T02 Ep09 O Caso Von Richthofen

 O Caso







            No dia 31 de outubro de 2002, Suzane, o namorado, Daniel Cravinhos e seu irmão, durante a madrugada, entram na casa da família Von Richthofen na Rua Zacarias de Gois, no bairro de classe média alta do Campo Belo em São Paulo. Suzane, após subir até o andar superior da casa e confirmar que os pais estavam dormindo, dá o OK para que os irmãos Cravinhos, assassinassem a golpes, sem chance de defesa, seus pais.

 

            O caso Von Richthofen se tornou um dos, se não o mais, conhecido caso criminal do Brasil. Porque uma menina que aparentemente tinha tudo, tomou a decisão de matar os pais? Como ninguém conseguiu prever o aconteceria?

 

Suzane Louise

          

 

            Suzane Louise Von Richthofen nasceu no dia 03 de novembro de 1983. Filha de Manfred Albert Von Richthofen e Marísia Von Richthofen.


            Manfred segundo ele, em entrevista inclusive, em 1996, ao Jornal da Tarde, era descendente do Barão Vermelho, o tambem Manfred Albert Von Richthofen, seu tio-avô. O pai, teria sido um piloto nazista, tendo até um esquadrão de aviação inteiro, batizado em sua homenagem. Uma genealogia muito contestada na época.

           

Manfred em entrevista ao Jornal da Tarde




            Manfred nasceu no dia 03 de fevereiro de 1953, na cidade de Echach, na Alemanha. Filho de Joachim Hermann Oskar von Richthofen e Margot Gude Von Richthofen.  Ele e os pais, vieram para o Brasil, em 1954. Foram morar na cidade de Santa Cruz do Sul, mesma cidade que Margit e Euclides Kliemann, dos casos Kliemann, do segundo caso da primeira temporada.

 




            A família saiu de Santa Cruz e foi morar em São Paulo nos anos 70. Manfred passou para a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, uma unidade da USP dos cursos de Engenharia. Lá na USP ele conheceu Marísia Abdalla.

 

            Marísia, nascida no dia 22 de janeiro de 1952, filha de Salim Abdalla e Lourdes Magnani Abdalla, na cidade de José Bonifácio em São Paulo. Ela mudou-se com os pais, e o irmão mais velho, Miguel, para São Paulo em 1966. Começou a estudar Medicina na USP, assim como seu irmão.

 

            Manfred se formou em 1975, assim como Marísia. Os dois casaram-se em dezembro de 1976. Depois de formados, decidiram ir fazer especializações na Alemanha. Ele em Mecânica de Solos e Fundações e ela em Psiquiatria.


            Ao voltarem ao Brasil, foram morar na Rua Barão de Suruí, em Vila Congonhas, capital de São Paulo. E foi nessa casa, que tiveram sua primeira filha, Suzane Louise, em novembro de 1983. Quase 4 anos depois, no dia 03 de julho de 1987, nasceu seu segundo filho, Andreas Albert Von Richthofen.

 

Primeira casa dos Von Richthofen



            Manfred trabalhou em algumas empresas como a Promon, Hidroservice e na CNEC. Entrou na Dersa, em 1998, convidado por Walter Nimir, para ser seu assessor. Walter era diretor de Engenharia. Devido a uma doença, Walter Nimir saiu da Dersa e Manfred assumiu o posto de Diretor, em junho de 2002. Na Dersa, ele tinha um salario de R$ 11 mil reais mensais, um ótimo salario na época. Ele era o responsavel pela terceira faixa da Rodovia Dom Pedro II, o anel de Campinas e o Trecho Sul do Rodoanel em São Paulo, inclusive, vou deixar aqui um pequeno trecho, dele, falando rapidamente sobre o Rodoanel, em coletiva de imprensa na inauguração do trecho.

 


            Já Marisia, investiu em seu próprio consultório. Atendia basicamente, pessoas de língua alemã e estrangeiros. Por mês, ganhava até uma média de R$ 20 mil.

 


Consultório da Marisia 



            O casal era considerado pelos vizinhos, pessoas simpáticas, calmas, comunicativas.

 

            Suzane e Andreas, vão estudar na Escola Humbolt, uma escola bilingue, português-alemão, em Interlagos e muito conceituada.

 





            Suzane chegou a, um ano, só assistir aulas em alemão. Idioma, em que é fluente, além do inglês.

 





            Ela e o irmão começaram a praticar aulas de caráter ainda novinhos. Chegaram até a faixa marrom.

 

            A mesada deles, variava entre R$ 600 reais a mais. O que no fim dos anos 90 e inicio dos anos 2000, em que o salario minimo era de 136, 150 reais, um valor exorbitante. E, caso precisassem, os pais ainda davam mais.

 

            Em 1998, Manfred compra um terreno na rua Zacarias de Gois, número 232, da Metalúrgica Kanthal Brasil, por R$ 330 mil segundo documento de compra e venda. A obra da casa, fica pronta em 1999.

 

Rua Zacarias de Gois, 232 (atualmente borrada no Google Maps)


            No aniversário de 12 anos de Andreas, Manfred deu a ele de presente um modelo de aeromodelo. Andreas era um menino tímido, calado, sozinho, com poucos amigos. Talvez, os pais pensaram, o aeromodelo o ajudasse a se enturmar, a criar amizades. Ele era muito bom com marcenaria, algo que ele e o pai partilhavam. Manfred construiu um pequeno lago no sitio que a família tinha em Vargem Grande Paulista para que eles pudessem pescar. Andreas era muito ligado a irmã. E gostava de atirar em passarinhos com uma arma de chumbinho.

 





            No mesmo dia, Manfred e Marisia levam Andreas no Parque do Ibirapuera, no Clube Escola de Aeromodelismo. Marisia perguntou a Suzane se ela queria ir junto, mas ela não quis. Achou um programa chato e ficou em casa.

 

            Lá no Parque, há um espaço onde ficam diversos aeromodelistas treinando e Andreas ficou fascinado. Marisia, pergunta a um adolescente passando, quem ali era o melhor professor de aeromodelismo do Clube. O adolescente aponta para um rapaz de calça jeans larga, camiseta branca e um casaco azul e amarelo, as cores da Ucrânia, era Daniel Cravinhos.

 

Daniel no campeonato na Ucrânia


            Marisia e Manfred então vão até Daniel. Esperam por ele pousar o avião dele e pedem que ele monte o avião que o filho ganhou e dê aulas a ele.

 

            Eles deixam o avião com o Daniel, acertam o valor e combinam de retornar no dia seguinte, domingo, 04 de julho.

 

            Daniel Cravinhos de Paula e Lima, nascido no dia 26 de janeiro de 1981, filho de Astrogildo Cravinhos de Paula e Silva Filho e Nadja Quissak Cravinhos de Paulo e Silva. Amava o aeromodelismo. Ele começou com 13 anos. Foi campeão paulista, brasileiro, pan-americano, sul-americano. Aos 16 anos, ficou em 5º lugar em um campeonato mundial de aeromodelismo na Ucrânia. Ele já tinha ido a vários países competir.  Aos 19 anos, construía aeromodelos do desenho, era ótimo com trabalhos manuais. Ele podia cobrar entre R$ 300 a R$ 3.000 por aeromodelo construído.

 


Comemoração na casa dos Cravinhos ao 5º lugar do Daniel



            Até agosto, Manfred e Marisia é que levam Andreas ao Ibirapuera para treinar. Mas, Manfred, em um domingo, exige que Suzane vá junto. Ela como sempre diz que não vai. Ele ordena: ela vai. Veste uma bermuda jeans, coloca uma blusa cor de rosa e vai com o pai e com o irmão ao Ibirapuera.

 

            No livro do Ullisses Campbell, ele conta que em um primeiro momento, ela fica de olho em outro aeromodelista, chamado Vinicius, que era amigo de Daniel. Bonito, simpático, galanteador. E a Suzane investiu tempo e sedução nele, mesmo sabendo que ele tinha namorada.  Só quando a namorada dele começou a ir ao Parque, Suzane desistiu. De repente, Daniel era até bonitinho.

 

            Suzane passou a ser a responsavel por ficar com o  Andreas nos fins de semana nas aulas. Com isso, tanto ela e o Andreas, ficaram muito próximo de Daniel.

 

            Aconteceu uma competição em Campinas, Daniel chamou o Andreas pra ir junto, sabendo que a irmã teria que ir tambem. Manfred permitiu que os 2 filhos fossem no bate e volta, já que seria o Senhor Astrogildo que levaria. Suzane, tinha 15 anos.

 


Andreas (bone branco), Daniel e Suzane durante campeonato



            Nessa viagem, durante a volta, Suzane e Daniel ficaram pela primeira vez.

 

            Os dois começam a namorar em 1999. No inicio, os pais dela não viram maiores problemas. Era só um namoro bobo, de criança, já passaria.

 





            A relação deles foi ficando muito intensa. Forte. Daniel começou a frequentar a casa dos Von Richthofen em datas festivas, como Pascoa, Natal, alguns churrascos, aniversários. Os Von Richthofen tambem começaram a ir na casa dos Cravinhos algumas vezes. O pai de Daniel, Seu Astrogildo, fazia aniversário no mesmo dia de Andreas, então eles chegaram a comemorar juntos, como em 2001. Manfred achava que Astrogildo era um juiz aposentado, mas na verdade, era um escrivão aposentado. Mas não fazia questão de corrigir o equivoco.

 

            Marisia era muito preocupada com a educação dos filhos. E tambem muito ativa e presente na criação deles. O consultório dela era na Republica do Iraque, a rua paralela a Zacarias de Gois, então ela sempre almoçava em casa. Ela costumava não atender muitos pacientes a tarde ou até o inicio da noite e se os filhos tivessem alguma aula ou atividade vespertinos, ela não atendia, ia leva-los e ate fez aulas de natação com Suzane.

 






            Quando Suzane, não passou no vestibular para a São Francisco, a Faculdade de Direito da USP, eles decidiram procurar outra escola, com um currículo melhor para Andreas, e ele foi estudar no Colégio Vértice, na época, o numero 1 em aprovações nos vestibulares,  Suzane acabou prestando vestibular para a PUC e passou. Mas o sonho dos pais de ve-la na USP ainda não tinha acabado. Como os dois estudaram lá, se conheceram lá, ter uma filha estudando na mesma universidade, era a conclusão de um sonho.

 

            Suzane, decidiu não participar da formatura da sua turma do Ensino Médio, para passar mais tempo com Daniel.

 

            Marisia já estava ficando um pouco incomodada com aquilo.

 

            Como presente por ter passado na PUC, Manfred compra um carro para Suzane, um Gol Highway dourado, modelo e ano 2002, zero. Ela tira habilitação e nas primeiras semanas da faculdade, ele vai seguindo ela no seu próprio carro, um Santana, pra ter certeza de que ela aprendesse o caminho e que estivesse segura.

 

            Nos 3 anos em que namoraram, Suzane e Daniel se tornaram quase a mesma pessoa. Ela perdeu a virgindade com ele. Na versão dela, tudo começou dentro do carro. O clima esquentou. Eles precisaram voltar pra casa de Daniel. Ele foi tomar um banho. Ela, ficou só de calcinha e sutiã na cama dele esperando. Ele sai do banheiro, só de toalha. Sem preliminares, sem carinho, sem nada, que, toda mulher sabe, é o principal né, ele arranca a calcinha dela e eles transam. Ela conta que ficou frustada, chateada, chorou. Não tinha sido como ela sonhou que seria. 

 

Daniel e Suzane no Beto Carrero



            Suzane usou o dinheiro da sua poupança, paga pelos seus pais para dar entrada na Palio preta para Daniel, dava presente caríssimos, óculos Oakley, celular, mandou reformar o quarto dele, comprava roupas, tenis, pagava conta de telefone, pagava viagens. Ele acabou parando de treinar, de construir aeromodelos. Ele vivia em função de Suzane. Ele ia com ela a aulas na PUC. Daniel até prestou vestibular para Direito na Unip, passou mas só cursou o primeiro semestre.

 


Quarto do Daniel



            Ele ia nos passeios de aulas, como visitas a Foruns, Tribunal, junto da Suzane. Era ele que levava na faculdade, levava no shopping.

 

            Suzane o chamava de “Panda”  ou “Pandinha”. No quarto dele, ela colocou fronhas no travesseiro dele, como rosto dela. 







            Ela adorava bichinhos de pelúcia, então tanto ele dava vários pra ela, quanto ela dava vários pra ele.

 

            Com o prolongamento daquele namoro, Manfred começou a ficar preocupado, a Turca, como ele chamava Marisia, ainda acreditava que terminaria rápido, mas não terminou.

 





            Até que em abril de 2002, após novamente mentir para os pais, dizendo que iria dormir na casa de uma amiga de faculdade, Marisia ligar para a casa da suposta amiga e descobrir que Suzane não estava lá, aquele namoro estava com os dias contados. Infelizmente, a vida deles tambem.

 

            Marisia aguardou Suzane voltar no dia seguinte e questionou aonde ela estava e que sabia que ela havia mentido. Suzane confessa que estava em um motel com Daniel.


            Os pais então a proíbem de continuar o namoro. Daniel era de outro nivel social, sem trabalho, sem estudos, sem um plano para o futuro e que , estava transformando a filha deles em alguem que eles não conheciam, alguem que mentia, que enganava, que escondia as coisas deles.

 





            Ela chega a pedir ao pai que comprasse um apartamento pra ela ir morar com Daniel, diz que vai morar com ele, que ficaram juntos, Manfred responde que se ela quisesse um apartamento, que o comprasse com o seu trabalho e se a decisão dela era continuar com aquilo, ele a deserdaria.

 

            Daniel foi proibido de voltar na casa e aquele namoro precisava acabar. Tanto ela quanto Andreas, não tinham mais permissão para vê-lo.

 

            Mas não terminou.

 

            No livro Suzane Assassina e Manipuladora, é nesse periodo que Suzane diz, que ele por diversas vezes ameaçou se matar. Suzane teria proposto, eles ficarem alguns dias sem se ver até que os pais se acalmasse. Mas Daniel não queria. Ele sempre dizia, supostamente, que eles ficariam juntos para sempre, ia na casa dela de madrugada ameaçando se matar.

 

            No dia das Mães de 2002, Suzane não queria sair com a família. Ela queria ver Daniel. A discussão entre eles evoluiu. Suzane começa a bater boca, dizer palavras ofensivas.  O pai dá um tapa no rosto dela. Ela sai de casa e vai para a casa dos Cravinhos, na Rua Bras de Arzão, não muito longe da casa dela.

 





            Ela chegou transtornada, dizendo que nunca mais voltaria. Os pais de Daniel, dona Nadja e o Seu Astrogildo, conversam com ela. Tentam persuadi-la a voltar pra casa. Daniel reafirma que tudo dará certo e que eles ficariam juntos para sempre. Suzane volta pra casa. No dia seguinte, tanto ela quanto o pai se desculpam. Ela promete que tudo estava terminado com Daniel.


            O que Marisia não poderia imaginar, confiando na filha, era de que além de não ter terminado, ela estava sendo enganada.

 





            Pra continuar vendo o namorado, Suzane começou a faltar aulas, não participar mais dos trabalhos em grupo e a inventar para os pais, que devido a suas altas notas, foi chamada para dar aula na monitoria da PUC a noite. Era o álibi perfeito. Com pais tão preocupados com a educação dela, porque não usar a faculdade pra encontrar o namorado?

 

            Ela adorava ficar na casa dos Cravinhos, de acordo com ela, lá era oposto da casa dela, da família dela. Lá, eles eram amorosos, carinhosos, se abraçavam, se amavam. Tudo era liberado. Tudo era conversado. Tudo era aberto. Livre.

 






            Em junho, Manfred e Marisia foram para a Escandinávia passar férias de 30 dias e pela primeira vez, deixam os filhos sozinhos no Brasil. Suzane já estava com 18 anos, Andreas iria fazer 15.  Foi para Suzane, como um sonho.

 

            Daniel praticamente foi morar na casa de Suzane. 


            Segundo Sinlândia de Jesus, a empregada que estava trabalhando ate aquele momento na casa, Daniel não saia de la. Quando ela chegava de manha pra trabalhar, ele já tava lá.

 

            Por 30 dias, eles viveram e fizeram tudo o que quiseram. Deram festas na piscina, fizeram churrascos, beberam, fumaram.

 

            Tanto Daniel, quanto Suzane e Andreas, estavam fumando maconha juntos.

 


Suzane, Daniel e Andreas



            Vários amigos dos dois foram chamados na casa, e o irmão de Daniel tambem, Cristian. Os irmãos Von Richthofen adoravam Cristian.

 

            Cristian Cravinhos de Paula e Silva, nascido no dia 21 de novembro de 1975. Era o filho do meio de Astrogildo e Nadja, que além de Daniel, o caçula, tambem tinham Marcos Aurelio.

 


Cristian e Daniel 




            Cristian era apaixonado por esportes radicais, como salto de paraquedas, motocross. Só tinha estudado até  o 8º ano. Há um tempo atrás, teve um problema grave com abuso de cocaína, que ele tinha consigo sair, mas ainda usava maconha. Ele morava na Rua Grauna, 422, com a avó paterna. Ela estava doente, sozinha e ele foi morar com ela pra ajudar. Pra ter dinheiro, ele consertava motos , dava aulas de bateria.  Tambem foi informante da policia durante um tempo.

 




            Ele já era pai de um menino Rafael, fruto de um relacionamento com uma moça chamada Tatiane, que morava com os pais, no mesmo prédio que ele. Após desavenças, ela acabou se mudando para Londrina com o filho.  Agora ele estava se relacionando com Ana Carolina, tambem uma vizinha, mas 11 anos mais nova que ele. Ela tinha 16 anos.

 

            Quando Manfred e Marisia voltaram, todo aquele sonho idílico terminou. Aquele faz  de conta, aquela brincadeira de casinha, acabou. E foi nesse momento, em julho, que a ideia de que eles, precisavam sumir, surgiu.

 





            Daniel no inicio foi totalmente contra. Não tinha coragem de matar os pais de Suzane. Ele não era um criminoso. Todo aquela ideia é rejeitada.

 

            Em setembro, Manfred e Daniel brigaram feio no portão da casa da Zacarias de Gois, a policia precisou ser chamada.


            O que Suzane, segundo Daniel, conta a ele é que ela estava cansada. Seu próprio pai, abusava dela. Entrava no quarto dela a noite, depois que a mãe dormia.. E era assim desde os 9 anos dela.

 

            Aquilo deixou Daniel revoltado. Saber que a namorada, que ele dizia ser a mulher da vida dele, era abusada sexualmente. Que ela apanhava do pai e que a mãe era conivente. Suzane contava sempre a ele, que os pais dela, ofendiam Astrogildo e Nadja, os chamando de interesseiros, ladrões, que não prestavam.

 

            Ele chama o irmão Cristian pra ajudar. Quando sabe do plano do irmão e da Suzane, ele se nega a colaborar. Daniel diz que vai fazer, com ele ou sem ele. Cristian no fim acaba aceitando ajudar. Se por dinheiro, que Suzane alega ter prometido a ele ou por amor ao irmão, não se sabe. Mas Cristian faz uma premonição aos dois: “ Vou fazer, mas vão nos pegar.” Ele não poderia estar mais certo.

 

            Tudo ficou combinado para o dia 31 de outubro de 2002.

 

            O psiquiatra forense Guido Palomba fala que, em relações entre uma pessoa fronteiriça como Suzane e outra como Daniel, o que acontece quando se juntam é o que ele chama de Loucura a Dois.


 

            O dia 31 começou como qualquer outro. A família tomou café da manha junto. Manfred levou Andreas na escola, voltou, trocou de roupa e foi para a Dersa. Suzane foi para a faculdade. Marisia para o seu consultório.

 

            Por volta de meio dia e meia, um pouco mais, Suzane pega Andreas na escola e os dois voltam pra casa. Almoçam com a mãe. Naquele dia, ela teria paciente as 4 da tarde, então voltou para o consultório. Suzane levou Andreas no curso de inglês e foi para a casa de Daniel. Lá pelas 5 da tarde, ela e Daniel pegam Andreas no inglês e vao os 3 para o shopping. Como era aniversario de Suzane no fim de semana, ele queria comprar um presente pra ela, mas como ela não gostou de nada, eles foram deixar Andreas em casa. Suzane havia dito a mae que tinha monitoria na faculdade e que so chegaria a noite.

 




            Tanto Marisia quanto Manfred jantam. Andreas espera eles dormirem, coloca uns travesseiros embaixo do edredom, desce , liga pra Daniel e pede que va pegar ele pra irem na Red Play, uma lan house, pra ele jogar Counter Striker. Era em torno das 22:30. Daniel vai ate a casa e busca Andreas.

 





            Andreas pega a mobilete, que, com o dinheiro da mesada dele e com a habilidade de Daniel, eles montaram. Ficava escondido na casa dos Cravinhos. Os pais dele jamais deixariam ele ter uma. Entao ficava sempre na garagem dos Cravinhos. Astrogildo permitia que ficasse lá, mas sob a condição de que Suzane e Daniel acompanhassem Andreas quando ele fosse pilotar.

 

            Eles vao todos para a Red Play. Daniel tinha dito que como presente de aniversario para Suzane, ia levar ela a um motel.

 

            Andreas fica na lan house. A algumas ruas dali,eles encontram Cristian, que so estava esperando por eles.

 




            Os 3 vão em direção a casa dos Von Richthofen no carro de Suzane, ela dirige.

 

            Os irmãos colocam luvas cirúrgicas, que Suzane pegou da mãe, sem ela saber. Tambem colocam meias no rosto, pra não deixarem fios de cabelo em algum lugar. Na mala do carro, estão duas barras de ferro. Elas foram feitas de cantoneiras de estante de ferro, aquelas com furinhos... Vou deixar a foto no blog. Daniel cortou elas no meio, lixou e fez daquilo uma arma.

 

            Eles chegam.

 

            O vigia da rua, Francisco Genivaldo, vê o Gol de uma moradora do 232, entrando na rua. O jogo do Corinthias e Flamengo estava acabando. O time dele, paulista, ganhava de 1x0.

 

             Suzane abre a garagem da frente da casa com o controlo remoto.

 

            Os 3 saem do carro, entram na casa.

 

            Suzane se certifica de que os pais estão dormindo. Os dois sobem após ela sinalizar.

 

            Daniel vai para o lado de Manfred. Cristian para Marisia.

 

            O primeiro a ser golpeado é Manfred.

 

            No IML não foi possivel determinar quantas pancadas foram.

 

            Cristian tambem começa a golpear Marisia. Ele fecha os olhos enquanto bate.

 

            Manfred, havia virado um pouco, porque talvez ia mudar de posição na cama e é acertado em decúbito dorsal, barriga pra cima.

 

            Os dois começam a fazer um barulho alto.

 

            O traumatismo craniano grave ocasionou que a língua se soltasse da base, travando o aar, o que causou sufocamento e o barulho.


            Daniel correu para o banheiro, pegou umas toalhas de rosto, molhou e colocou no rosto de Manfred, para abafar o som.

 

            Ele desce, pega uma jarra laranja no armário da cozinha, sobe de 2 em 2 degraus, volta ao banheiro, enche a jarra e joga tudo no rosto de Manfred. O barulho para. Ele começa a limpar o rosto de Manfred com a toalha.

 

            Cristian tambem coloca uma toalha molhada no rosto de Marisia, mas no som não para. Ele desce as escadas perguntando pelos sacos de lixo. Antes de chegarem, eles pediram a ela que deixasse sacos de lixo disponíveis pra eles. Suzane aponta para um tapete no pe da escada.

 

            Cristian pega um saco, coloca na cabeça de Marisia, empurra a toalha pra dentro da boca e fecha o saco. O barulho cessa.

 

            Esta tudo um silencio.

 

            Enquanto isso, Suzane lá embaixo coloca uma luva cirúrgica na mao esquerda, já que é canhota. Ela separa o rolo de saco de lixo, depois mexe em algumas coisas no escritório, senta no sofá, esconde a cabeça entre as mãos e espera.

 

            Daniel abre o fundo falso do closet, como Suzane ensinou, pega o revolver Rossi 38, joga as joias pelo quarto coloca a arma e a munição em cima da cama.

 

            Cristian esvazia a cômoda.

 

            Suzane pega a pasta de couro de Marisia, que ficava no escritório, abre com o segredo, tira um caixinha branca de dentro, coloca na prateleira.

 

            Cristian tira a arma da cama e coloca ao lado da mão de Manfred, depois coloca a munição.

 

            Os irmãos descem e vao para o escritório. Daniel vai a cozinha, pega uma faca e corta a pasta para policia não desconfiar de que, quem tirou o dinheiro que tinha nela, sabia a senha. ( um gênio). Deixa a faca na prateleira.

 

            Limpam os bastões de ferro na agua da piscina. Tiram a roupa, guardam tudo dentro de um saco de lixo.

 

            Vao embora no carro de Suzane. Daniel dirigindo. Jogam o saco de lixo no caminho. Cristian desce na rua Macuco e vai pra casa andando. Daniel e Suzane vão para um motel.

 

            O combinado com Andreas, era ele ligar quando terminasse de jogar. Quase as 3 da manha, ele liga pedindo pra ir na Red Play porque já ia fechar. Suzane e Daniel vão.

 

            Andreas vai andando de mobilete mais um pouco ate a casa dos Cravinhos. De lá, se despedem e tanto Suzane quanto Andreas, vão para casa.

 

            As 4 da manha o policial Alexandre Paulino Boto recebeu via Copom o aviso de ir a Rua Zacarias de Gois, 232, verificar um furto em residência.

 

            Quando o policial chega, ele pergunta se alguem chegou a entrar na casa, Suzane diz que não. Só viram que a porta estava aberta e a luz acesa, o que é incomum.

 

            Um policial fica com os irmãos do lado de fora da casa, enquanto Boto e outro policial entram.

 

            No andar de baixo, o escritório estava todo revirado, mas a sala estava em ordem. Subiram, o quarto da filha estava ok, o do filho tambem. Havia no meio da cama, travesseiros cobertos por um lençol, simulando ter alguem deitado.

 

            O quarto do outro lado do corredor era a do casal.

 

            Na cama, estava o homem com o braço direito para fora da cama, barriga pra cima, pés cruzados, uma arma no chão, bem abaixo da mão dele. A mulher estava com um saco na cabeça.

 

            Ele desceu as escadas e foi para fora da casa. Suzane pergunta como estão os pais dela, ele diz que estao bem. Como, ela não tinha dito que os pais estavam em casa, ele acha estranho.

 

            Conversando com o sargento, acharam melhor chamar o resgate, algum dos filhos podia passar mal ao receber a noticia dos assassinatos.

 

            O rapaz chega. Boto o chama. Ele diz ser namorado. O policial avisa que os pais dela estao mortos. Daniel pergunta se sabem se levaram algo porque na biblioteca tinha uma caixinha com muito dinheiro, 5 mil dólares, 8 mil reais. Boto novamente acha estranho, mas so diz que nada ainda foi averiguado.

 

            Daniel vai até os irmãos. Não houve desespero, não houve gritos, não houve choro. Só houve uma pergunta, vinda da menina: E o que a gente faz agora?

 

            O subdelegado Dr Daniel Cohenm da 27ª, de plantão, é chamado. A area toda isolada e a pericia do DHPP, acionada.

 

            Daniel, liga por volta já das 4:30 da manha para o tio de Suzane, Miguel. Avisa que entraram na casa e que tanto Marisia quanto Manfred, estavam mortos. A mae dele, ouve, começa a passar mal. Ele liga então para Rubens, um primo deles e pede que ele vá ate a casa pra saber o que estava acontecendo.

 

            A equipe formada pelo perito Ricardo da Silva Salada, perito Agostinho Pereira Salgueiro, Foto grafo Marcos dos Santos Boy e os papiloscopistas, chegam no local de crime em torno das 7:30. A rua já estava tomada pela imprensa.






            Os filhos foram levados pelos policiais Boto e os que o acompanhavam, para fazerem o boletim de ocorrência.

 

            O pai de Daniel, Astrogildo, foi quem começou a falar com a imprensa, dar entrevistas ainda no local. Rubens chega e não consegue entrar.

 

      

            O investigador Robson Feitosa costumava gravar os locais de crime pra depois, poderem estudar. Ele conversa com o Salada e começa a gravar.

 

            A porta da casa não havia qualquer sinal de arrombamento.

 

            Quando se entrava na casa, a primeira coisa a ser vista, eram as longas palmeiras e a piscina, que ficava acima do nivel da entrada de carros. A porta de entrada ficava em frente a piscina. Pra se chegar na porta, subia-se 4 degraus de escada. A direita estava a piscina, a esquerda a porta.

 

            Há duas janelas largas, uma de cada lado da casa.

 

            A casa possuía dois andares, uma garagem com 2 vagas nos fundos, onde estavam um Santana e um Gol modelo antigo. Tambem ficava a churrasqueira e o quarto de empregada.

 

            A porta de acesso possuía um enorme brasão entalhado na madeira.

 

            Via-se uma das janelas abertas, a do escritório. Tinha uma sala de estudos ao lado, Nela, vários papeis no chão, as gavetas todas abertas, armários revirados, mas os livros das estantes no lugar e aparentemente nenhum eletrônico faltando.

 

            O computador, aqueles ainda de mesa, estava lá, uma pequena TV tambem, rádio toca fitas, uma bolsa feminina aberta, uma faca de cozinha em cima do armário. No chão, uma pasta de couro preta, com alguns cartões de banco, chaves, jogados no chão.

 

            Salada olha primeiro tudo em volta. Ele gosta de antes, começar a pericia, dar uma geral e entender o local. A sala de estudos ao lado do escritório, tinha as portas dos armários baixos abertas, mas fora isso, nada no chão, as 2 mesas arrumadas, tudo em seu devido lugar.

 

            Entrando mais na casa, tinha uma sala com forro do teto em madeira, tudo intocável, moveis de madeira, piso tambem em madeira, brilhante, como, diz o Salada, tudo tão arrumado, que nem parecia que alguem morasse, muito menos uma casa com 2 adolescentes.

 

            Após a sala, há um pequeno bar, que antecede a cozinha e a sala de jantar. Salada sobre a escada que dá para o piso superior, onde ficam as suítes. De um lado, ficam os quartos dos filhos, Suzane e Andreas, do outro lado, o quarto do casal.

 

            Assim, como quase o restante da casa, exceto o escritório, o quarto de Suzane estava arrumado, nada mexido, nada faltando. Diversos bichinhos de pelúcia, em cima do armário da Tv e som. Um ursinho rosa, colocado na cama, meticulosamente arrumada, uma garrafa de agua na mesa de cabeceira, cama de solteiro. O banheiro limpo e com produtos que só provavam ser quarto de menina.

 

            O quarto ao lado, era de um menino. A cama desarrumada, os travesseiros ainda no meio, mas sem o lençol, por ter sido retirada pelo policial Boto. Tênis no chão, um chinelo, algumas roupas no sofá, bem cara de menino e um pouco mais bagunçado. Nada faltando, A mesma coisa do banheiro com detalhes em golfinho.


            Entre os quartos, um espaço com sofá e tv, tambem intacto.

 

            Ao entrarem no quarto do casal, uma caixa de joias, com algumas poucas no chão, mas próximas. Todas as gavetas da cômoda em frente a cama abertas e reviradas. No tapete ao lado do homem de pijamas cinza, vestindo um conjunto de blusa e short cinzas, um revolver. Ao lado dele, o que parecia ser uma pilha de lençóis.

 

            Chegando mais perto, pode-se ver um pé saindo, dessa pilha de lencois e da colcha vermelha quadriculada.

           





            O homem tem uma toalha no rosto, o outro corpo, em um saco preto de lixo.

 

            Na mesa de cabeceira, do lado do homem, um abajur, um telefone fico, nada mais no chão.

 

            Na mesa de cabeceira do outro lado, um abajur aceso, uma jarra laranja com um pouco de agua, algumas revistas, um relógio de mesa em formato de galinha, algumas revistas, um óculos de grau, isqueiro e uma caixa de cigarros free e um cinzeiro.

 

           

            Além do pé para fora da coberta, tambem era possivel ver um braço, uma mão, abaixo do travesseiro, na posição como se estivesse dormindo.

 

            Salada retira com cuidado o saco de lixo e vê uma toalha, do mesmo jogo que a tolha do homem.

 

            A principio, Salada imaginou que aquilo poderia ser uma morte por disparo, afinal, havia arma. Poderia ser um homicídio seguido de suicídio. Mas ao retirar a toalha, ele entendeu que a morte foi por espancamento com algo, como um bastão.


            A mulher, que vestia uma blusa verde musgo e calça vermelha, tinha massa encefálica grudada nos cabelos. Ela havia apanhado. E muito. Os dedos da sua mão direita, estavam sobre o peito, com lesões contundentes, com sangue....

 

            A tolha havia sido enfiada na garganta da vitima.

 

            O perito decide começar os exames Peri necroscópicos , que é o exame externo do cadáver, pelo homem, Manfred.

 

            Se fosse um homicídio seguido de suicídio, quem colocou a toalha no rosto da vitima?

 

            Tudo indicava que era um homicídio. E que mais de uma pessoa cometeu. O fato do rosto ter sido coberto, indica que quem matou, conhecia  a vitima.

 

            Havia ferimentos corto contusos no rosto, causados por choque, algo deslizante de alta pressão, ferimento na têmpora direita e um corte profundo atras da cabeça.

 

            No teto, tinham respingos de sangue.

 

            O crânio de Manfred estava quebrado.

 

            Salada calculou a hora da morte, como entre as 22 e meia noite, levando a rigidez e a temperatura dos corpos como parâmetro. Depois, se provou que aquele lapso de tempo estava correto.

 

            Naquele momento, não dava pra saber qual teria sido a arma usada mas deveria ser algum objeto corto contundente, porque fez cortes. Sem sinais de defesa.

 

            Na Marisia, Salada notou que o proposito da toalha, pela ponta, ter sido enfiada na boca, era o de sufocar. Ela tinha ferimentos contusos na região a direita que fica acima da cabeça ate quase a base do crânio na região acima do ouvido.

 

            Marisia tinha recebido muito mais pancadas que Manfred. O crânio dela estava em pedaços. Os dedos da mão direita tambem estavam machucados.

 

            A analise das manchas de sangue demonstravam que Marisia se desviou de alguns golpes, indo com o corpo mais para o meio da cama.

 

            Na cabeceira, além de massa encefálica, tambem tinham marcas, do objeto usado para mata-la.

 

            O crânio, do lado esquerdo, literalmente afundou. Toda a região direita, acima da sobrancelha, sofreu um afundamento.

 

            Os ferimentos e as hipóstases, que são manchas que surgem post-mortem, que é basicamente o acumulo de sangue onde o corpo estava apoiado no momento da morte, mostrava que o casal, estava deitado em decúbito lateral esquerdo, um atrás do outro, no sentido do quarto da janela do quarto.

 

            Infelizmente, Marisia demorou mais pra morrer. E sofreu bem mais tambem.

 

            E aqui, eu já quero deixar claro pra quem já ouviu sobre esse caso e nutre teorias da conspiração de que eles reagiram, de que eles sentaram na cama, de que Marisia tentou se defender, de que ela falou o nome da Suzane ou fez alusão aos filhos, isso não aconteceu. Eles não viram nada, não tiveram tempo de falar nada ou de tentarem se levantar. Foi algo muito rápido. E muito brutal.

 

            O revolver, era da marca Rossi, uma calibre 38. Tambor para 6 munições. Cabo de madeira. Mas só haviam 5 balas.

 

            Manfred tinha posse de arma desde 1976. E registro de 2 armas Rossi: o revolver e uma espingarda com 2 tiros de calibre 12. Ambos adquiridos em 1995.

 

            O quarto do casal além da cômoda com as gavetas abertas, as bijuterias espalhadas perto dos pés da cômoda, nada mais tinha de muito desalinhado. Os perfumes e relógio acima da cômoda estavam organizados. Foi uma bagunça organizada. O cômodo tambem possuía um closet e no fundo, um banheiro. A esquerda do closet e no fundo, um banheiro. A esquerda do closet tinha um cabideiro com prateleiras embaixo. Na ultima, existia um fundo falso, que só quem conheceria, além do marceneiro, seriam os moradores da casa.

 

            No lavado do 1º andar, foi encontrado uma bituca e cigarro da marca Minister, jogado dentro do vaso sanitário. Que, mesmo depois de muita pesquisa, não descobri se a investigação examinou ou o que foi concluído. E. eu quando estive com o Salada a alguns meses, durante uma palestra dele aqui no Rio, confesso que não perguntei. Fiz varias perguntas e não me lembrei do cigarro, então, ele pra mim, ainda é um mistério. Os fumantes da casa fumavam Free, então, ele era de uma marca diferente.

 

            No escritório, tambem tinham vários cheques dentro de um envelope para serem depositados, no valor total de R$ 4.700 reais. A favor de Manfred.

 

            A equipe de investigação de plantão que chegou ao local foram a Dra. Renata Helena da Silva, os investigadores Alexandre, Marcos, Marcelo e Valter. O titular da equipe Dr. Ricardo Guanaes e o chefe da equipe de investigadores, Sérgio e o Robson Feitosa, que como eu disse, gravou todo o local de crime. Todos eles eram da 27º H-Sul.

 

            A pericia externa da casa foi feita pelo perito criminal Salgueiro. Os muros eram muito altos, não havia qualquer marca neles.


            Na janela do escritório, que estava aberta, se viam marcas de tênis, na parede externa, abaixo da janela.

 

            O investigador Sérgio, manda chamar Astrogildo Cravinhos, que estava lá do lado de fora dando entrevistas.

 

            Astrogildo diz que sabia que tinha uma caixinha com R$ 8 mil no escritório. Ele tambem conhecia o marceneiro que fez todos os moveis da casa. O investigador deixou Astrogildo ir falando: seu filho mais novo, Daniel, namorava Suzane a muito tempo, viajavam para a chácara dos Von Richothofen aos fins de semana, Marisia era rígida com os filhos, Manfred era bem mais flexível, nunca ouviu qualquer desentendimento entre o filho e os sogros, seu filho do meio, Cristian, era investigador da policia, da GOE, bem, na verdade, um colaborador, depois descobriu-se que era tipo um informante.

 

            Todos os vizinhos ouvidos no dia, diziam a mesma coisa: eles eram muito fechados, os filhos as vezes vistos fumando maconha, mas nada que se sobressaísse.

 

            Para o policial Boto, Suzane disse que não havia entrado na casa, porem na delegacia, ela falou sobre a pasta, sobre o corte nela e sobre o quanto estava faltando.

 

            Da delegacia, o investigador ligou para o Salada e pediu que ele verificasse a pasta. Ela era de couro, estava deitada, o rasgo, a primeira vista entrando no cômodo, não dava pra ver. O corte tinha sido por uma faca lisa, não serrada como estava no escritório.

 

            O boletim de ocorrência foi feito no 27º as 6 da manha do dia 31, por Suzane, Andreas, Daniel e Astrogildo,

 

            Suzane, depois de trocar beijos e carinhos com o namorado, tirou um cochilo em seu ombro. Andreas ficou sentado, encolhido.


            Drº Enjolras Rello foi quem tomou o primeiro depoimento de Suzane.

            Drº Ricardo Guanaes, o de Andreas.

            Drª Cintia Tucunduva, o de Daniel.

 

            Durante todo o tempo na delegacia, o casal esteve junto, dando beijinhos, abraços.

 

            Nesse primeiro depoimento, Suzane diz que chegou em casa, viu as luzes acesas, ficou com muito medo e ligou para o Daniel. Ele disse pra ela ligar para a policia militar.

 

            A Draª Cintia assume a investigação e pra ela, toda aquela história tava muito mal contado. O saco de lixo na cabeça da Marisia era muito estranho além de serem muito parecidos com os da própria casa. O pacote, rolo, dos sacos de lixo, ficaram em cima da cama.

 

            A jarra laranja tambem a intrigava. Porque as vitimas levariam uma agua com agua para o quarto mais não os copos? Os corpos estavam molhados, então os assassinos tentaram lavar eles? Mas como sabiam aonde tinham uma jarra? E tinham os carros. Na frente da casa, havia uma garagem com 2 vagas, o carro da Marisia, uma Blazer, estava na garagem, já de frente, como ela gostava de deixar, aberto, controle do portao dentro, era só entrar, ligar e sair.

 

            Depois de fazerem o boletim de ocorrência, todos foram liberados, mas a pericia, ainda estava sendo feita. O Drº Guanaes, mandou buscar os 3, que estavam na casa dos Cravinhos, para serem ouvidos em depoimento.

 

            Os 3 foram separados. Andreas para a equipe H-Sul, Suzane C-Sul e Daniel na A-Sul.

 

            A Dersa, após saber do ocorrido, enviou  advogados para acompanharem os filhos de Manfred, Dra Wanda Aparecida Garcia e o Dr Denivaldo Garcia.

 

            No primeiro depoimento Andreas relata: acordou as 6:40 da manha, se arrumou. As 6:55 saiu com o pai para ir para a escola. Era o pai que o levava todo dia. Assistiu as aulas no Colégio Vértice até as 15 pra 1 da tarde. A irma foi busca-lo, como todos os dias. Chegaram em casa por volta das 13. Almoçaram com a mãe, como todos os dias. O pai não almoçava em casa. As 13:55 a irma o levou para o curso de inglês que acaba as 15. Daniel e Suzane foram pegar ele. Os e foram para o shopping Ibirapuera para Andreas comprar um presente de aniversario para a Suzane. Chegaram em casa as 16:50. Suzane saiu as 17. Ela falou pra mãe, que estava indo para a monitoria na PUC.

 





            As 18 a mãe chegou em casa, por volta das 18:40 ou 18:50, o pai chegou. Os pais jantaram as 20, mas como ele tinha comido um lanche, não jantou. Ficou no quarto vendo Os Simpsons. Enquanto tomava banho, as 21, o pai foi no quarto dar boa noite. As 22, a mãe foi dar boa noite.

 

            Mais ou menos as 22:30, ele colocou alguns travesseiros embaixo do lençol pra parecer que estava dormindo. Ele já tinha combinado que ia ao RedPlay escondido, porque os pais não deixavam ele sair a noite pra jogar.

 

            Desceu, foi no escritório e ligou para o celular da irmã, Suzane passou para o Daniel e Andreas avisou que já estava pronto, que podiam ir busca-lo.

 

            Daniel foi sozinho. No caminho, ele disse que ia levar Suzane a um motel, pra comemorar o aniversario dela.

 



            Deixaram ele na Red Play e combinaram o horário pra ir embora.

 

            As 2:50 da manha, ele ligou pra irmã, que disse que estava no motel mas ia embora.


            Deixaram Daniel em casa e foram embora. Chegando em casa, um pouquinho antes das 4.

 

            A casa tinha alarme, mas estava desligado. Tambem tinha botões de pânico pela casa que funcionavam.

 

            Quando eles chegaram em casa, as luzes estavam acesas, a porta estava destrancada e a janela da biblioteca e do escritório, tambem estava aberta. Não chamou pelos pais, porque ficou com medo e tambem não apertou o botão de pânico da biblioteca. A irmã não deixou ele subir as escadas.

 

            Saiu de casa e Suzane ligou para o Daniel. Quando o Daniel chegou eles ligaram para o 190. A irmã ligou para o numero da casa, mas ninguém atendeu.

 

            Souberam pelo policial que os pais morreram, foram para a Delegacia fazer o Boletim de Ocorrência e foram para a casa do Daniel.

 





            Quando o delegado apertou mais um pouco Andreas falando sobre os assassinatos dos pais, ele chegou a pedir pra ver as fotos.

 

            Depois do aperto, ele contou que fumava maconha com a irma há uns 7 meses. As vezes fumavam na caixa d’agua. Sabia que a irmã ia a motéis, ele mesmo uma vez foi escondido com ele, pra saber como era.

 

            Tambem contou que tinha uma mobilete que ele montou com o Daniel.

 

            Na noite anterior, ele usou a mobilete. Daniel pegou ele, foi para casa dele pegar a mobilete. Daniel e Suzane foram seguindo ele no carro da irmã. Enquanto a irmã não chegava pra pegar ele, ficou dando umas voltinhas. Depois foi seguindo o carro da irmã até chegarem na casa do Daniel.

 

            Já no fim do depoimento, cansado, ele falou sobre o assunto da relação da irmã e Daniel. Os pais não aceitavam o namoro. A irmã encontrava ele escondido e ele sabia. Ele ajudava.

 

            Indo pra casa, Suzane comentou com ele que gastou uns R$ 300 no motel Colonial. E que depois de deixa-lo na Red Play, voltou em casa lá pela meia noite, pra pegar R$100 para pagar o motel, subiu no quarto, viu se os pais estavam dormindo, pegou o dinheiro e saiu.

 

            Ao chegarem, as luzes estavam acesas, a porta aberta e a janela tambem. Vários papeis estavam pelo chão, móvel com porta e gaveta aberta e uma pasta marrom com um corte perto do fecho. Essa pasta estava no chão, do lado da chave reserva da casa, era da mãe dele, onde ela guardava dinheiro, a chave reserva e alguns cheques que ela recebia. A pasta tinha segredo. Ele tambem viu uma faca que era da cozinha.

 

            Suzane e o Daniel tinham pedido para o Andreas proteger o Daniel porque como ele ficou os 30 dias lá na casa, ia ter digital dele na casa e a policia ia desconfiar dele, mas isso, ele não contou pro delegado.

 

            O delegado pediu um lanche do mc donalds, pra ele. Ele comeu o sorvete, as batatas fritas e liberado.

 

            Na sala de espera da H-Sul, Suzane e Daniel se beijam, se abraçam, cochicham, sorriem. Ela mante as pernas em cima dele. Não parecia alguem que perdera os pais a menos de 24 horas.

 

            O advogado Denivaldo Barni, de quem ouviremos bastante, acompanhou o depoimento de Suzane. Ele trabalhava na Dersa, conhecia Manfred. O delegado Dr Alvim Spinola a ouviu:

 

            Ela estava no 1º ano de Direito da PUC. Tinha um ótimo relacionamento com os pais e o irmão, que tinha horários mais controlados e não podia sair a noite.

 

            A casa tinha sensores infravermelhos na porta de entrada e entre a sala e a cozinha, no hall. Tambem tinha botões de pânico no quarto dela, do irmão, dos pais e no escritório. Quando acionados, daria um sinal a empresa de segurança Graber. Os sensores estavam desligados pra que a empregada tivesse aceso a casa. Tambem tinham câmeras de segurança na porta de entrada, mas não gravava.

 

            A mãe tinha tido varias empregas nos 2 anos que moravam naquela casa.

 

            Ela e a mãe tinham sido seguidas por um Escort Azul e vidros escuros alguns dias atras.

 

            Uma ex empregada tinha roubado dinheiro de dentro da casa.

 

            No dia 30, ela saiu as 17 e foi para a casa do namorado. Assistiram TV ate umas 18. Foram a uma Blockbuster alugar um filme, mas não se entusiasmaram com nada. Foram devolver uma maquina de cortar cabelo para o Cristian, irmão de Daniel. Ficaram lá uns 15 minutos e foram embora.

 

            Andreas ligou as 22:30 dizendo pra ir busca-lo. Ele saia escondido pelo menos 1 vez na semana pra jogar Counter Strike. Daniel foi pega-lo. Os dois voltaram para a casa dos Cravilho.s Andreas pegou a mobilete, presente dos Cravinhos e que Daniel montou e foram todos para a Red Play.

 

            A meia noite ela foi em casa pegar uns R$ 100 na mesa de estudos. Daniel ficou no carro esperando. As portas estavam fechadas, e tirando a luz da varanda e do abajur na sala, todas as outras estavam desligadas. Ela foi no escritório, ouviu se tinha algum recado, foi ao banheiro e saiu.

 

            Foi com Daniel na Raposo Tavares procurar um motel mas acabaram decidindo ir para o Colonial. Chegaram 1 e meia da manha, pediram  a suíte presidencial, pagaram R$ 315 e saíram as 2 e 40 da manha.

 





            Buscaram Andreas. Ele deu algumas voltas de mobilete. A mobilete e o Daniel ficaram na casa dos Cravinhos. Por volta das 4 eles chegaram em casa. A porta da frente estava aberta, as luzes da cozinha e da sala acesas, a biblioteca bagunçada. Uma pasta com dinheiro estava rasgada e vazia. Ela saiu da casa, foi ate a piscina e ligou para o namorado. Ele pediu que ela não entrasse mais na casa que ele iria pra lá. Ela tambem confirmou ao delegado, que a arma encontrada era do pai dela.

 

            No motel eles não fizeram sexo. Namorava a 3 anos. Os pais aprovavam o namoro, ele sempre ia a casa dela. Confirmou que ela e ele usavam drogas mas o irmão não.

 

            Antes de ir embora, Suzane perguntou ao diretor do DHPP se podia já vender os carros e se, ela, o namorado e Andreas, podiam ir viajar para Boiçucanga, uma praia em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. Ele, desacreditado do que estava ouvindo, falou que não pegava nada bem. O que era obvio.

 

            Em outra sala, Drª Cintia ouvia Daniel:

 

            Ele tinha um ótimo relacionamento com os pais de Suzane. Ia na casa umas duas vezes por mês por causa dos horários dela. Suzane chegou na casa dele as 17, saíram pra comprar ração para o peixe, voltaram, depois foram a Blockbuster, mas não alugaram nada. Voltaram para casa e esperaram Andreas ligar.

 

            Depois de deixar Andreas na Red Play, foram na Raposo Tavares procurar um motel. Mudaram de ideia, iriam no Colonial. Como lá era caro, foram na casa de Suzane pegar dinheiro para completar. Ele ficou no carro esperando uns 10 min. Foram para o motel, ficaram um pouco e saíram para buscar o Andreas. Deram algumas voltas com ele e a mobilete. Suzane deixou ele em casa, mas logo em seguida ligou falando que a casa estava revirada. Ele mandou ela ligar para o 190 e foi pra lá. Ficaram ligando pra casa esperando que Manfred ou Marisia atendessem.

 

            Quando soube das mortes, ligou para o pai.


            Ele achava que talvez alguma empregada estivesse envolvida.

 

            Perguntado o que fizeram no motel, respondeu que eles usaram a hidro, a piscina e transaram.

 





            Depois de ouvir tudo aquilo, a policia não entendeu a diferença de tempo entre as versões, as discrepâncias. Ao ouvirem os vizinhos, descobrem que a policia já ido na casa, aparar uma briga entre Manfred e Daniel.

 

            Ela usava uma aliança de compromisso, ele não. Ela dizia não terem feito sexo no motel, ele dizia que sim.

 

            Miguel, irmão da Marisia, disse que a família acreditava que o namoro de Suzane tinha terminado a 7 meses.

 

            Segundo funcionários do motel ouvidos no dia 03 de novembro, eles entraram as 1:36 da manha do dia 31 e saíram as 2:55. Pagaram em dinheiro, R$ 318,50, suíte com sauna, piscina, teto solar, cachoeira, hidromassagem e consumiram uma Coca-cola.

 

            Os corpos foram para o IML no mesmo dia. Deram entrada na parte da tarde. Drº André Ribeiro Morrone fez o exame necroscópico de Manfred e o Drº Antonio Carlos Gonçalves Ferro, o de Marisia.

 





            Primeiro eles vão para a radiografia, para saber se não tem algum projetil instalado no cadáver.


            Depois começa o exame externo e depois o interno.

 

            Manfred, 49 anos, 1,72 de altura, 80 kg. Fraturas no crânio, fraturas nas costelas, edema cerebral, ferimento no pescoço, no ombro, escoriação no dorso do 5º dedo da mão esquerda, afundamento da região parietal da cabeça.

 

            A conclusão do exame foi morte por traumatismo crânio encefálico causado por instrumento contundente. Hora da morte entre as 21 hrs do dia 3010 e as 3 da manha do dia 31/10.

 

            Marisia. 50 anos, 1m65.

 

            Teve afundamento do crânio lado direito, exteriorização de massa encefálica, ferimento contuso no segundo e terceiro dedo da mão direita, fratura na base do crânio, perda de massa encefálica.

 

            A conclusão do exame foi morte por traumatismo crânio encefálico causado por instrumento contundente. Hora da morte entre as 21 hrs do dia 30/10 e as 3 da manha do dia 31/10.

 

            Muitos ferimentos cranianos. Foi uma morte agônica.

 

            A policia pediu que se grampeassem o telefone da casa das vitimas.

 

            Os enterros aconteceram no dia 1º. A roupa da Suzane foi muito comentada. Ela usava uma calça de cós baixo cinza, uma blusinha curta, tipo um cropped, preto e tiara. Toda a barriga de fora, quase como se estivesse indo a uma festa. Rubens, o primo irmão de Marisia, optou por caixões fechados. Eles foram sepultados no jazigo 97, da família Von Richthofen.

 












            No dia 31 de outubro, pela manha, 10 horas após o assassinato dos von Richthofen, Cristian Cravinhos vai no apartamento do amigo, Jorge Ricardo. Ele queria comprar uma moto, com dólares que ele tinha guardado, aproveitar a alta do dólar e como estava com problemas no Bradesco, pediu pra moto ficar no nome do amigo, pra não correr o risco de perder. Jorge não viu problema e eles foram.

 

            Os dois foram para a loja Nahime, no Brooklin, onde Cristian já havia comprado uma moto alguns anos antes. Escolheu uma Suzuki, que daria pra comprar com os 3.600 dolares que ele tinha, em notas de U$ 100.

 

            No decorrer do dia, o Jorge ouviu na Tv que os pais da namorada do irmão do Cristian, tinham sido assassinados. Jorge correu pra procurar por ele, mas Cristian já tido ido para um sitio da família da namorada.

 

            Uma denuncia anônima avisa a policia de que Cristian, estava de moto nova e bastante dinheiro pelas ruas.

 

            A Suzane, pediu para a Reinalva, que trabalhava na casa há mais ou menos 2 meses, limpar o quarto dos pais. A única reação que Reinalva viu dos filhos, foi quando ela perguntou ao Andreas como ele estava: “Já era, acabou.”



            Suzane chegou a ir a Dersa, pegar as coisas do pai, como fez no consultório da mãe. Mas a policia estava lá e não permitiram que ela retirasse nada.

 

            No dia de finados, 02 de novembro, Dra Cintia e o Dr Alvim vão na casa. Suzane abre o portão de biquini, que depois, cobriu com um short e um top. Na piscina, um pequeno grupo fumava, ouvia musica.

 

            Ela entrou com eles pela cozinha. Foram direto para o quarto dos pais: “Bom, aqui morreram meus pais.”. Tipo, uma visita a um museu. Mostrou todos os cômodos, apontando as coisas com o cigarro que ela fumava, entre os dedos.

 

            O objetivo da visita era ver pela casa algo similar ao usado como arma.

 

            Chega o dia do aniversario de 19 anos de Suzane. Ela, Daniel e outros dois casais, primos dela, vão para Vargem Grande Paulista, onde o sitio da família ficava.


            Suzane acaba sendo chamada novamente na delegacia. Nesse segundo depoimento, ela diz que sentiu falta da chave mestra do pai, do controle da garagem da mãe, algumas joias, 8 mil reais, 5 mil reais e mil euros. Só ela e o irmão sabiam do fundo falso.

 

            A mãe nunca proibiu o namoro dela até porque, ela e Manfred se casaram sem que os pais dele quisessem, porque ela era pobre. E os pais dela, não queriam que ela casasse com um alemão. Devido a isso, a Marisia não tinha contato com a sogra. Apesar dela dizer isso, ate onde eu pesquisei, tanto os pais de Marisia quanto os do Manfred estiveram no casamento, o pai do Manfred morreu um pouco depois. Até algumas joias da família Von Richthofen foram dadas de presente a Marisia. Manfred tambem tinha um bom relacionamento com a família de Marisia. Ela sempre ia visitar a mãe que morava com o filho.

 

            O pai, era um homem de coração enorme, um paizão. Gostava do Daniel, mas tambem achava que ela poderia encontrar alguem melhor.

 

            Houve uma briga entre ela e ele, mas que os dois se desculparam. O pai nunca a agrediu.

 

            Eles costumavam beber. Diariamente. O pai bebia escondido. A mãe bebia cerveja, uísque. A bebida era briga constante entre os 2. O pai tinha amantes. Novamente, não encontrei nada sobre ele ter casos e ninguém ouvido nesse processo, em qualquer momento, citou , mencionou ou avultou a possibilidade de que isso fosse verdade.

 

            O gerente da locadora Blockbuster foi ouvido e disse nunca ter os visto, que eles não tinham cadastro ou eram clientes.

 

            Ana Maria, a secretaria do consultório de Marisia há 7 anos, falou que Marisia era bem humorada, extrovertida, ,tinha muitos pacientes. Era reservada. Comentou que não gostava do namorado da filha e que Suzane praticava artes marciais.


            Dez dias antes, Manfred deu uma palestra na faculdade de Engenharia em São Carlos, então a policia foi ate lá, conversar com o amigo e professor da faculdade, Valter Nimir, o mesmo que o chamou pra trabalhar na Dersa e saiu por problemas de saúde. Ele disse que Manfred era muito preocupado em prover os filhos, era muito fechado. Estava chateado com a filha porque ela estava faltando a faculdade, tirando notas baixas e namorando um desempregado e usuário de drogas. Estava pensando em manda-la pra Alemanha assim que as provas da PUC acabassem. Mostrou uma chave mestra, falou da segurança da casa.

 





            No dia 05 de novembro. A policia volta na casa. Daniel que os atende, os acompanham. Ele já estava usando aliança de compromisso novamente. Pegaram o atiçador da lareira.  Olharam a despensa, tiraram digitais, verificaram o lixo. O colchão da cama ainda estava lá, mas jogado do lado de fora, algumas caixas de madeira, de joias, tambem. Quando a Suzane ve as caixas, disse que a empregada jogou fora sem a sua autorização e pediu pra ficar com algumas, de lembrança. Pegou as maiores. Foi quando o delegado teve certeza do que ele já desconfiava. Ela estava envolvida.

 

            Cristian, pela manha do dia 05, foi a loja deixar a moto, dizendo que precisava de um conserto e que depois voltava pra pegar.

 




            No dia 06, Astrogildo tambem depõem. Seu filho era aeromodelista. Cursava o 1º ano de Direito na Unip mas trancou. Construía aeromodelos para competições e recebia por isso. Ficou em 5º lugar numa competição na Ucrânia. Ele mesmo, era presidente da Confederação Brasileira de Aeromodelismo.

 

            Daniel conheceu Suzane no Ibirapuera. Ele se dava muito bem com os Richthofen. Não sabia haver qualquer proibição de namoro, só sabia que haviam regras para os estudos dela, pra não serem prejudicados.

 

            Andreas ia muito na sua casa. A mobilete dele ficava escondido na sua casa, mas ele só soube disso a pouco tempo, que Manfred não sabia e ele só permitia o uso, se Daniel e Suzane o vigiassem.


            O casal tinha lhe dito que tinham bastante dinheiro em casa, mostrou a pasta e Manfred, disse uma vez, que não tinha mais intimidade com a esposa. Realmente, pareciam bem próximos né?

 

            Os viu pela ultima vez no dia 03 de julho, dia do aniversario dele e de Andreas. Eles foram comemorar juntos.

 

            Daniel, Suzane e Andreas não usavam drogas. Daniel só fumava um cigarro mentolado.

 

            No dia 30, estava vendo novela, Suzane e Daniel estavam na casa dele desde as 18. Alimentaram os peixes. Ouviu Daniel dizer que iam pegar o Andreas, deixa-lo na Red Play e depois irem para um motel.

 

            De madrugada, Daniel ligou pedindo ajuda. Os 3 choravam muito, desesperados.

 

            O padrinho de Suzane, José Carlos, tambem depôs. Ele conhecia Manfred desde 1977, trabalharam juntos na Promon, na CNEC. Marisia tinha feito especialização em Heildelberg, Manfred conseguiu bolsa de estudos em Karlsruhe.

 

            Marisia era atenciosa, afetuosa, preocupada, equilibrada e muito ligada filha. Queria que ela fosse estudar na Alemanha, mas Suzane não quis. Estava preocupada com o namoro.

 

            O casal se dava muito bem. Nunca ouviu sobre traições, brigas, desentendimentos, além do normal.

 

            Manfred veio para o Brasil criança. Era reservado, mas um pai muito presente. Era mais próximo de Andreas. Comprou um bugre pro filho andar pelo sitio, fez um lago pra eles pescarem e um campinho de futebol. Se orgulhava do filho ser habilidoso em marcenaria.

 

            O viu pela ultima vez no dia 30. Eles planejavam fazer um churrasco no sitio no aniversario da Suzane. O namoro tinha acabado, o que deixava a Turca, como ele sempre chamava a Marisia, muito feliz.

 

            Manfred bebia, mas nada fora do normal. Nunca o viu falando de mulheres de alguma maneira maliciosa.

 

            As chaves da casa tinham um esquema elaborado. Toda chave tinha números e cada numero era de uma determinada porta. Somente algumas pessoas tinham essas chaves.

 

     

            Manfred era o único que tinha todas e a chave mestra.

 

            Depois de tudo o que aconteceu, do crime, Reinalva procurou Miguel e conversou com ele pra entender como ficaria o emprego dela. Ele se comprometeu a pagar o salario dela e que ela continuaria trabalhando. E ela ficou ainda um bom tempo lá trabalhando, mesmo quando o Andreas foi morar com o tio.

 

            A Suzane e o Daniel a chamaram e avisaram que a patroa dela agora era Suzane e não Miguel.

 

            Rubens Cury, o primo que reconheceu os corpos, cuidou do enterro se apresentou na delegacia para ser ouvido:

 

            O casal se dava muito bem, tinham voltado a pouco tempo da Escandinávia. A prima era feliz, engraçada. Manfred era mais serio, mas tambem era alegre, gostava de contar piadas. Os dois estavam muito felizes de Suzane ter sido chamada para dar monitoria por causa das suas notas altas ( o que sabemos que era mentira, tanto a monitoria, quanto as notas altas). Eles tinham pensado em mandar ela estudar na Alemanha, ou tentar de novo o vestibular para a São Francisco, mas optaram por mandar ela fazer só a especialização na Alemanha, já que ela estava indo tão bem.

 

            Eles eram muito preocupados com educação. Mudaram o Andreas de escola porque o currículo do Vértice era melhor, na opinião deles, era muito melhor.

 

            Ele estranhou que Suzane estivesse namorando porque achavam que tinham terminado.

 

            A melhor amiga de Marisia, Claudia, disse que frequentava a casa, Manfred era reservado, mas era muito brincalhão com quem era intimo. Os filhos se davam bem. Andreas era muito apegado ao pai e Suzane estava tendo brigas com ele.

 

            Conheceu Daniel na casa. Os amigos, o casal, aceitavam tudo bem no inicio, mas como se prolongou, Manfred pediu que ele não fosse mais lá. No dia 06 de outubro, Marisia contou que o namoro já tinha acabado a um tempo. Ela ate comentou tambem , que Suzane disse pra mãe, ter visto uma mulher dentro do carro do pai  na rua, mas que a Marisia não pareceu acreditar ou abalada com o comentário.

 

            Lembram que eu falei que chegou a policia uma denuncia anônima de que Cristian tinha comprado uma moto e andava com dinheiro ne? Depois disso, a policia foi direto na casa dos Cravinhos, mas Astrogildo contou que depois de um problema com drogas, ele foi morar com a avo na Rua Graúna.



            Cristian não estava lá, mas a avo disse que ele costumava ficar com um grupo de amigos, então eles foram procurar. O encontraram a 1 quarteirão dali, e o levaram para a delegacia, mas dizendo ser pra reconhecer alguns objetos fruto de roubo.

 

            Ao chegar na delegacia que ele foi descobrir que não era bem aquilo, ele foi indagado sobre a compra da moto. Ele primeiro negou saber de qualquer moto.

 

            O dono da loja Nahime, Marcos então é chamado.

 

            O delegado pediu que Marcos olhasse para o Cristian. Ele o reconheceu como sendo o homem que comprou a moto. Com o reconhecimento positivo, o delegado Enjolras apertou Cristian. Ele admite ter ido a loja mas pra ajudar um amigo comprar. Ele não sabia que Jorge, já tinha sido ouvido.

 

            A historia do Cristian começa com ele indo na Red Play as 22 horas, ficou uns 50 min lá e foi embora. Foi andando ate em casa e ficou ate mais ou menos 1 e meia da manha vendo TV. Uma amiga, Cristiane, ligou pedindo ajuda. Um outro amigo, chamado Daniel, numa briga de braço, de brincadeira com outro amigo deles, se machucou. Eles foram correndo para o hospital São Paulo. Saíram 4 da manha de lá, pararam em um farmácia e depois fizeram um lanche no Mc Donalds.

 

            No dia 07, os peritos Salgueiro, Salada e Erminio (que tambem é uma lenda viva no DHPP e pra quem gosta de criminalística, de pericia criminal) voltaram na casa pra pegar a cabeceira da cama do casal Estavam Suzane, Daniel e andreas. Foi Daniel que os atendeu, que ficou acompanhando, como se fosse o dono da casa.

 

            O Cristian estava na delegacia prestando esclarecimento então o delegado achou por bem, convocar os outros 3.

 

            Enquanto Suzane, Daniel e Andreas era encaminhados para a delegacia, Cristian continuava negando participação em algo.





            Pediu pro amigo colocar a moto no nome dele, porque tinha perdido os documentos. O dinheiro dado no pagamento, eram de presentes dados pelo pai, pela mae, pela avo e de uma bateria que ele vendeu. Eram notas pequenas.

 




            Se ele estava com Cristiane, então, vamos chamar Cristiane. Ela conta que encontrou com Cristian 1 e 40 da manha, ela estava estacionando o carro e viu ele na janela fumando. Chamou pra ir ao hospital. Ele foi dirigindo o carro dela. Saíram do hospital, foram na farmácia, voltaram no prédio, decidiram ir ao Mc Donalds. Voltaram mais ou menos 5:30 da manha.

 

            No outro dia a tarde, ela o viu de novo, com uma moto Suzuki. Ela achou estranho perguntou sobre a moto, ele chorou, dizendo que ficava chateado das pessoas acharem que ele pudesse fazer algo errado e que a moto era de um amigo. Ele que contou pra ela sobre o crime. Ele viajou e depois que soube pela sogra dele, que Cristian contou que estava com ela entre meia noite e 6 da manha, mas não era verdade.

 

            O interrogatório do Cristian continuava. Como Cristian ate aquele momento não tinha confessado, tanto a advogada quanto Suzane foram liberadas. Só precisavam esperar que se montasse algo na frente da delegacia que já está apinhado de repórter, pra elas saírem. Mas elas não saíram. Cristian confessou.

 





            “Suzane e Daniel planejaram tudo, eu só participei”. Foi assim que começou a confissão dele. A ideia surgiu há 2 meses. O jeito que os pais da Suzane tratava o namoro era a motivação. Suzane apanhava muito dos pais, porque eles não aceitavam o namoro. Só com eles mortos, os dois poderiam ficar juntos.

 




            Ele não conseguiu dizer não para o irmão. As armas do crime, foram jogados num saco de lixo, na esquina da Vieira de Moraes com a Avenida Vereador Jose Diniz. Ele recebeu 3.600 dólares, 600 euros e 3 mil reais.

 




            O plano era depois, fazerem uma sociedade e abrirem um negócio com o dinheiro da herança.


            Sem ter outra opção, Suzane confessa. Miguel, escondido, ouve tudo.

 




            A família era feliz, mas do nada os pais começaram a implicar com o Daniel. Eles começaram a brigar sempre. No Dia das Maes, o pai deu um tapa forte no rosto dela. Quando os pais viajaram, foram os dias mais felizes da vida dela, mas quando eles voltaram, os dois de novo começaram se encontrar escondidos. Em agosto, a vontade de sumir com os pais cresceu. Um mês antes, Daniel construiu as armas e chamou o Cristian.

 

            Mesmo no dia, ela se arrependeu. Mas não os impediu. Não viu os pais serem mortos. Ficou embaixo, esperando por eles. Eles simularam um assalto. Cristian pegou joias e dinheiro, colocou na mochila. Ela ficou com R$ 300 para pagar o motel. Ela que tinha pego a chave mestra do pai. Estava sim, confiante de que ninguém nunca desconfiaria.

 




            A motivação dela não foi financeira, Foi amor.

 





            Com as confissões, ou versões de confissões de Cristian e de Suzane, faltava Daniel.

 

            Segundo ele, tudo foi sua ideia. Suzane estava triste e deu a entender que matar os pais era a única solução. Na ultima semana ele montou as armas na oficina que ele tinha na casa dos pais.

 






            Ele pegou a jarra laranja na cozinha. Ele passou a toalha no rosto de Manfred pra que de alguma forma, tudo voltasse no tempo.

 

            Ele e Suzane estavam planejando o que fariam com a herança.

 

            Os investigadores saíram da delegacia em diligencia na casa de Cristian e a do Daniel. Na de Cristian, foi encontado 490 euros escondidos dentro da capa de uma raquete de tenis e 1.810 dolares, dentro de um aparelho de som.

 

            Na do Daniel, tinham 1500 dolares e 700 reais dentro de um estabilizador.

 






            As joias estavam no terreno da chácara  dos pais da namorado do Cristian, no Condominio Porta do Sol, na Avenida Castelo Branco. O pai dela, oficial de justiça, foi avisado e foram todos pra lá. As joias estavam dentro de um saco de mercado, meio jogado, como se tivesse sido arremessado. Dentro do saco, tinha um colar de perolas, um colar de rabo de elefante com 4 voltas, um par de brincos de argolas, 2 aneis, um bracelete, uma corrente com pingente azul, uma corrente com a letra M, um par de brincos com 3 pingentes, um par de brinos com detalhe em branco, um pingente com patua.

 

            A prisão dos 3 foi pedida. Suzane foi para 89ª (octagésima nona) Delegacia. Os irmãos para a 77ª (septuagésima sétima).

 









            A reprodução simulada foi marcada para o dia 13 de novembro. A reprodução foi realizada com os 3, segundo versão de cada um.

 




            A equipe foi formada pela Delegada Cintia Tucunduva, Peritos Criminais Ricardo Salada, Salgueiro, Dra Jane,chefe do departamento de pericia na época,  os fotógrafos Edson e Jose Carlos Aloe, desenhistas Flávio (que gravou tudo), Leonadro  e Luis Claudio.

 

            O promotor de Justica Virgilio, que acompanhou tambem os depoimentos, estava presente. O medico legista, Andre Morrone tbm. Todos os que atuaram como os envolvidos, eram policiais.

 

            O primeiro na reprodução foi o Cristian.

 

            Ele só soube de tudo 3 dias antes, de como seria o crime. Tentou fazer o irmão desistir.

 

            Ele estava no banco de trás do carro, pegou os bastões no porta malas por dentro, baixando o banco. Ele e o irmão já desceram do carro com os bastões.

 

            Foram para o quarto do casal, ele tentou pisar forte ou fazer algum barulho pra eles acordarem, mas foi repreendido.

 

            Na porta do quarto, ele pediu um copo de agua, começou a ficar nervoso, se tremer.

 

            O Andreas estava na casa durante a reprodução, no quarto dele, vendo o Datena ao vivo, transmitindo ao vivo a casa dele. A Dra Jane mandou tirarem ele do quarto e coloca-lo aonde não tivesse Tv. Saindo do quarto, ele deu de cara com o Cristian. Ele correu e o abraçou.

 

 

            Marisia estava toda coberta. Depois das pancadas ela começou a gemer e a roncar muito alto. Daniel e ele molharam as toalhas do banheiro e colocaram nos rostos dele. Ele só colocou a toalha, não enfiou na boca dela. Cristian desarrumou a cômoda. Desceu pra pegar os sacos de lixo, colocou um saco na cabeça dela.

 





            Quem deu o dinheiro pra ele foi Suzane. Ela tirou do bolso. Ele guardou na mochila.

 

            Ele chorou. Disse que não torturou ninguém. Que estava apanhando na cadeia. Que antes de irem embora, deixaram algumas pegadas, para enganarem a policia. Daniel dirigiu o carro no fim.





            Depois de Cristian, foi a vez da Suzane. Salada conta que ela andava e agia igual a um robô. Passo por passo. Só fazendo algo se mandassem ela fazer.

 

            Suzane começa contando como foi o dia dela. Igual todos os outros. Faculdade, buscar o irmão na escola, almoçar, levar o irmão ao inglês, depois buscar, foram ao shopping, foi para o Daniel. O irmão ligou, Daniel pegou ele, os 3 foram para a Red Play. Andreas ficou lá e eles foram pegar o Cristian.

 





            Quem dirigia o carro era ela. No trajeto, eles trocaram de roupa, colocaram as luvas. Pararam na garagem. 


                  Entraram na casa. Ela subiu. Os pais dormiam. Desceu, ligou a luz, fez um sinal de positivo com a mão no pe da escada. 






            Foi para a despensa, pegou os sacos de lixo e deixou no hall. Abriu a pasta marrom com o segredo, tirou a caixinha branca que ficava dentro, deixou em uma prateleira,  fechou a pasta, e sentou no sofá vermelho, esperando. Tampou os ouvidos. 






         Eles desceram, foram para o escritório, bagunçaram, cortaram pasta. Viu o Cristian pegando as joias. Foram todos pra porta da frente. Trocaram de roupa, guardaram tudo em um saco de lixo e foram embora.

 

            Uma passagem interessante da reprodução foi quando ela viu o carro dela, que foi usado. Ela ficou espantada, um pouco feliz, surpresa.

 

            O Daniel, antes mesmo de começar, já estava chorando sem parar.

           

            Ele e o irmão, na versão dele, ficaram no pé da escada esperando o sinal da Suzane. Ela chamou os 2. Acendeu a luz. Ele entrou primeiro no quarto. Depois Cristian. Suzane desceu.

 

            Cada um foi para um lado da cama. Ele reproduziu as pancadas em Manfred. Sentou no chão e teve uma crise de choro muito forte: o policial que estava fazendo o Manfred, era muito parecido com ele. Ele se abraçou ao perito Salgueiro. A advogada dele, Gislaine tambem estava na reprodução.

 

            Daniel fumou. Fizeram uma roda, rezaram. Ele se acalmou, mas passou o resto da reprodução de mãos dadas com a Dra Jane.

 

            Depois de trocarem o policial, a reprodução continuou.

 

            Ele foi no banheiro, molhou a toalha, colocou ela no rosto do Manfred. Se ajoelhou do lado da cama, chacoalhou o braço dele, ele não acordou, mas fazia um barulho alto. Desceu, pegou uma vasilha na cozinha, encheu de agua no banheiro, tirou a toalha do rosto dele, jogou agua. Pegou a arma e jogou em cima da cama.

 

            Desceram. Suzane perguntou: Já acabou? Ele disse que sim.

 

            Começaram a bagunçar o escritório. Suzane disse que precisariam cortar a pasta então ele foi na cozinha e pegou uma faca. Ele e o irmão trocaram de roupa. Ele voltou no quarto porque esqueceu os bastões. Guardaram tudo em um saco, Fizeram as pegadas na janela e foram embora.

 

            A prisão temporária deles foi deferida. Suzane que ate então estava na 89ª é enviada para a Penitenciaria Feminina da Capital- Carandiru, no dia 20 de novembro de 2002.

 

            Os irmãos da 77ª vão para o Centro de Detenção provisória Belém 2.

 

 

            Andreas reviu a irmã após a confissão no dia da reprodução simulada. No dia seguinte ele foi na 89ª vê-la, junto ao Denivaldo Barni. Depois da segunda visita dele, divulgaram uma nota, um bilhete, que teria sido escrito por Andreas, onde ele diz que perdoava a irmã e que não contestava o direito dela a herança.

 

“Querida Su, estou morrendo de saudades. Voce sabe que eu não venho te visitar porque o tio Miguel me proibiu de te ver. Eu sou contra isso. Tambem sou contra que voce seja excluída da herança. Isso foi ideia dele e da doutora Cida. Eu continuou ao seu lado. Um beijo, Andreas.”

 

            Uma das ultimas vezes que os irmãos von Richthofen se viram, foi na véspera do natal de 2002.

 

            Denivaldo Barni assume a tutoria e a defesa de Suzane. Ele ate a chamava de filha.

 

            A audiência de instrução  é marcada para o dia 03 de dezembro de 2002. Essa audiência tem como objetivo, produzir provas. Ela colhe depoimentos, ouve testemunhas, ela produz a prova oral do processo. Então tanto os réus, quando as testemunhas arroladas por eles, são ouvidas. No fim dessa audiência, o juiz ou prolata uma sentença de impronuncia, e ai volta o processo a fase de inquérito, porque ele entende que não há indícios para um tribunal do júri, ou ele aceita a acusação e ela vai para o tribunal do júri.

 

            Já nessa fase, as historias mudam e já se nota como o amor do casal assassino não era tao eterno quanto eles diziam ser.

 

            E nessa audiência, não sei como, a Globo consegui entrar e gravar. Ai depois descobriram, era uma gravação ilegal né? Ai ela precisou entregar as gravações a justiça. O que depois, embasou o pedido de se barrar a imprensa no julgamento.

 

            Os dois ainda trocavam cartas. Suzane escreve uma pedindo desculpas aos pais de Daniel , sem mencionar se sentir arrependida ou ate mesmo pedir desculpas aos seus próprios pais que ela matou.

 

            Em uma carta de Daniel para Suzane de 2004, ele diz que estava se sentindo um lixo, que não conseguia mais se olhar no espelho e reclama por ela não responder as cartas dele e dos pais dele, reforça que a ama. Ele tambem envia telegramas, para onde ela estava na época, o Centro de Ressocialização de Rio Claro, no dia do aniversário dela.

 

            No Carandiru, pra onde foi transferida no fim de 2002, a Suzane vai trabalhar no Posto de Saude, ajudar o medico. Ela começa a dar em cima dele, sem saber que ele era homossexual. Foi ele que a avisou que haveria uma rebelião e que ela era um dos alvos. Suzane se esconde no armário do almoxarifado no dia da rebelião. Uma das carcereiras, chamada Marisol, ajudou Suzane a se esconder e trancou o armário. Ela chegou a ser ameaçada pra dizer aonde Suzane estava.           

 

            Foi ai que a transferência para o Centro de Ressocialização ocorreu.

 

            Após zilhoes de juras de amor, Daniel envia uma carta no fim de 2004, terminando com Suzane.

 

            Em 2005, por volta de julho, Denivaldo Barni consegue um habeas corpus favorável a Suzane junto ao STF, para que ela aguardasse o julgamento, que naquele momento, estava marcado para junho de 2006, em casa.





            Com o deferimento do pedido, os advogados dos Cravinhos tambem solicitam e tambem conseguem.

           

            Nos meses em que ficou solta, Suzane entrou na casa da Zacarias de Gois. Etiquetou moveis, talheres, louças, quadros, tirou foto de tudo para o processo de herança. Foi visitar a avo paterna, Margot. Tirou diversas fotos com ela tambem. Usadas depois no inventario.

 

            A mãe de Manfred, veio a falecer em 2006, e em testamento, deixou para Suzane 1 casa avaliada em meio milhão, um carro e R$ 50 mil e tambem parte das joias da família.

 

            Andreas, ao saber que Suzane estava solta externou ao promotor do caso, Roberto Tardelli, que estava preocupado com a sua segurança.

 

            Cristian e Daniel deram uma entrevista para a Jovem Pan em janeiro de 2006. Daniel chegou a dizer na entrevista que desejava viajar para fora do pais, para competir em campeonatos de aeromodelismo. A entrevista não pegou nada bem. E o promotor Tardelli, pediu a revogação do habeas corpus que foi acatado e eles, voltaram a serem presos.

 

            Mas, a entrevista bombástica, ainda estava por vim.

 

            No dia 09 de abril de 2006, foi ao ar no Fantástico, a entrevista que voce ouviu um trechinho no inicio do episodio. Suzane com a blusa da Minnie, pantufa de coelho e 3 calopsitas. O primeiro dia, foi gravado no apartamento de Barni. O segundo dia, na casa de Luzia Sanchez, em Itirapina. A repercussão dela foi imediata. No dia seguinte, Suzane estava novamente na prisão.

           




            Desde 2004, Suzane lutava na justiça pela herança dos pais. Ela questionava a venda da Blazer da mãe, realizada em 2004, ela exigiu que se colocasse uma lista com todos os bens, de talher a copo, a eletrodoméstico, ela ate tirou as fotos pra isso. Tambem pedia 2 salários mínimos a serem pagos a ela do espolio dos pais, no processo ela usou aquele bilhete que Andreas escreveu em 2002, como prova de que ele, o inventariante, se manifestou a favor dela. Ele, contestou o bilhete, disse que escreveu por ter sido enganado, que ele estava perdido, confuso, tinha acabado de perder os pais e ela ficou falando que se ele não fizesse aquilo ela não teria como pagar os advogados, que ela não iria ter como viver e na emoção, ela foi ditando e ele escrevendo. Suzane no processo tambem pediu que um outro imóvel da família, que ficava na Avenida Damasceno Vieira, fosse liberado para ela fixar residência, tambem queria que o Gol Highway que ela usava mas que estava no nome do pai, fosse excluído do espolio e dado a ela, assim como as joias da sua avo paterna integralmente.

 

            E ela não matou os pais por dinheiro, lembrem-se.

 

            Em 2007, ela declarou que iria desistir da herança, mas voltou atras depois. Na época, ela teria direito a 1 milhão de 800 mil reais e Andreas a 780 mil.

 

            E ainda, sem querer o dinheiro, ela pediu metade do seguro de vida dos pais.

 

            Andreas entrou na justiça pedindo a exclusão dela da partilha.

 

            Em 2017, a Lei 13.532, mudou a Legislação para quem comete crimes dolosos, podendo a partir da lei, ser excluído da herança por pedido do MP, antes só se alguem da família pedisse.

 

            O Denival Barni conseguiu pra ela, uma pensão do INSS dos pais para Suzane, entre o dia do crime e 2004, ela recebeu pensão pelos dois, que somados dava quase 3 mil reais por mês. Ela recebeu ate completar 21 anos. O Ministério Publico pediu o ressarcimento de todo o dinheiro. Só em 2013, o SRT mandou que ela devolvesse centavo por centavo.

 

            Fato curioso é que, a entrevista do Fantástico, foi feita pela Fabiana Godoy e depois, ela foi arrolada como testemunha de defesa dos Cravinhos a pedido deles. Ela tentou ser excluída, mas o juiz indeferiu, mas não descobri se ela compareceu ou não.

 

            O julgamento começou no dia 17 de julho de 2006, no plenário 10 do Tribunal do Júri. Os advogados de defesa de Suzane eram Denivaldo Barni, Eleonora Nacif, Mario de Oliveira, Mario Sergio de Oliveira, Mauro Otavio Nacif.

 

            Os advogados dos Cravinhos eram Geraldo Jabur, Gislaine Haddad Jabour.

 

            Os representantes do Ministério Publico eram Roberto Tardelli e Nadir de Campos Junior e o assistente de acusação, contratado por Miguel, era Alberto Zacharias Turon.

 

Roberto Tardelli



            O juiz do caso foi Alberto Anderson Filho.

 

            Os 3 foram julgados juntos, apesar de boatos de que seria pedido um desmembramento. Um do lado do outro, bem parecido com o que vocês viram nos filmes.

 






            Suzane creditou a Daniel toda a ideia do crime. Ele queria o dinheiro da família dela. A vida boa que ela proporcionava. Definitivamente, o amor, que em cartas ela dizia que seria eterno, e que não havia nada que o destruiria, acabou.

 

            Ela alegou que ele a drogava ao ponto de ela não saber o que estava fazendo. No dia, ela, diz, que usou muito droga, mas, não pareceu ser problema pra que ela fosse dirigindo da Red Play ate a casa dela sem avançar um sinal vermelho, sem tomar uma multa por velocidade, sem atropelar ninguém e ainda estacionar o carro corretamente e no ponto certo da garagem.

 

            Tambem não deixou eles esquecerem de pedir a primeira nota fiscal expedido pelo Colonial desde a aua fundação nas palavras do promotor Tardelli.

 

            Eles, tanto Suzane quanto Daniel se diziam estarem apavorados, mas relaxaram no motel. Apavorados mas saíram com a melhor amiga da mae, a Claudia, para comerem pizza, sabendo do que tinham feito e agindo normalmente.

 

            O cristian não queria dinheiro mas levou uma mochila vazia. Estava desesperado, mas foi para a chácara dos sogros, curtir o fim de semana fazendo churrasco. Acordou pela manha e correu pra comprar uma moto. Talvez pra ir para a chácara com a namorada , tirar uma onda. Porque segundo o depoimento do pai dela, ele queria ir com a moto, mas ele não deixou porque a filha dele iria querer ir na moto e ele achava perigoso.

 

            E o Tardelli levanta um ponto que eu achei interessante: se os pais eram tao controladores, como ela viajava com o Daniel, sabemos que eles não sabiam que era com o Daniel, mas sabiam que ela estava viajando. Como eles não controlavam o dinheiro que ela recebia? Segundo Suzane o pai controlava quantos quilômetros ela rodava com o carro, mas a mesma amiga dela, que depos, diz que ela cansava de ficar com o carro parado na rua, por falta de combustível porque o Daniel dizia que dava pra andar bastante com o carro na reserva e ela não abastecia. Ele controlava tanto e não percebeu que ela estava rodando mais do que so o trajeto de casa para faculdade, para o vértice e casa.

 

            Eu disse que haviam 5 balas no tambor do revolver deixado no chão, perto da mao de Manfred. O 6º foi usado em uma tentativa, dias antes do crime, de saber se seria possivel, eles usarem ela para matar os dois. Desistiram, porque fazia muito barulho. Se ela já não queria mais, porque ali ela não deu um basta?

 

            O Daniel havia dado uma Bereta calibre 22 pra ela de presente, que ela mantinha escondido dentro de um urso de pelúcia. Ele deu para que quando o pai, que ela dizia entrar a noite no quarto para abusa-la, ela pudesse se defender. Depois de presa, ela pediu que o Andreas se livrasse da arma. Mas enquanto ele tentava enterrar, o tio dele viu e entregou para a policia.





            Teve ate um episodio durante uma das audiências de instrução em que, segundo o advogado de Suzane no conselho de sentença, os 3, foram deixados juntos, pertos, em cela do tribunal aguardando e ai, Daniel pediu a Suzane que contasse que o pai a abusava sexualmente e do Andreas tambem e isso a teria deixado indignada. Isso, não ele ter matado o pai dela a porradas na cabeça.

 

            Andreas quando foi falar, pediu que antes, os 3 fossem retirados. Ele refutou a ideia de que os pais fossem agressivos, negou que houvesse violência de qualquer tipo em casa, falou sobre o dia em que Suzane o obrigou a escrever o bilhete, do medo que ele sentia dela, de não acreditar no arrependimento dela, falou dela ir na casa etiquetar as coisas, de brigar com ele na justiça por uma herança de pessoas que ela matou.

 





            Andreas passou para Medicina na Unifesp, e para Farmacia e Bioquimica na USP, se formou em 2009. Fez doutado em Quimica Organica tambem na USP em 2010 com bolsa de CNPQ. Algumas noticias saíram de que ele havia ido morar na Suica, mas logo após, aconteceu aquele surto dele na rua, no livro do Ullisses ele diz que o surto aconteceu, durante uma das saidinhas da Suzane. 


        Ele tinha concordado em encontrar com ela, as no caminho, ele teve um surto. Depois daquilo, não se tem mais muitas noticias dele. Parece que ele trabalhava em um grande laboratório, mas não tenho certeza. Depois do episodio em 2017, ele foi internado em uma clinica psiquiátrica pelo tio.

 




            Mesmo depois das confissões, ele ainda chegou a ir na casa dos Cravinhos algumas vezes escondido do tio. Mas depois cortou relações.

 

            Daniel tentou no julgamento, isentar Cristian de culpa. Tentou dizer que ele matou os dois sozinhos e que o irmão não participou, talvez levado pelo sentimento de culpa de ter acabado envolvendo o irmão em uma historia que acabou destruindo a vida dos dois.

 

            Um dos testemunhos mais emocionantes, foi da Dona Nadja, mae de Cristian e Daniel.

 




 

            Depois de ouvir a mãe, Cristian, que já havia falado e negado sua participação, pede para falar novamente e admite que sim, ele era culpado.

 

            Suzane foi condenada a 39 anos e 6 meses nos artigos 121, paragrafo 2º inciso I, motivo torpe, inciso 3, meio cruel, inciso 4, recurso que impossibilita a defesa da vitima ; artigo 61 inciso 2, linea e, contra ascendente e tambem artigos 29 e 347, sobre fraude processual.

 

            Daniel foi condenado tambem a 39 anos, nos mesmos artigos, exceto o artigo 61.

 

            Cristian foi condenado a 38 anos nos artigos 155, furto e mesmos que os outros condenados.

 

            O julgamento acabou no dia 21 de julho de 2006.

 




            Depois da condenação, Suzane foi transferida para a Penitenciaria de Ribeirao Preto, mas já arquitetando sua próxima transferência. Ela queria ir para Tremembe.

 

            Procurou o promotor Eliseu José Bernardo que atuava na Execução Criminal e começou a investir nele.

 

            Ela o procurou para denunciar ameaças que estava recebendo. Ele entra no jogo de Suzane, tenta beija-la, mas ela impõe uma condição: ir para Tremembé. Se ele conseguisse a transferência, ela pagaria ele, com um beijo.... Sabe-se la aonde. Em menos de 1 mês desse encontro, a transferência sai.




            Ele a chama no gabinete dele. Tava na hora de pagar a promessa. Ela pede pra ir ao banheiro. Ela sai direto da sala para denuncia-lo. Ele foi investigado e suspenso por 22 dias. Ela foi para Tremembé.

 

            Com o precedente, os irmãos Cravinhos tambem conseguem ir para Tremembé.

 

            Em 2014, Suzane pede a progressão de regime para o semiaberto, mas desistiu porque para isso, ela precisaria de um endereço fixo e ela não tinha. Ela tambem acaba destituindo Denivaldo Barni, sem aviso previso, depois de 12 anos.

 

            No mesmo ano, Daniel se casa com Alyne Bento, filha de uma carcereira. Ele adota o sobrenome dela e tira o Cravinhos, deixando so o de Paula e Silva.

 




            A suzane começou a namorar uma detenta de Tremembe, em outubro de 2014, chamada Sandra Regina. Voces a conhecem daquela entrevista com o Gugu, que eu vou falar já já. Muito se falava que Sandrao, como era conhecida, tinha namorado Elize Araujo, que esquartejou o marido, Marcus Matsunaga. Sandrão era tida como a chefona de Tremembé. Com a relação, Suzane sai da ala das evangélicas e vai para a ala das casadas.

 

            Em fevereiro de 2015, após acertar o valor de R$ 120 mil com Sandrão, que foi quem negociou a entrevista com o SBT, com a intenção de ficar com pelo menos R$ 20 mil, Suzane concede uma entrevista ao Gugu. A ultima entrevista que ela havia dado, tinha sido aquela ao Fantástico então, era uma entrevista muito aguardada.

 





            Suzane trabalhava na oficina de costura de Tremembé. E depois da entrevista, tocado com a Suzane, Gugu ainda comprou pra ela, 3 maquinas de costura industriais, custando mais de R$ 12 mil reais cada uma na época.

 

            Um pouco depois daquela entrevista, Sandrao teve progressão de regime e Suzane deu um fim a relação. Ela ficou com os R$ 120 mil e Sandrao confiscou as 3 maquinas.

 

            Em 2016, Suzane foi aprovada para estudar Administração na Universidade Ananguera em Taubate. Mas mesmo aprovada, a 2ª Vara de Execução Criminal impediu que ela se matriculasse. Ela recorreu da decisão, ganhou mas acabou desistindo. No ano seguinte, ela foi aprovada novamente em outra faculdade, particular, para Administração tbm,  E essa faculdade, ela faria com financiamento do Fies que foi aprovado. Mas ela tambem decidiu não fazer.

           





            Ano passado, ela começou a estudar farmácia mas trocou para  Biomedicina. Ela tem autorização para ir assistir as aulas usando tornozeleira eletrônica.

 




            Ela pleitou novamente o semi aberto em 2015. Para ter direito ela precisava de um endereço, então, aproveita a aproximação do irmão de uma detenta, Rogerio Olberg, para conseguir um endereço.






            Para conseguir a progressão é tambem preciso fazer um exame criminológico e se o juiz determinar, o teste chamado Rorschach.

 

            Ela já tinha feito esse teste em 2013, mas não foi aprovada.

 

            Dessa vez, ela passa no exame criminológico e o psicológico tambem tem laudo favorável. Mas o juiz mandou ela fazer o Rorschach. Ela tenta e é reprovada duas vezes. O caso vai para a juíza Sueli Zeraik que acaba concedendo o semiaberto em outubro de 2015.

 

            Ela pediu em 2017 a progressão para o regime aberto mas foi negado. Em 2018, ela foi flagrada descumprindo o regime semiaberto ao ser vista em uma festa de casamento. Mas a justiça retornou a ela o beneficio.

 





            A primeira saída dela após o semiaberto foi em 2015, no Natal. Apaixonado, rogerio estava na porta para esperar. Eles ficaram noivos em 2017 e se voce me perguntar se eles ainda estao juntos ,a resposta é não. Eles terminaram em 2020.

 





            Cristian vai para o semiaberto em 2017. Ele começou a namorar na cadeia, noivou, casou e teve uma filha.  8 meses depois de estar no semiaberto, é preso novamente por violar as condições do regime (fora da cidade, em um bar e ainda tentou subornar os policiais), tambem agrediu a ex esposa, mãe da filha dele e tambem portava munição de uso restrito. Foi condenado em 2018 a mais 4 anos e 8 meses.. O relacionamento já terminou. O filho dele mais velho, entrou na justiça para retirar o nome dele da certidão de nascimento.

 









            Daniel conseguiu o semiaberto em 2013 e foi para o aberto em 2018. A vida dele é discreta. Esta casado e não se tem muitas noticias atuais dele.

 








            Eu abri uma caixinha de perguntas sobre o que, quem me segue lá no insta queriam saber sobre esse caso, se voce não segue ainda, siga...

 

            Me perguntaram sobre o motivo dela não ter matado o Andreas. Eu acredito que principalmente por causa do Daniel. Ele era realmente muito apego com o Andreas. Eles gostavam de coisas parecidas, se davam bem. Talvez ela não tenha tido a coragem de pedir que ele tambem matasse o irmão. Se pé verdade que ela usou da historia de abuso sexual para convence-lo, isso serviria para os pais, mas e o Andreas? Eles estavam sempre juntos. Ele era dependente dela, não seria um grande problema.

 

            Tambem me perguntaram como ela consegue dormir. E eu acho que dorme como todo mundo dorme. Essa já e uma questão para psicólogos ou psiquiatras.

 

            Sobre a manipulação dela. Todos que eu já ouvi falando sobre ela, pessoas que a conheceram, dizem que ela é mesmo muito sedutora, muito manipuladora mas não de uma maneira que vc note que ela está fazendo isso. Quando vc assiste a entrevista dela no Gugu, vc acha que ela esta manipulando ele ao falar da costura? Mas estava. Acabou conseguindo 3 maquinas caríssimas. Esse é o poder dela.

 

            A mais perguntada: a sexualidade dela. Falar da sexualidade de alguem é muito complicado. Falar da orientação sexual de alguem é algo intimo. Ela pode ser sim bissexual, ou não ser. Só ela sabe, mas fato é de que, ela usa o sexo e a sedução sexual a favor dela. Ela fez isso em todas as relações que ela teve.

 


Fontes de Pesquisa


Entrevista Fantástico

Investigação Criminal

Investigação Criminal

Wikipedia

Fantástico

Revista Época

Gazeta

Estadão

Radio Jornal

Folha

Casoy, Ilana. Casos de Familia:arquivos Richthofen e arquivos Nardoni.Darkside, 2016

Campbell, Ulisses. Suzane:assassina e manupuladora. Matrix,2020


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