fora do estúdio ou não
registraram. Mas o vigia, disse que viu o Santana saindo da Tycoon por volta
das 21.
A policia no primeiro momento,
imaginou que Dani havia sido vitima de um latrocínio. Abriram a mala do carro e
a bolsa dela e a pochete não estavam.
Duda Ribeiro liga para o Guilherme
avisando que Dani tinha sido encontrada e pedindo que ele fosse ate a delegacia
porque a policia queria conversar com os atores.
Ele foi, junto com Paula, no Santana azul.
Quando ele chegou, varias pessoas
foram direto nele, afinal ele foi o ultimo a vê-la.
Raul foi falar com ele, imaginem uma
coisa dessas.... O Guilherme consolou o Raul, abraçou, disse que quem tirou
foto com ela eram só crianças, desejou Força....
Como não seriam tomados depoimentos,
todo mundo foi embora. Mas Guilherme pediu que Marcela, ligasse caso descobrissem
algo sobre os assassinos.
Alguns dizem que durante o tempo lá,
ele diversas vezes perguntou como ficariam as gravações do dia seguinte.
Mas, de acordo com Claudia Raia, que
estava na delegacia, ela viu uns arranhões nos braços do Guilherme.
O Brasil acordou no dia 29 de
dezembro de 1992, com um plantão da Globo informando sobre o brutal assassinato
de Daniella Perez. Nem a noticia, no mesmo plantão, da carta renuncia do
Fernando Collor, conseguiu impactar o pais tanto quanto aquele crime.
O velório e enterro foram no dia 29,
no cemitério São Joao Batista em Botafogo.
Gloria já sabia que a policia tinha
certeza do envolvimento de Guilherme no homicídio, mas não contou a ninguém.
Naquela manha, eles iriam a casa
dele busca-lo para irem a delegacia.
Entre 3 a 4 mil pessoas foram ao
velório. Foram 8 horas de velório na capela 1 do Cemitério. A Globo contratou
50 seguranças mas nem eles, nem o reforço do Batalhão da PM de botafogo foram
capaz de conter as pessoas.
As 5 da tarde, na sepultura 14.276,
jazigo perpetuo da família Saupiquet Perez, Daniella foi enterrada, com uma
bandeira de Caprichosos de Pilares em cima do caixão e vestida com um lindo
vestido branco.
Foi ainda no velório, que se soube
que Guilherme tinha sido detido.
Ao ligar para a casa dele, como
prometido, Marcela foi informada de que ele estava sendo levado pelos delegado
Serrano para a delegacia.
Por dias, as pessoas ficaram indo na
Rua Candido Portinari como procissão, indo rezar, deixar flores, uma
lembrança...
Teve um taxista, Carlos Lemelle, que
jurava ter sido curado de um traumatismo ósseo no pe esquerdo, depois de rezar
pedindo a cura a Daniella.
Guilherme estava dormindo quando a
policia chegou no apartamento dele antes das 7 da manha. Ele perguntou se poderia
ir mais tarde um pouco, mas ele foi levado acompanhado pelo sogro.
Por um bom tempo, Guilherme negou saber
de algo. Ele saiu da Tycoon a tarde e foi direto para o Barra Shopping. Ficou
com a esposa. Até que soube que uma testemunha viu seu carro no local, anotou
as placas...
Guilherme pede que todos saiam e
ficassem somente ele e o delegado Mauro Magalhaes. Ele confessa e é preso em
flagrante delito.
A primeira versão dele era de que
ele e Daniella estavam sozinhos na Candido Portinari. Entram em luta corporal.
Daniella pegou a tesoura no porta luvas do Santana e tentou ataca-lo. Ele a
desarmou e deu uma gravata nela que acabou a asfixiando. Achando que ela estava
morta, a golpeou com a tesoura.
Os golpes foram ora pra simular um
assalto ora pra tentar fazer uma traqueostomia nela, dando golpes no pescoço.
Várias fotos dos machucados dele
foram tiradas.
Guilherme insistia que Daniella o
estava assediando insistentemente e que ele estava preocupado como fato dele se
esquivar, estar prejudicando seu personagem.
Ela o levou ate aquele local. Ela o
agrediu. Ele era praticamente uma vitima.
Ela o agrediu, o arranhou, começou a
chorar revoltada por estar sendo rejeitada. Ele vai no carro pegar um lenço
para ela limpar o rosto é quando ela ve a tesoura e o ataca, tentando mata-lo,
porque se não fosse dela, não seria de mais ninguém. Uma clássica cena de novela.
Tentando forjar uma tentativa de
assalto, ele dá vários golpes no peito dela.
Guilherme fica detido na cela 2 da
delegacia.
E na delegacia deu diversas
entrevistas. Sempre insinuando que Daniella estava querendo ter um caso com ele.
Quando chegou na delegacia ele posou para as fotos da imprensa.
Durante esse periodo na delegacia, ele
pede pra ligar para a esposa. No telefone, a policia ouvia a conversa e ele diz
pra ela ficar calma que ele estava segurando tudo. O delegado Cidade entende
que Paula tem envolvimento no crime.
Ele pede os policiais Valdir e
Nelson voltem a casa de Guilherme e
tragam Paula.
De acordo com eles, eles insinuam a
ela, que o marido havia confessado tudo e ela confirma que estava no local mas
que quem matou Daniella foi o marido. Que ela jogou a bolsa e a arma do crime
no mar.
Os policiais a levam para a
delegacia que já estava tomada de jornalistas.
Eles mantem ela, a mãe e uma amiga,
Maria Rita, no estacionamento. Então o
delegado achou melhor manda-la para a 15º delegacia para que o depoimento dela
fosse ouvido, mas chegando lá, ela se negou a responder qualquer coisa. Só
falaria em juízo.
No dia 30, a juíza Marcia Alvarenga,
ordenou a soltura de Guilherme, depois de um pedido da defesa. Lembram que ele
foi preso em flagrante delito? Eles utilizam isso para pedir sua soltura, já
que o crime já havia sido praticado e ele não foi preso em flagrante.
Ele saiu da delegacia mas o recurso
do MP foi imediato e a soltura revogada.
Começou a caça por Guilherme de
Pádua no Rio, em Belo Horizonte e ate em Goiás.
Ele acabou se apresentando no
tribunal de plantão judicial.
Mais de 200 pessoas estavam na porta
da delegacia ameaçando invadir. O Alexandre Frota e o Mauricio matar precisaram
tentar acalmar as pessoas que pediam justiça.
A prisão preventiva foi decretada no
dia 09 de janeiro.
Paula tinha sido liberada após se
negar a falar. Ela foi para a casa de
uma tia na Tijuca e na madrugada do dia 31 de dezembro, se internou na Clinica São Marcelo na zona sul
do Rio, alegando estar em estado de choque e precisar ser sedada.
Isso não impediu a emissão da prisão
temporária dela.
O ginecologista Fernando Pedrosa deu
alta clinica a Paula que foi presa e levada para a delegacia de mulheres em
Santa Tereza.
A versão dos advogados de Paula era
a de que ela ficou a tarde e inicio da noite no Barra Shopping. Guilherme a
deixou lá. Só indo busca-la a noite.
O laudo do exame necroscópico,
preparado pelos peritos Abrao Lincoln de Oliveira e Nereu Gilberto Neto, apontou de 16 a 20 ferimentos por arma branca,
concentrados no seu seio esquerdo e pescoço, por um objeto perfurocortante,
provavelmente um punhal. O tênis e a calça dela tinham sinais de arrasto e
barro.
Foi realizada pericia na placa do
Santana que confirmou a adulteração de uma das letras, no caso o L,
transformando em O, com uma fita adesiva, uma fita isolante.
Sabia-se que crianças haviam sido as
ultimas pessoas a verem Daniella e Guilherme na Tycoon. Raul faz um apelo na Tv
pedindo que elas se apresentassem.
O pai das meninas procura a policia
para contar o que aconteceu e entregar as fotos, com os rostos das meninas
raspado, pra que não fossem expostas.
Elas ficaram no estacionamento
esperando até umas 9 da noite. Tinham ido levadas pelo motorista da família,
Joao Faustino.
Tiraram as fotos com os dois e
seguiram o carro de Guilherme até ele parar
no acostamento do posto Alvorada, que ficava perto da Tycoon.
Aquela informação corroborava uma
informação que Gloria tinha recebido a noite, no dia do enterro da filha,
atraves de uma ligação anônima dizendo que ela procurasse os frentistas do
posto que eles tinham visto tudo.
Gloria começa a ir insistentemente
ao posto e acaba descobrindo que todos os que trabalharam naquele turno, foram
demitidos.
Ela consegue descobrir onde um dos
frentistas morava, o Flávio Bastos, numa comunidade ali mesmo na Barra.
No documentário é mostrado o quanto
a Gloria insistiu para que os frentistas falassem com ela e concordassem em
depor.
Finalmente, Flávio é encontrado e atraves
dele, Gloria localiza Danielson.
Os dois dizem que um Santana azul
entrou no posto e ficou entre a saída e a entrada, no acostamento. Um pouco
depois, um Escort parou para abastecer e saiu em direção a Barra. O Santana
cerca o Escort, viram Daniella levando
um soco, uma gravata e sendo colocada dentro do Escort, no banco do carona,
enquanto o Guilherme assumia o volante do Escort e o Santana saia logo atras o
seguindo.
As meninas que tiraram as fotos com
o Guilherme no Barra Shopping tambem aparecem e dizem que o encontraram por
volta das 14: e que ele estava com a
mesma roupa: calça jeans, blusa vermelha.
Só que, a roupa entregue pelo
Guilherme como a usada no dia, era uma blusa azul, mas com a policia
conseguindo as fotos tiradas naquele dia com os faz, descobrem que ele entregou
a roupa errada.
Faltava encontrar o frentista que
lavou o carro, Antônio Clarete. Ele lavou o Santana em torno das 22:30. Tinha
uma mancha de sangue no banco do carro que ele lavou com agua, querosene e
esponja. Como gorjeta, ganhou 3 vezes o valor da lavagem.
Guilherme passa por um exame de
corpo de delito quando foi preso, que pra mim sinceramente achei a coisa mais
bizarra.
Ele e Paula, uns 15, 20 dias antes
do crime, foram ao estúdio Helio Tatto, para se tatuarem. Pediram os seus
signos nos tornozelos esquerdo, o que ate ai tudo normal e tambem pediram que seus
nomes fossem tatuados nos órgãos genitais um do outro.
Guilherme tatuou o nome de Paula no
pênis dele, e ela, o nome de Guilherme, na virilha.
A tatuagem dele começava no inicio
do pênis, perto da glande com um P maiúsculo e as outras letras minúsculas, com
uma linha azul e preenchimento em vermelho.
A ideia das tatuagens parecia ter
sido de Paula, para que eles ficassem unidos para sempre. Unidos não sei, mas
marcados com certeza.
Muito se especulou como ficaria a
novela depois de tudo aquilo. Continuaria sendo exibida ou não?
A decisão de Globo foi de manter.
Ela tinha contratos de publicidade, contrato com uma emissora portuguesa que
transmitia a novela simultaneamente em Portugal e não poderia quebrar esses
contratos.
Glória foi substituída por Gilberto
Braga e Leonor Basseres por 1 semana.
As gravações voltaram 2 dias depois.
A cena do termino entre Yasmin e
Bira nunca foi ao ar. Somente as cenas em que eles contracenavam com outros
atores ou estavam sozinhos. Em Minas, um juiz chegou a a proibir as cenas do
Bira em algumas cidades.
Os atores não gostam muito da
decisão da emissora em manter as cenas de Guilherme.
A ultima cena em que o personagem
Bira aparecia, foi ao ar 1 semana depois do crime, o nome dele foi citado pela
ultima vez no capitulo 144, duas semanas depois.
O personagem simplesmente sumiu. Não
foi dado um fim para ele.
Yasmin ficou na novela por mais 15
dias. A solução dada foi ela viajar para os Estados Unidos e virar uma
dançarina.
A ultima cena que Daniella havia
gravado era ela sozinha no quarto, chorando, segurando uma foto de Caio.
No fim dessa cena, que foi ao ar no
dia 19 de janeiro de 1993, quase 30 anos atras, aparecia um clipe com os
melhores momentos da carreira dela e com alguns atores falando sobre ela.
No ultimo capitulo, foi feita uma
homenagem a ela em um vídeo de 1 minuto e meio, com Stenio Garcia narrando um
texto escrito por Gloria Perez.
A cobertura da imprensa sobre o caso
foi além de massiva, muitas vezes cruel, sensacionalista.
Daniella era constantemente
confundida com Yasmin e Guilherme com Bira, como se a historia da novela, tivesse
sendo continuada no crime.
As matérias eram quase sempre
fazendo alusão aos nomes dos personagens e com fotos dos personagens, juntos,
como se o crime fosse passional, e Bira tivesse matado Yasmin, não Guilherme de
Pádua assassinado Daniella Perez.
Muitos chegaram a culpar Gloria pela
morte da filha ou, como diziam, pela co participação, já que ela era escritora
da novela. Como se escrever a novela, tivesse sido a razão da morte da filha,
não a loucura de um casal de psicopatas.
O arcebispo de Salvador chegou a
escrever um artigo, que entre tantos outros absurdos, colocava sobre Gloria, a
culpa da perda da filha.
Saulo, precisou escrever uma nota a
imprensa, rebatendo o arcebispo sem noção e sem empatia.
A policia começa a ouvir
testemunhas.
Duas disseram ter visto Guilherme na
praia de Copacabana por volta das 23 horas fazendo cooper, tranquilamente.
Luzinete, que trabalhava no
apartamento onde Guilherme e Paula moravam foi ouvida sobre o que poderia ter
visto ou ouvido.
O empregado do prédio do casal,
Cesarino do Nascimento, depõem. Ele viu os 2 saindo com um lençol branco e
travesseiro no começo da noite.
A policia tinha muita duvida sobre a
premeditação do crime. Se a placa tivesse sido adulterada antes, comprovasse
a premeditação. Guilherme então sabia que iria mata-la.
Guilherme ficou 1 ano preso na 16ª
delegacia. Depois foi para a Polinter. Eram ele e outros 16 detentos na cela. Depois,
foi para o presidio Ary Franco em Agua Santa, no subúrbio do Rio.
Paula ficou poucos dias na delegacia
em Santa Tereza. Foi para Polinter em Niterói e depois transferida para a
Penitenciaria Talavera Bruce, em Bangu, já que estava grávida.
Felipe Thomaz nasceu na Maternidade
Fernando Magalhaes, que fica em São Cristóvão, em maio de 1993 e precisou ficar
na incubadora.
Paula teve permissão para ficar com
ele no hospital.
Quando teve alta, mãe e filho foram
mandados para a Polinter, que recebeu uma reforma para recebe-los.
Felipe ficou com a mãe no presidio
por mais ou menos 1 ano e meio.
A Comissão dos Assuntos da Mulher da
Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, organizou uma investigação sobre todo
o caso, convocando os delegados e os envolvidos, para explicarem o inquérito e
as medidas tomadas durante a investigação. A propagação de que, Daniella procurou
o que aconteceu por estar em uma rua como aquela com um homem, a constante
insinuação da defesa de que ela estava traindo o marido e como a comissão via,
o machismo dos delegados em relação ao caso, estava incomodando grande parte do
publico feminino.
Um teste de luminosidade tambem foi
feito pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli para constatar que Hugo
conseguiria ver o carona do Santana como ele havia afirmado.
Hugo, dias depois do crime ganhar
toda aquela repercussão, vê a foto do casamento de Guilherme e Paula e ele
identifica Paula, como a mulher de rosto redondo que ele viu naquele dia.
Vários pedidos de libertação foram
pedidos por ambas as defesas. Todos indeferidos.
A 1ª audiência de instrução começou
no dia 15 de janeiro de 1993.
O 1º a falar foi Guilherme. Continuou
dizendo que matou sozinho, que a esposa não estava lá.
Foi durante essas audiências de
instrução, que separados somente por um oficial de justiça, Guilherme e Paula,
já uma gravidez bem aparente, ficaram se acariciando. Por um momento que o
oficial se levantou, chegaram a se abraçar, se beijar.
O juiz Moacir Pessoa, pronunciou
Paula e Guilherme. Eles seriam julgados pelo Tribunal do Júri.
A Paula acabou dando, meses depois,
uma entrevista ao Aqui Agora do SBT. E foi depois dessa entrevista que a versão
de Guilherme mudou drasticamente.
Ela chama Guilherme de psicopata, o
acusa de ter tentado envenenar os pais dela, de ter enviado a irmã, Simone,
para pedir que ela assumisse a culpa porque na época, era menor de 21 anos.
Logo depois, Guilherme começa a dar
varias entrevistas deixando claro que a, agora, ex esposa, estava no local do
crime. E não só isso, tinha participado ativamente.
Só que Guilherme a cada entrevista
apresentava uma versão diferente.
Na primeira, Paula foi quem golpeou
Daniella. Ela se escondeu no carro para ouvir os marido e a Daniella e ter
certeza de que os dois não estavam tendo um caso. Depois de ouvir a conversa,
ela perdeu a cabeça, saiu do carro e começou a golpear Daniella, ele, ficou
assistindo sem reagir.
Na outra versão, Paula a golpeou com
uma tesoura enquanto ele tentava separar as duas, que começaram a brigar. Ele
deu uma gravata em Daniella e acabou a sufocando.
Ainda houve uma terceira versão,
onde ele deu uma gravata em Daniella e achou que a tivesse matado, porque ela
ficou toda mole no chão. Foi no carro adulterar a placa e não viu quando Paula
saiu do carro, e começou a golpear Daniella, justificando que era pra acharem
que um fã fanático teria a matado.
O jornalista Sergio de Souza
escreveu um livro O crime da novela das oito, bem no momento em que tudo
acontecia, bem no começo de 1993. A família de Daniella entrou na justiça para
conseguir uma liminar sob o direito a privacidade e não permitir a venda dele.
Mas depois de varias conversas, eles
autorizaram o livro contanto que na capa, não tivesse a foto de Daniella.
Muito se questionava sobre a arma do
crime, que Guilherme dizia ter sido jogada no mar. O pai de Paula, dizia que no
carro sempre tinham tesoura, porque a filha gostava de tomar leite no carro e
usava a tesoura pra abrir o saco do leite.
A policia defendia que havia sido usado um punhal. Fato é de que, nunca
se teve certeza do que foi usado e ela nunca foi encontrada.
O defensor publico, que começou a
defender Guilherme depois que ele se separa de Paula e fica sem advogados, Paulo
Ramalho, começa um verdadeiro circo. Ele primeiro surge com uma provável fita
de vídeo de um provável churrasco, que provaria que Guilherme e Daniella se
conheciam antes da novela e que haviam ate mesmo namorado. Depois, de que o diretor alemão que o dirigiu no filme Via
Appia, teria presenciado o namoro, o que claro, o diretor negou.
Em 1995, Guilherme diz ter se
convertido na Igreja Universal.
Ele da entrevistas a Gloria Maria,
Paula ao Pedro Bial. Sempre negando estar no local.
O julgamento tinha sido inicialmente
marcado para o dia 19 de agosto de 1996. Mas foi desmembrado e só começaria em 1997,
quase 5 anos depois do crime.
Guilherme, resolveu escrever um
livro, de 269 paginas, que se chamaria A
historia que o Brasil desconhece. Todo escrito em 3ª pessoa. Em um trecho ele
chega a contar que 1 mês antes, se masturbou pensando em Daniella.
Gloria obviamente, foi a justiça
pedir que o livro fosse proibido.
O ministério publico com os
promotores Mauricio Assayag e José Muinos Pineiro Filho, denunciaram os dois
por homicídio duplamente qualificado, motivo torpe e impossibilidade de defesa
da vitima.
Eles narravam que, no inicio da
noite, o casal saiu de casa em Copacabana juntos, com Paula escondida no carro.
Ele ficou a espreita dela no posto Alvorada e fechou o carro dela. Ele sai do
carro, Daniella tbm. Ele da um soco nela que a desmaia. Ele a coloca no banco
do carona do Escort e sai dirigindo com Paula atras dirigindo o Santana.
O perito Abrao Lincoln em uma
entrevista foi perguntado sobre uma lesão no rosto de Daniella que a defesa do
Guilherme dizia ter sido causado por Raul Gazolla. Ele diz que ela tinha uma
lesão abaixo do olho esquerdo que era de 5 a 6 dias antes de sua morte, mas que
as do olho direito e a do maxilar, foram na hora do homicídio, provocadas por
uma ação contundente.
Já Mauro Ricart, outro perito do
Instutito Eboni que não participou da pericia, foi a TV dizer que achava
mentirosa o depoimento do Antonio Cadete que lavou o carro. Ele diz que a
pericia não achou vestígios de sangue nos bancos, sem mencionar que a pericia
so foi feita 14 horas depois do crime, porque o carro, não foi confiscado na
prisão de Guilherme. Ele foi levado pra casa pelo sogro.
Em 1990 foi promulgada uma lei que
tipificava os crimes considerados hediondos, como sequestro, latrocínio, a
maioria crimes patrimoniais. A lei 8.072.
A Gloria começou uma campanha
nacional para incluir o homicídio qualificado como hediondo atras de
assinaturas.
Foram meses recolhendo assinaturas
por todo o pais e no dia 05 de dezembro de 1993, ela entregou nas mãos do
presidente da Câmara dos Deputados, Inocêncio de Oliveira, um abaixo assinado
com 1 milhão e 300 mil assinaturas.
Depois de tanta luta, tanto esforço,
eles tinham conseguido.
O projeto de lei foi votado em
setembro de 1994 e virou a Lei Ordinária 8.930 de 1994.
O julgamento começou no dia 22 de
janeiro de 1994, as 14:07 em ponto.
Os dois acusados entraram juntos, ele
primeiro, ela depois. Paula ficou o tempo todo de costas pra ele, uma completa
diferença da ultima vez que os dois estiveram juntos dentro de um plenário do
tribunal.
O caso acabou sendo desmembrado. Ele
seria julgado naquele momento e ela, em maio.
A versão que Guilherme deu no
julgamento era de que Daniella combinou com ele de irem conversar naquele
lugar. Paula estava lá para ver que não havia traição da parte dele. Ele chegou
ate a dizer, que Daniella, tinha ameaçado de matar Paula, quando ele a
rejeitou, dizendo que iria a cortar em 6 pedaços para que a alma dela não
pudesse ter paz.
O livro que ele escreveu e que teve
sua venda proibida, foi entregue uma copia a cada um dos jurados, para que
lessem.
Não adiantou tentar culpar a vitima.
Guilherme, por 5 a 2, foi condenado
por homicídio duplamente qualificado em um julgamento que durou 68 horas, a 19
anos de prisão.
Só pra vocês entenderem, acho que já
falei aqui mas vale explicar novamente: naquela época, condenados a mais que 20
anos, podiam pedir automaticamente, um novo julgamento, então grande parte dos
juízes, não dosava a pena a mais de 20 anos.
No dia 14 de maio de 1997, Paula foi
ao tribunal do júri.
Na sua versão dos fatos, ela foi com
Guilherme ao Barra Shopping por volta das 14 horas, lancharam, ele tirou fotos
com fãs e foi para o estúdio, deixando ela lá e combinando de pega-la entre as
21 e as 21:30.
Glória, encarando Paula durante julgamento
Os dois estavam casados a 7 meses em
dezembro de 1992. No apartamento, os pais dela tambem moravam.
Mesmo tendo combinado de pega-la as
21 na entrada A do shopping, ele so chegou as 22, precisando ate pedir para
liberarem a cancela, devido ao horário.
O advogado de Paula, era filho do
Ronaldo Machado, famoso advogado que atuou no caso da Dana de Teffé.
Ela tambem conta que ele ligou da
delegacia pedindo pra ela lavar as roupas dele e que ela não sabia de nada.
Teve diversas crises de choro e
chegou a ser retirada por reclamar de cólicas fortes.
Depois de 1 hora e 45 minutos de
deliberação, por 4x3, ela foi condenada a 18 anos e 6 meses.
Guilherme cumpriu 1/3 da pena e saiu
da cadeia no dia 14 de outubro de 1999 depois de ficar preso 6 anos, 9 meses e
20 dias.
Paula pediu o semiaberto em outubro
de 1998 e foi autorizada a ter as 35 saidas do presidio no ano.
Ela terminou o ensino médio a
distancia. Passou para o vestibular de Direito da Universidade Salgado de
Oliveira mas a justiça não a autorizou a estudar.
Teve um poema seu em 6º lugar em um
concurso com mais de 300 textos.
Sua pena foi reduzida em dezembro de
1998 para 15 anos.
Foi solta em 6 de novembro de 1999,
depois de 6 anos e 10 meses presa.
Atraves de um decreto presidencial,
do FHC, ambos foram agraciados com o perdão presidencial em 2002.
A Paula se matriculou no curso de
administração da Universidade Candido Mendes em 2000. Mas acabou formando-se em
Direito.
Em 2001, casou-se com Sergio Rodrigues
Peixoto, mudando seu nome para Paula Nogueira Peixoto. Teve outros 2 filhos.
Ela pediu na justiça o direito ao
esquecimento mas foi negado pelo STJ em 2020.
Felipe, foi adotado pelo padrasto e
tanto o nome de Guilherme quanto de seus avos paternos, foram retirados da sua
certidão de nascimento.
Guilherme casou-se novamente algumas
vezes. A primeira com uma produtora de moda chamada Paula, em março de 2006. Trabalhou
como gerente de TI. Separou-se em 2014.
Em 2016, os dois, condenados pelo
assassinado, foram julgados a pagar R$ 440 mil de indenização a Gloria e ao
Raul por danos morais, enterro, funeral, advogados.
Ele novamente se casa em 2017, com
Juliana Lacerda.
No mesmo ano, foi alçado pastor na
Igreja Batista da Lagoinha em BH.
Ano passado, perto do lançamento do
documentário da HBO Max, ele postou um vídeo no canal dele no Youtube, falando
sobre o documentário quase em tom de ameaça, se sentindo injustiçado por não
ter sido ouvido. Queria aparecer.
Guilherme morreu de infarto, no dia
06 de novembro de 2022 em casa. Estava no Ministério Recomeço que atuava em
presídios de BH.
Foi enterrado no dia 07, no Cemitério
Parque da Colina. Tinha 53 anos.
Fila a espera do velório de Guilherme de Pádua
Algumas
curiosidades: o local onde ficava a antiga Tycoon, pegou fogo em junto de 2014.
Hoje é tipo um shopping, com varias lojas, bem pertinho do aeroporto de
Jacarepaguá e do Barra D’Or, que acabou ficando famoso devido ao caso Henry
Borel.
O pai de Daniella, Luiz, morreu em
1994 de leucemia. Gloria em uma entrevista conta que ele definhou depois da
morte da filha.
Rafael, filho caçula de Gloria e
Luiz, faleceu aos 27 anos, em 2002, por complicações de uma cirurgia para
reverter uma torção intestinal.
Lá em 1993 e por vários anos, muito
se falou que o homicídio de Daniella teria sido por um ritual satânico, que o
sangue dela tinha sido usado e por ai vai.
A empregada do casal contou que eles
mantinham santo em casa, um preto velho, que ele tinha um guia, chamado Chico
Preto, que era de Montes Claros, em Minas, tem vários testemunhos de guias e
coisas que ele usava, o santo, a imagem do preto velho, estava ate em pedaços
quando a policia foi ao apartamento buscar Paula, mas como eu já disse no
episodio do menino das agulhas, independente do Guilherme e Paula na época,
serem de alguma religião de matriz africana, de terem santos ou orixás ou o que
quer que fosse, o crime foi por ganancia, por despeito.
A pochete com os dólares que a
Daniella tinha no dia nunca foi achado. Houve denuncias de que o dinheiro tinha
sido distribuído na 16º delegacia, mas a mesma escriva que os jornais disseram
ter feito a denuncia depois negou então acabou ficando o dito pelo não dito.
A Gloria fez um blog, com todas as
informações sobre o caso tambem, ele parou de ser alimentado em 2010, mas vale
a pena ir conferir, vou deixar la no blog pra vocês.
As fontes desse roteiro serão
disponibilizadas no post do blog. O livro que eu li de Bernardo Braga
Pasqualette, esta no nosso grupo do Telegram, vale a pena ler, é super
detalhado, tem entrevistas com a família, com os envolvidos... E assistam o
documentário da HBO Max, Pacto Brutal que esta muito bom tambem.
Fontes de Pesquisa
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