T02 Ep10 O caso Bernardo Boldrini

 O caso
















                Bernardo Uglione Boldrini, nasceu no dia 06 de setembro de 2002, em Santa Maria, cidade no Rio Grande do Sul.

 




                Bernardo era filho de Odilaine Uglione e Leandro Boldrini.

 

                Leandro, nascido no dia 29 de maio de 1975, era filho de Amelia e Irildo Boldrini. Eram pequenos agricultores de soja, milho e trigo e moravam em Campo Novo, a uns 34 km de Três Passos. Ele tinha outros dois irmãos mais velhos, Paulo e Vilson.

 




                O pai, acreditava que Leandro, precisava estudar ao invés de trabalhar na lavoura e se esforçou para que ele tivesse a melhor educação que ele pudesse pagar. Ele o matriculou no Colégio Ipiranga, uma escola particular em Três Passos. Leandro ia e voltava para a escola de van. Ele era um aluno muito dedicado. Chegou a estrelar um comercial da escola nos anos 80.

 

                Depois de concluir o ensino médio, ele foi estudar em Santa Maria para fazer 6 meses de pré-vestibular. Foi aprovado para o curso de Medicina na Universidade Federal de Santa Maria em 3º lugar. Ele se formou em 1999.

 

                Leandro e Odilaine se conheceram no Hospital Universitário de Santa Maria.

 





                Odilaine era auxiliar de enfermagem. Leandro ainda era estudante de medicina.

 

                A mãe de Odilaine, Dona Jussara Uglione, era contra o namoro deles.

 

                Os dois vão morar em Campo Novo, cidade natal do Leandro.

 

                Um ano depois, no dia 06 de setembro de 2002, no Hospital em Santa Maria, nasceu Bernardo.

 


 

                Dona Jussara foi morar em Capão da Canoa, no litoral do Rio Grande do Sul e só conheceu Bernardo quando ele tinha 3 anos.

 




                De Campo Novo, Odilaine e Leandro foram morar em Passo Fundo, enquanto ele fez fazia especialização em cirurgia.

 

                Logo depois do nascimento do filho, os 3 foram para a cidade de Três Passos.

 











                Leandro era o único cirurgião da cidade.

 

                Nesse periodo, Leandro foi trabalhar no Hospital de Caridade em Três Passos e abriu uma consultório médico e depois, uma pequena clinica.

 

                Em 2009, Leandro pede o divórcio. Ele e Odilaine já estavam casados há 11 anos.  

 




                Odilaine, pede uma pensão para ela e Bernardo no valor de R$ 8 mil e, na divisão dos bens, ela pleiteava tambem o valor de R$ 1 milhão e 500 mil na divisão da partilha.

 

                Odilaine, segundo testemunhas, tinha depressão e uma personalidade forte. Além de outros problemas psicológicos. Não encontrei nada sobre, se ela estava fazendo terapia ou tinha procurado ajuda psicológica.

 




                No dia 10 de fevereiro de 2010, Odilaine vai até o consultório de Leandro. Pela manhã, segundo a mãe dela, elas se falam. Odilaine conta que o acordo já estava concluído, ele seria assinado naquele dia e que ela estava procurando uma casa para que ela, a mãe e o filho, pudessem ir morar juntos e tinha contrato uma empresa de mudança, de Santa Maria, para começar a mudança dela naquela tarde.

               






                A secretaria da clinica e uma outra testemunha, dizem que quando ela chegou, ele não estava. Ela entrou, pediu que não avisassem a ele e foi direto para o consultório. Leandro chegou em seguida. Depois, se ouviu um tiro, Leandro saiu correndo gritando, mandando todo mundo sair, dizendo que a louca estava lá. A clínica estava cheia.

 

                A polícia, concluiu, que Odilaine havia cometido suicídio.

 

                Odilaine deixa uma carta, escrita um dia antes, onde dizia:

 

“ Leandro, tu destruiu a minha família, meus sonhos, minha vida. Não precisas mais de advogados pra ti ficar com a casa, com a moto como tu queria. Fique com tudo, faça bom proveito, já que isso é mais importante que a família.”

 




 

                Odilaine morreu com um tiro na boca, com um revólver calibre 38. A arma havia sido comprada dois dias antes.

 





                Na semana anterior, ela tambem tinha ido a delegacia fazer um boletim de ocorrência de ameaça. Uma ex baba de Bernardo, estaria a ameaçando. Elaine Pinto foi babá entre 2007 e 2014.

 

                O filho de Elaine, Maicon tambem a teria ameaçado. A primeira ameaça teria sido atraves de uma rede social. Maicon disse para ela o adicionar como um “amigo eterno”. Depois, enquanto estava em uma padaria, ele mandou uma mensagem dizendo para ela aproveitar o lanche porque seria o último.

 




                Elaine, tambem mandou que uma outra mulher, avisasse a Odilaine, que ela seria infernizada até o fim da vida.

 

                Antes da sua morte, ela contratou um detetive particular. Ele juntou provas de que Leandro estava traindo Odilaine, inclusive, a traindo além de outras mulheres, com Graciele Ugulini.


                A depressão da Odilaine, os problemas que ela tinha, não só na vida pessoal dela, mas, os que ela estava tendo no casamento, teriam ocasionado que, de uma certa maneira, a atenção dela ao filho, diminuísse. Há relatos de que pra chamar atenção da mãe, que tinha cachorros e adorava eles, Bernardo chegou a comer a ração dos cachorros, das vasilhas deles, pra que ela de alguma maneira prestasse atenção nele, pra chamar atenção mesmo, dos pais. Mas como eu disse, são relatos.

 





                No laudo necroscópico dela, o médico legista relata lesões no antebraço direito, lábio inferior, vestígios de pólvora na mão esquerda, mesmo ela sendo destra.

 


                Como eu disse, a polícia na época, entendeu que era suicídio, assim como o Ministério Público então, Leandro não foi acusado ou sequer chegou a passar por exame ou algo parecido. Segundo ele, quando ele entrou no consultório, Odilaine sacou a arma e ele tentou se defender, correu até o corredor e tentou acionar um alarme que tinha lá., saiu correndo e só ouviu o barulho do tiro.

 

                Dois dias antes do suicídio, 4 saques foram feitos da conta da clínica. Os saques, todos feitos no caixa, somam R$ 55 mil reais, 3 saques de R$ 15 mil e 1 saque de R$ 10 mil.

 

                Após a morte da filha, Jussara viu o neto só mais uma vez em 2010 e depois, somente em janeiro de 2014, quando Bernardo foi passar o Réveillon na casa da madrinha, Clarissa, em Santa Maria, e apareceu na casa da avó. Leandro não permitia mais o contato dela com o Bernardo.

 



                Logo após a morte de Odilaine, Leandro disse que ficaria sozinho. Ele contratou uma baba para cuidar de Bernardo, levar na escola...

               





                Porém, não demorou nem 1 mês, para ele assumir o relacionamento com Graciele, conhecida pelos mais íntimos, como Queli.

 



                Graciele Ugulini, nascida no dia 10 de junho de 1977, era da cidade de Santo Augusto, entre Três Passos e Ijui, no Rio Grande do Sul.

 




                Até os 15 anos ela morou com os pais, depois foi para Ijui, uma cidade um pouco maior, estudar em um internato. Ela fez faculdade de enfermagem em Ijui. Quando se formou foi para Porto Alegre trabalhar, mas voltou depois para o noroeste do Estado. Trabalhou em uma aldeia indígena por um tempo. Morou em Frederico Westphalen por quase um ano, onde conheceu Edelvânia Wirganovicz, que mais pra frente, vamos falar mais sobre.

 




                Depois desse um ano, foi para Três Passos.

               

                E trabalhando em um posto de saúde, ela conheceu Leandro Boldrini. O que amigas dela dizem, é que ela sempre falava sobre namorar médicos, casar com um. Ela chegou a namorar vários médicos. Era algo que ela almejava pra ela.

 

                De acordo com a investigação do detetive particular contrato por Odilaine, Graciele e Leandro começaram a se encontrar ainda no ano de 2009.

 




                Odilaine faleceu em fevereiro de 2010. Leandro e Graciele assumiram o namoro em abril de 2010. E logo começam a morar juntos.

 

                No início, Graciele procurou se dar bem com Bernardo. Manter uma relação de proximidade, de atenção.

               




                Nessa época, Leandro era diretor do Hospital de Caridade de Três Passos como Diretor Técnico. Ele era o cirurgião-geral. Além de trabalhar na sua clínica particular.

 




                Mas, Bernardo não gostava de Graciele. E vamos lembrar que, ele tinha perdido a mãe há 3 meses. Era um menino carente de atenção. E logo tem outra mulher na vida do pai, que alegava falta de tempo pra ele. E não só na vida do pai: na casa dele. Ele não tinha mais contato com a avó materna, um elo com a mãe. E ele tinha 7 anos quando perdeu a mãe.

 




                Quando Leandro contou que iria casar, a mãe do Leandro, avó paterna dele, conta que ele disse que era melhor esperar ele morrer pra depois casar, porque era nítido que ele não gostava da Graciele.

 





                Bernardo começa a ficar muito tempo fora de casa. Ele procurava abrigo na casa dos amigos da escola, como na do amigo dele, Lucas e na casa do casal José Carlos e Jussara Petry , a tia Ju, como ele chamava.

 






                O abandono tanto afetivo quanto material era notado pelas pessoas próximas do Bernardo.

        



       

                Ele estava sempre de uniforme, raras vezes viam ele com roupas normais. Uniformes inclusive, dados pelo casal Petry.

 





                A Tia Ju, era vizinha de Odilaine e Leandro desde que Bernardo era bem pequenininho, então ela acompanhou o crescimento dele. Ela era dona de uma confecção, que tambem produzia os uniformes das escolas da região. E morava a algumas casas da família. Depois da morte da mãe, Bernardo começou a ir sempre pra casa dela, em 2013, a frequencia, passou a ser diária. Ele ia depois da escola, chegava a ficar lá durante a semana inteira.



                O depoimento dela no julgamento do assassinato do Bernardo, foi o mais difícil que eu já assisti. Porque voce consegue entender a profundidade do abandono que esse menino sofreu. Da dor que esse menino deveria sentir.

               

                A renda mensal do Dr. Leandro Boldrini, chegava a R$ 30 mil por mês, em média, segundo levantamento realizado. A casa onde eles moravam, que foi comprado em parte, com o dinheiro da venda da casa onde ele antes morava com Odilaine, era avaliada em torno de R$ 700 mil reais, um patrimonio total de cerca de mais de R$ 1,5 milhao em meio, um sítio no campo.

 





                E mesmo com uma casa nova, recém comprada, as fotos internas da casa depois vocês podem ver no blog, mesmo com carros e motos, ele tinha um Veloster, novo na época, Graciele usava uma caminhonete Mitsubishi L200, cabine dupla. Mesmo morando em uma casa grande, confortável, com piscina, Bernardo passava fome. Ele pedia comida na casa dos amigos, da Tia Ju, na casa da Simone Muller, mãe do melhor amigo dele o Lucas, que era tambem, coordenadora pedagógica da escola e professora de português dele. Ele andava com roupas completamente inadequadas.

 

                Acredito que todo mundo saiba, que a região Sul é de temperaturas frias. E por diversas vezes, Bernardo estava só com camisa de manga fina, ou com roupas curtas, mesmo com temperaturas abaixo de 0.

 

                Para lanchar na escola, ele frequentemente pedia que a tia Ju permitisse que ele comprasse na escola porque em casa, apesar de 4 funcionárias, ele não era permitido comer e ele estava com fome.

 

                O marido da Simone Muller, Édison, era dono de um restaurante, e Bernardo ia sempre lá comer.

 

                Graciele engravida e durante a gravides e depois o nascimento da Maria Valentina, a maneira que ela tratava o Bernardo piorou de maneira drástica.  

 

                Ela começa a falar para amigas, colegas de trabalho, que Bernardo era um estorvo na vida deles, era um psicopata, era violento, que ela não aguentava mais ele., que ela tinha medo de que ele matasse a irma.

 




                Assim como aconteceu com a primeira mulher, Graciele tambem se tornou socia da clínica de endoscopia e colonoscopia, que mudou de lugar, cresceu e foi toda renovada. Ela largou o trabalho dela na Prefeitura e ia meio periodo ajudar Leandro tanto no Hospital quanto na clínica.

 

                Ela e Leandro não casaram no civil, assinaram uma união estável. Ela passou a ser a responsavel pela vida financeira do Leandro, além de sócia.

 

 




                Em 2013, o Leandro sofreu um acidente de moto e precisou ficar internado por 30 dias. Ai Bernardo foi mandado pra casa da Tia Ju, com meia dúzia de roupas. Nos 30 dias, ele não viu o pai, não foi autorizado a ir visitar o pai, não conseguiu falar com o pai e nem o pai ligou pra ele. Quando o Leandro saiu do hospital e já estava ate em casa, Bernardo ligou, e ai ele descobriu que o pai tinha voltado.

 









                Bernardo nunca se queixou para ninguém do que acontecia dentro de casa. Nunca reclamou. Nunca falou mal do pai. Pelo contrário, ele constantemente justificava a ausência do pai por ele estar salvando vidas.

 





                Por influência de uma amiga da família, Nelgra, chamada de Bugra, o Bernardo começou a fazer catequese. Chegou a ser coroinha do padre em algumas missas.

               





                Mas, quando completou a catequese, Bernardo não queria participar da formatura. A Bugra, que acompanhava sempre ele na catequese, avisou a Jussara que ele não ia participar. Quando ela foi perguntar ao Bernardo, ele disse que não ia participar, porque pra participar precisava de roupa nova, sapato e ele não tinha e que o pai ia viajar, e ninguém ia com ele, ele iria ficar sozinho. A Jussara então sai com ele pra comprar roupas novas, sapato, tênis, e ela e o marido, vão na formatura, que acontece no dia 24 de novembro de 2013.

 





                O pai não foi na formatura, ele tinha um casamento pra ir. Ele ate diz no julgamento que, o Bernardo avisou em cima da hora, na sexta feira, e que o casamento já estava combinado há 2 meses, então, mesmo ainda se recuperando do acidente, que ele quase morreu, ele se deslocou até a cidade de Santo Angelo, nada perto de Três Passos, pra ir a um casamento de um amigo da Graciele, mas não foi na comunhão do filho, porque ele não avisou com antecedência. Ele não era padrinho, ela não era madrinha. Eles eram convidados.

 

                Nos eventos da escola, quem ia era a Jussara. Quando tinha apresentação, dança. Sempre ela ou o marido, em um Dia das Mães, ele fez pra ela a homenagem e como ela tava em outra cidade, pediu que a irmã dela fosse pra acompanhar e chegou na apresentação da escola no fim da tarde.

 

                Quem buscava Bernardo em casa pra ir a escola, era a secretaria da escola, que morava perto tbm.

 

                E como aconteceu na 1ª Comunhão, houve aniversários dele, em que a Tia Ju e o Tio Carlinhos, fizeram um churrasco pra ele, porque o pai não fez e nem se planejou pra fazer. Não fez festinha na escola para ele  e os amigos, não fez em casa.

 




                Bernardo, depois de passar pela psicóloga da escola, foi encaminhado para uma terapia por ela. Ela relatava que Bernardo era carente de afeto e com a morte da mãe, ele precisava de um acompanhamento terapêutico.

 

                Ele foi a algumas psicólogas, uma até depôs no julgamento, que é o áudio que abriu o episódio. Não satisfeitos, levaram Bernardo em um psiquiatra, e, depois de um laudo que eu não vi, não sei qual foi, não achei essa informação, mesmo depois de assistir mais de 40 horas de julgamento, ele começou a tomar diversos remédios tarja preta, Ritalina, pra TDAH, déficit de atenção, Rivotril, pra ansiedade, agitação, Risperidona, que é um antipsicótico, pra tratar psicoses, como esquizofrenia, bipolaridade, espectro autista e tambem depakote, usado para epilepsia, episódios maníacos. Eram remédios muito pesados.

 





                E o Bernardo tomava isso tudo sozinho, sem supervisão, sem controle e sem que ninguém nem soubesse se ele realmente precisava. A escola pediu o laudo medico dele, que nunca foi levado, perguntaram sobre o diagnostico dele, pra que ele tomasse aquelas medicações, tambem nunca receberam.

 

 

                Ele nunca tinha a chave da casa. Entao constantemente, ele ficava trancado do lado de fora, se tivesse sol, se tivesse chuva... Ele não podia entrar em casa. A Jussara relata de uma vez que ela ficou com Bernardo na porta, 2 horas e meia, esperando a Graciele abrir a porta. Com ela dentro de casa. Varias pessoas relataram, que chegavam a cansar de esperar ela ir abrir o portao. Ou de tentarem falar com o Leandro e só receberem como resposta que ele estava no hospital, que ele estava ocupado. Estava operando.

 





                A Jussara inclusive conta de um cartão de fim de ano, que eles fizeram da família, só com a foto de Leandro, Graciele e a filha deles, Maria Valentina, ainda bebe, sem Bernardo e que ele viu e disse que tava com ódio e ficou perguntando o do porque ele não está na foto.

 

                Então vocês imaginam o que isso não faz com uma criança de 9, 10 anos. Ver o pai formar uma família nova e ele simplesmente não existir.

 

                A psicóloga Ariane, que foi a que esteve no julgamento conta que Bernardo não era permitido brincar com a irmã, os cachorros que eram da mãe dele e que ele gostava, foram doados, ele não podia usar a TV, não podia usar o computador, ele não tinha permissão pra entrar na piscina, falar sobre a mãe ou citar o nome dela era terminantemente proibido, as fotos da mãe foram queimadas, os pertences dela, jogados fora.

 






                O quarto do Bernardo, apesar da casa ter sido toda reformada depois de comprada, ter sido toda bem mobiliada, bem arrumada, permaneceu como era quando pertencia a outro dono. Um quarto escuro, com moveis mais antigos, sem luxo, sem brinquedos.

 











                E lembrem-se: na época, o Leandro era o Único cirurgião da cidade. Ele era diretor do hospital, tinha uma clinica que vivia lotada, ganhava muito bem, e o filho, não tinha um sapato pra calçar. Vivia ou das roupas que os pais dos amigos, a madrinha ou outras pessoas davam, ele usava roupa da Jussara. Roupa doada. O material escolar, eram outras pessoas que compravam pra ele.

 

                Ele não gostava de ficar em casa porque não era bem vindo.

 

                Leandro e Graciele tinham um perfil de Facebbok compartilhado. Não havia nenhuma foto de Bernardo só da filha do casal, como se ele, não existisse.


                Na virada do ano, de 2013 para 2014, o Bernardo foi ficar com a madrinha em Santa Maria, depois foi pra Capão da Canoa, enquanto o pai viajou com a Graciele e com a Maria Valentina, para Jurere Internacional, em Santa Catarina.

 





                A madrinha, Clarissa, tira os medicamentos do Bernardo. Leva ele pra ver a avo, como eu já contei.

 

                Em janeiro de 2014, o Bernardo procurou o Fórum, sozinho, e pediu pra falar com um juiz, que no caso, quem o atendeu foi o Juiz  Fernando Vieira dos Santos, da Vara da infância e Juventude e ele tambem falou com a promotora Dinamarcia  Maciel.

 





                Bernardo pediu pra ter outra família. Ele queria poder brincar com a irmã, ter roupa, comer e que o pai ficasse com ele.

 

                No ano anterior, o conselho tutelar já havia sido acionado sobre o que estava acontecendo com o Bernardo. Sobre ele ficar abandonado na rua, sobre a falta de higiene dele, a falta de alimentação, da desnutrição que ele estava, do total descaso e maus tratos.

 

                Algumas conselheiras, foram na escola, na casa dele, ouviram pessoas próximas, mas o caso não andou. Como não tinha nenhum relato de violência fisica, ninguém disse que ele era agredido e não tinha nada que indicasse agressão, eles não deram prosseguimento.

 





                Uma baba de Bernardo encontrou com ele na rua e ele contou a ela que Graciele, tentou sufocar ele com um travesseiro, que batia nele com vassoura. Elaine, a ex baba, ligou então para Jussara Uglione, avo materna dele e contou o que estava acontecendo.

 

                O advogado dela, foi no conselho tutelar em Santa Maria, avisou ao conselho de Três passos e eles enviaram tudo pro Ministério Publico.

 

                Ainda em 2013, o Leandro, pegou o vídeo, que hoje é muito conhecido onde Bernardo esta com uma faca, depois com um facão, que ele fica chamando o menino de machão, provocando, e leva a delegacia, dizendo que ele queria se precaver, o investigador pediu que ele procurasse o conselho tutelar.

 

                Então a gente ve que foi uma sequencia de “isso não é comigo”, “quem resolve não sou eu”. Um jogo de empurra empurra.

 

                Em dezembro de 2013, a dona Jussara continuou  insistindo com o Ministério Publico sobre o caso, queria ficar com a guarda do neto.

 

                Como eu ia dizendo, ele foi ao Fórum, pediu pra falar com um juiz. E falou com a promotora. Ela não registrou formalmente no dia o que o menino falou, mas eu vou ler pra vocês um trecho do relato dela sobre esse dia e essa conversa:

               

               

“A minha madrasta é uma bruxa, ela me xinga de tudo que você possa imaginar, e o meu pai dá razão para ela. Eu não tenho comida de noite porque não tem tata (empregada, babá). Eu tenho que tomar leite, comer banana, fazer ovo cozido ou então eu vou comer na casa dos meus colegas. Não tenho chave de casa, ela briga comigo e eu tenho que esperar 10 e meia da noite o pai chegar para eu poder entrar em casa. E eu não aguento mais isso. Deram todos os meus cachorros. E hoje foi a gota d’água, porque ela me chamou de veadinho e eu atirei um copo nela. O copo não pegou, mas eu estou com medo, estou cansado, eu nunca tinha feito isso de atirar um copo nela. Então eu não quero mais ficar naquela casa. Eu estou na casa da tia Ju (Juçara Petry). E eu queria te dizer assim, promotora: eu quero que a Ju e o marido dela sejam meus novos pais, porque eu quero ter pais com amor. ”

               

 


                Na semana seguinte, ela ingressou com uma ação protetiva para trocar a guarda do Bernardo e ir para a avo materna e um estudo social, com acompanhamento de uma psicologia. Pediu uma investigação por negligencia afetiva e abandono familiar.  Mas o juiz, quando recebeu a denuncia, achou melhor, chamar o pai para conversar.

 

                A audiência aconteceu no dia 11 de fevereiro.  Bernardo queria brincar com a irmã, ter um animal de estimação, queria ter a chave de casa pra conseguir entrar. Leandro ouviu todas as orientações, tudo o que o filho disse e prometeu que iria melhorar a relação deles e resolver tudo.

 




                Ficou acertado que os dois, precisariam voltar em 90 dias e Bernardo, feliz com a promessa do pai, aceitou ficar em casa.

 

               

                Mas Graciele não gostou nada de Bernardo ter ido ao Fórum. E foi a partir desse dia, que ela começou a falar que daria um jeito naquilo. Que tinha dinheiro, Que tinha quem desse um sumiço em Bernardo.

 





                Ela procura uma amiga, chamada Sandra e insinua o que pretendia fazer. Diz que o menino era um psicopata, que chegou a colocar uma câmera no quarto da filha por medo e que pra ela e para o Leandro, ele precisava morrer.

 

                E não só para essa amiga, na clinica ela diz que se tivesse um poço, ela e o Leandro já tinham dado um jeito no Bernardo.

 

                Ninguém denunciou, ninguém achou que era uma ameaça seria.

 

                Uma amiga da Odilaine, prometeu dar a Bernardo, um aquário. Usado, mas ele ficou muito empolgado em poder ter peixes. Começou a pesquisar sobre peixes, como cuidar, como ter.

 

                No dia 02 e 3, ele foi em algumas lojas, pra saber o que ele ia precisar pro aquário, fico lendo sobre peixes. O combinado era de que na sexta, dia 04, ele ia lá na casa dela buscar o aquário.

 

                Naquele mesmo dia 02, Graciele vai a Frederico Westphalen, uma cidade onde ela já havia morado, e encontra com Edelvania Wirganovicz.

 




                Edelvania era nascida e criada em Frederico. Trabalhava como assistente social e tambem como assistente farmacêutica. Ganhava em torno de R$ 2 mil. Depois do crime, o Conselho Federal de Serviço Social disse que ela não era assistente social, porque não possuía o registro funcional do CFESS.

               




                Segundo Edelvania, Graciele a procurou depois de um tempo que elas não se viam. Reclamando de Bernardo. Falando do quanto ele era perigoso, do quanto ela tinha medo de que, ao fazer 18 anos, ele lapidasse tudo o que ela e o Leandro haviam conquistado. Ela estava com ele há 4 anos. Entao o Bernardo não podia ter o que o pai trabalhou pra ter depois de ter conhecido a Graciele, e nem o que o pai já tinha construído durante os mais de 10 anos que ele ficou com a ex mulher. Acho que na cabeça dela, quem tinha que ficar com a herança da Odilaine, do Leandro, era somente a filha dela.

 

                Ela diz que a vida dela era um inferno por causa do Bernardo, que ele era difícil de lidar, que tentou matar o pai com um facão.  Em seu primeiro depoimento, Edelvania afirma que Graciele então promete a ela dinheiro, muito dinheiro, pra que ela a ajudasse a dar um jeito em Bernardo. Que não teria sangue, não teria nada violento. Só uma picadinha. Oferece primeiro R$ 20 mil reais, depois, que quitaria todo o apartamento dela, comprado em janeiro pelo Programa Minha Casa Minha Vida, algo em torno de R$ 90 mil.

 

                Leandro não sabia do que aconteceria, mas que depois, ele ia agradecer a ela, porque aquele incomodo ia ter acabado.

 





                No dia 02, as duas vão a uma farmácia. Com uma receita controlada, com o carimbo de Leandro, em nome de Edelvania, elas compram midazolam. Um remédio usado na clinica para sedar os pacientes da endoscopia, e que, a técnica de enfermagem responsavel pelos medicamentos, já tinha avisado a Graciele, que varias ampolas tinham sumido do armário onde ficavam.

 

                Depois da farmácia, elas vão a uma loja de ferramentas. Em depoimento, o vendedor diz que Edelvania perguntou o que era preciso pra cavar um buraco. Ele diz que uma pá e uma cavadeira, só que ele estava sem, então indicou outra loja pra elas irem, que ficava bem pertinho.

 

                Elas vão na outra loja, compram as duas ferramentas e tambem vão a um mercado e compram soda caustica.

 

                Uma câmera de vigilância, de Frederico, na região do rio que passava, em um local bem isolado e que seria o ultimo lugar que Bernardo e ficaria, um carro, caminhonete, cabine dupla, preto, muito parecido com o de Graciele, é visto passando em torno das 3 da tarde e voltando, quase 1 hora depois.

 

                Aparentemente, todo o plano estava arquitetado.  Segundo o inquérito policial, a cova de Bernardo foi aberta nesse dia, após a compra das ferramentas. Em um local há 500 metros da casa da mãe de Edelvania.

 

                No dia 04, Bernardo estava animado que iria pegar o aquário. Foi na vida dele, uma manha atípica, um inicio de tarde atípico. Ele pode brincar com a irmã. Ele almoçou com o pai, com a madrasta, pode ate repetir. Ele estava feliz de que o pai o deixou ter um aquário.

 




                A justificativa de Graciele ir a Frederico, era comprar uma Tv nova. Ela queria comprar na Magazine Luiza de Frederico, não queria comprar em Três Passos. Então, Bernardo pegaria o aquário, ela iria comprar a Tv.

 

                Com o uniforme da escola como sempre, Bernardo concorda em sair com Graciele. Mas antes, ela da a ele um comprimido, dizendo ser pra ele não ficar enjoado durante a viagem.

 

                Antes de sair, Bernardo liga pra Tia Ju, mas não consegue falar com ela.

 

                Na sexta, a caminho de Frederico, Graciele é parada pela Policia Rodoviária entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho, na RS-472 e multada por excesso de velocidade.

 

                O policia na delegacia relata que ela estava calma, contou que estava indo a Frederico comprar uma TV e que no banco de trás tinha um menino e que ele parecia tranquilo, nada pareceu anormal pra ele.

 

                Uma câmera instalada no posto de combustível ao lado do apartamento de Edelvania, capta o momento em que Graciele chega na caminhonete, um pouco antes das 2 da tarde.  Edelvania já esta na rua esperando por ela. Uma vaga de estacionamento na rua fica livre, Graciele coloca o carro na vaga, Bernardo é visto saindo do carro e andando até o carro de Edelvania que já estava na vaga ao lado. Graciele então no banco do motorista do Siena, Edelvania no carona e Bernardo atras.

 


                A mesma câmera, tambem pega a volta delas, duas horas depois. Sem Bernardo.

 

                A partir daqui existem varias versões.

 

                A Denuncia diz que Graciele para levar Bernardo até Frederico e dopa-lo, diz que ela esta levando ele a uma benzedeira e que antes de chegar la, ele precisa de uma picadinha. Ela injeta no braço esquerdo dele, o midazolam roubado da clinica.

 

                As duas vao direto para o local da cova. Tiram toda a roupa de Bernardo e jogam soda caustica, pra dissolver a pele e não dar cheiro. Jogam terra e pedras em cima e vão embora.

 





                Graciele compra a Tv e volta pra Três Passos.

 

                Enquanto ainda estava em Frederico, ela liga rapidamente para Leandro. Não se sabe o conteúdo da conversa, mas depois da quebra do sigilo telefônico é confirmado que houve a ligação depois do crime.

 




                O Boletim de desaparecimento só é aberto pelo Leandro no dia 06 de abril, domingo a noite.

 

                Quando questionado sobre o porque ter demorado para reportar o sumiço ele diz que, acreditava que o filho estava na casa de um amigo, como ele sempre fazia. Como Bernardo tinha sido orientado a voltar até as 19 horas de domingo, ele só procurou depois desse horário.

 


                Ele soube pela Graciele que ela tinha ido com ele na sexta a tarde a Frederico comprar a Tv e pegar o aquário e que ela disse que quando eles voltaram, Bernardo saiu pra casa do Lucas.

 

                A policia começou a investigar e já achou estranho toda a historia, porque, todo mundo ouvido, afirmou com veemência, que jamais, Bernardo iria de boa vontade a lugar algum com Graciele, porque ele não gostava dela de jeito nenhum e nem ela dele. Então a policia já achou estranhíssimo porque Leandro disse que não estranhou nada.

 





                                Todo mundo relatou a ausência do Leandro, os maus tratos da madrasta, em como Bernardo ficava na rua abandonado, sendo acolhido por famílias próximas.

 




                Foi pedido a quebra do sigilo telefônico, a interceptação telefônica do casal. E na intercepção, a policia gravou conversas entre Graciele e a amiga Edelvania, como se falassem em códigos. Tambem gravou uma ligação, do padrinho do Bernardo, quando ele já estava desaparecido há dias.

 

 

                Quando o desaparecimento chegou ao conhecimento do conselho tutelar, ele mandou um oficio ao Ministério Publico e foi somente ai, que o juiz, suspendeu a guarda do pai, caso Bernardo fosse encontrado com vida.

 

                Todos os que acolhiam Bernardo, ficaram desconfiados do comportamento do casal.

 

                No mesmo dia 04, eles foram a uma festa, uma balada na cidade próxima de Três de Maio. O que, sem nem se dar ao trabalho de ligar para o filho e confirmar aonde ele estava, ou ligar para a família, que Graciele disse que estaria, foi aproveitar a noite. Um medico que sempre dizia que não tinha tempo pra ajudar o filho, pra levar ele ao dentista, pra ir a consulta da psicóloga, pra conversar com ele em casa.

 





                Porem, após o desaparecimento, ele aparece no domingo a noite no restaurante dos Muller procurando pelo filho. Para buscar ele.  O que ele nunca tinha feito. Ligou para varias pessoas, pegando o numero delas do caderno que Bernardo tinha de telefones, o que tambem ele jamais havia feito. Pelo contrario, além dele nunca atender as ligações, ele ate aquele dia, nunca tinha ligado preocupado com o filho ou pra confirmar se ele tinha ido lá.

 

                Três dias depois, Leandro liga na Radio Farroupilha para falar do desaparecimento do menino. Bem interessante o áudio. Ele se refere ao filho como “o menino”; não sabia as roupas que ele usava, provavelmente o uniforme, claro, ele só tinha isso.


               

                Dona Amélia, avo paterna do Bernardo vai ate Três Passos, e ela diz em uma entrevista que o filho disse, apontando para Graciele “Eu sou inocente, mas voce, voce vai pagar.”

 

                 E ele não parou de trabalhar, na segunda, ele manteve a rotina normalmente.

 

                Na quarta feira, consta na denuncia do Ministério Publico, que Graciele pagou R$ 6 mil a Edelvania, que no mesmo dia, pagou as prestações atrasadas do apartamento dela.

 

                No dia seguinte, 14, Edelvania diz que procura Graciele e fala que vai contar tudo a policia. Por vontade própria ela vai ate a delegacia, e enquanto masca um chiclete, calmamente, conta a policia aonde o corpo de Bernardo estava enterrado.

 




                Imediatamente a policia, IML e pericia se encaminham.

 

                Bernardo estava nu, em uma matagal na beira do rio Mico , em local de difícil acesso, em estado de quase total putrefação. Ele foi colocado dentro de um saco de lixo e jogado no buraco em posição fetal.

 













                Na versão da Edelvania, pelo menos nessa primeira, ela conta que ao ver o Bernardo desmaiado, depois da injeção, ficou desesperada e quis levar ele pra um hospital pra tentarem reanima-lo, mas que Graciele a ameaçou de morte, de culpar ela pelo assassinato, porque ela era rica, tinha dinheiro.

 

                Depois de tudo, e de comprar a TV, elas foram ao seu apartamento, Graciele se limpou do barro e foi embora. Ela, só saiu de casa pra pegar a sobrinha, deram uma voltam tomaram um sorvete no posto e foram dormir.

 

                As roupas do Bernardo foram jogadas na lixeira em frente ao prédio dela.

 

                O carro, foi lavado no posto.

 

                Leandro e Graciele foram presos no mesmo dia, preventivamente.

 







                O Leandro disse que não estranhou a historia da mulher dele, porque, achou que ele ter concordado em ir com ela, era um sinal de que eles estavam se entendendo e que era bom que eles pudessem ter tido a oportunidade de ficarem juntos um pouco.

 

                As brigas entre Bernardo e ela tinham se intensificado depois do nascimento da Maria Valentina e que ele não era presente porque trabalhava muito. Ele não imaginava que ela poderia estar envolvida.

 

                Mas, a versão da Graciele, é absolutamente diferente.

 

                Ela tinha tido depressão pós parto e que ela tinha medo do Bernardo porque ele era muito agitado. E que ela negligenciou o menino porque estava preocupada com a filha.

 

                Ela não estava conseguindo dormir, então pegou uma receita do Leandro que já estava carimbada, falsificou a assinatura pra poder comprar midazolam pra ela. O porque a receita estava em nome da Edelvania e o porque ela só comprou o remédio em Frederico, não explicou.

 

                Quando no almoço, enquanto Leandro foi dormir, ela comentou que iria a Frederico, Bernardo quis ir tambem, mesmo tendo dentista marcado pra aquela tarde. Ela deu um dramin pra ele.

 

                No caminho, a policia parou ela e o Bernardo ficou muito nervoso, com medo deles serem presos então ela deu pra ele um dos midazolam dela. Mas como ele não se acalmava, deu pra ele a bolsa dela e mandou que ele pegasse o remédio e tomasse.

 

                Chegando em Frederico, elas trocaram de carro, porque Edelvania tinha comprado a pouco tempo ele, ainda não sabia dirigir e pediu que ela levasse o carro. A ideia era Graciele deixar os dois na praça, ir ao encontro de um homem, que ela tinha um caso, um ex namorado, chamado Rodrigo, comprar a Tv e depois buscar os dois, só que já dentro do carro, o Bernardo desmaiou. Ela viu que faltavam 5 pílulas de midazolam.





 

                Edelvania queria levar ele ao hospital fazer uma lavagem estomacal, mas ela se negou a socorrer com medo de acharem que ela tinha matado ele de proposito. E implorou que a amiga a ajudasse. Foi quando pensaram no matagal e cavaram o buraco com o macaco do carro.

 

                Ela não tentou reanimação. Conferiu o pulso, disse que não tinha e que não tinha mais o que fazer, ele estava morto. Em todos os seus depoimentos, ela isentou Leandro de culpa.

 

                O laudo de necropsia de Bernardo foi morte de causa indeterminada, com uma morte violenta. O midazolam foi encontrado no fígado, rins e estomago.

 

                O caso tomou proporção nacional. O descaso e o sofrimento que Bernardo passou, acabou revoltando não só a cidade mas como o pais inteiro.

 

                Durante as investigações, a policia descobre que no dia 02, a noite, perto do local da cova, o carro de um dos irmãos de Edelvania, foi visto parado lá, vazio. Em um local ermo.

 




                Quando foi chamado a delegacia, ele negou sequer ter estado lá. E que não sabia de nada, mas depois de uma testemunha, por achar estranho um carro parado ali naquele lugar aquela hora, ter anotado a placa do carro, ele muda a história. Tinha emprestado a Chevete dele. Depois, ele lembrou, estava pescando.

 

                Em maio, a policia o indicia e o prende por participação, alegando que ele, foi ate o local, pra terminar de cavar o buraco, que elas não tinham conseguido terminar.

 




                Na casa de Edelvania  é encontrada a pá e a cavadeira, mas exames periciais não conseguem concluir se elas forram ou não usadas no terreno.

 

                O velório de Bernardo aconteceu no ginásio do Colégio Ipiranga. Depois, ele foi enterrado no Cemitério Municipal de Santa Maria, no dia 16 de abril de 2014, as 10:30, no jazigo da mãe, bem ao lado do corpo dela. Cerca de 100 pessoas acompanharam o velório.

 












                A delegada que assumiu a investigação, Caroline Bamberg, foi a mesma, que em 2010, investigou e concluiu que a morte de Odilaine havia sido suicídio.


                Com a morte de Bernardo, a mãe dela pede a reabertura do inquérito e contrata a Sewell Criminalistica, que eu não sei se vocês conhecem, mas é uma empresa de pericia técnica muito conhecida, do Eduardo e da Rosangela Lanos, para fazer uma reavaliação do caso.

 

                O que eles concluíram é que, a carta de suicídio havia sido escrita por outra pessoa, tentando imitar a letra de Odilaine, comparando com letras de pessoas próximas e que trabalhavam com Leandro, eles apontaram que Andressa, secretária da clinica, que tinha escrito.

 




                Na época do crime ela, parece que tinha comprado um apartamento, tava reformando, então as pessoas da cidade, desconfiaram ainda mais dela. A Andressa precisou se mudar de cidade até.

 

                Ela claro, negou tudo.

 

                O inquérito do caso foi reaberto em 2015, mas em 2016, foi  novamente arquivado por falta de provas conclusivas.

 

                O ministério publico, pediu o congelamento de todos os bens de Leandro. Tambem pediu que tanto ele, quanto Graciele, perdessem o poder familiar sobre a filha.  A menina foi entregue a Simone Ugulini, irma de Graciele, que morava em Santo Ângelo, mas o irmão mais velho de Leandro, Paulo, entrou na justiça pedindo a guarda, que ate aonde eu consegui averiguar, ainda esta transitando na justiça.

 

                A união estável que o casal tinha, a defesa de Leandro pediu a dissolução.

 

                Em maio de 2014, a Lei Menino Bernardo é promulgada. Ela trata sobre a utilização de meios violentos na correção de crianças, aumentando a rede de proteção de crianças.

 

                A defesa do Leandro contratou um perito grafotécnico Luiz Passos, para debater o resultado da pericia do Instituto Geral de Pericias que afirmou não poder concluir se a assinatura da receita usada para comprar o midazolam era ou não dele. O perito técnico afirmou que ela não era dele.

 

                O COREN, cassou a inscrição de Graciele em 2017.

 

                No dia de hoje, 12 de novembro de 2022, eu acessei o CREMERS, que é o conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul, e consta, que o CRM dele esta em situação regular.

 




                Ele foi condenado em 2015 por erro médico, em um caso que corria na justiça desde 2009.

 

                O julgamento do caso começou no dia 11 de março de 2019, em Três Rios. Durou 4 dias.

 

                A juíza foi a Sucilene Engler Werle, os promotores Ederson Vieira, Bruno Bonamente, Silvia Jappe.

 

                Os advogados de defesa de Leandro foram Ezequiel Vetoretti e Rodrigo Vares, de Graciele, foi o dr Vanderlei Pompeo, em nome de Edelvania, Jean de Menezes e Gustavo da Costa e na defesa de Evandro, Helio Francisco Sauer e Luis Geraldo Gomes.

 

                Depois de horas e horas de testemunhas, muitas horas, eu assisti todas, Leandro foi condenado a 33 anos e 8 meses. Trinta anos e 8 meses por homicídio quadruplamente qualificado, 2 anos por ocultação de cadaver, 1 ano por falsidade ideológica (por ter feito um falso reporte de desaparecimento já sabendo que o filho estava morto).

 




                Graciele foi condenada a 34 anos e 7 meses. 32 anos e 8 meses por homicídio quadruplamente qualificado, 1 ano e 11 meses por ocultação de cadaver.



                Edelvania, foi condenado a 22 anos e 10 meses. 21 anos e 4 meses por homicídio triplamente qualificado, 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver.

 




                Evandro foi condenado a 9 anos e 6 meses. 8 por homicídio simples e 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver, mas ao contrario dos outros 3, em regime semiaberto.

 

                Em dezembro de 2021, o 1º grupo criminal determinou anulação do júri e realização de outro julgamento para Leandro Boldrini. O desembargador Honorio Gonçalves, acatou uma parte do pedido de nulidade da defesa, devido ao comportamento de um dos promotores do julgamento, que a defesa alegou que, ao invés de fazer perguntas, só fez argumentações.





                O novo julgamento esta marcado para o dia 20 de março de 2023, mas apesar da anulação, ele permanece preso.

 

                Em maio de 2022, foi deferida a progressão de regime para Edelvania. Ela ganhou dias de pena devido a horas trabalhadas na penitenciária, com os 348 dias de redução, ela completou 9 anos e 12 dias de pena. Ela passou no exame criminológico. Ela, assim como Graciele, estava presa no Presidio Estadual Feminino Madre Pelletier e com a progressão foi transferida para o Instituto Feminino de Porto Alegre.

 





                Graciele continua no regime fechado.

 

                A avo materna de Bernardo, dona Jussara, faleceu em 2017, sem ver a condenação dos acusados da morte do seu neto.

               

               








Fontes de Pesquisa


Wikipédia

Uol

 G1

G1

Tribunal de Justiça Rio Grande do Sul 

 G1

Gaúcha ZH

G1

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G1

Tribunal de Justiça Rio Grande do Sul

Gaúcha ZH

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