T01 Ep20 O caso Serrambi
O Caso
Maria Eduarda é convidada para aproveitar o feriadão do dia do trabalho, que naquele ano, 2003, começou numa quinta feira, na casa de veraneio de um amigo, Tiago Alencar Carneiro. Maria Eduarda não pensa duas vezes e chama sua melhor amiga, Tarsila, pra ir com ela. A casa ficava na Praia de Serrambi, na cidade de Ipojuca, Pernambuco, mais ou menos 75 km de Recife, aonde todos moravam. Tarsila aceitou.
No dia 02, as duas amigas foram para um show promovido pela prefeitura em comemoração ao dia do trabalhador. Lá, elas encontram Tiago e um grupo de amigos, 7 no total. os 9, se dividem em 2 carros e vão para Serrambi. A festa já estava rolando na casa. Umas 20 pessoas estavam bebendo, fazendo churrasco, brincando na piscina. Todos, filhos de famílias ricas e proeminentes de Pernambuco, na faixa de 17 a 19 anos, aproveitando o feriado esticado com a liberdade de não ter pais por perto.
No dia seguinte, 03 de maio de 2003, Raimundo Souza Soares Neto conhecido como Souzinha, amigo de Tiago, aparece na casa e oferece a lancha dos pais pra irem fazer um passeio da praia de Serrambi até a Maracaípe, que de lancha, leva em torno de 10 min. Um grupo se empolga e decidem ir, Maria Eduarda e Tarsila tambem. Um rapaz, enquanto tira fotos do seu irmão que estava aprendendo a surfar, acaba sem saber, registrando a ultima foto de Maria Eduarda e Tarsila vivas. Dez dias depois elas são encontradas semi nuas num canavial no Distrito de Camela, zona rural de Ipojuca.
Maria Eduarda Lacerda Gusmão nasceu no dia 10 de março de 1987. Maria Eduarda morava em um apartamento a beira da Praia de Piedade, na cidade de Jaboatão de Guararapes. Estava com 16 anos. Estudava no Colégio Motivo, um ótimo colégio particular de Recife. Maria Eduarda era muito espontânea, tinha muitos amigos, gostava de dançar, de viajar e tinha um irmão. Seu pai era um empresário do ramo financeiro e era de uma família tradicional de usineiros.
Tarsila Gusmão Vieira de Melo, nasceu no dia 25 de março de 1987. Filha de pais que estavam separados, Tarsila morava com a mãe num prédio no bairro de Setúbal, zona sul de Recife. Estudava no Colégio Atual. Gostava de ir a matines, era muito comunicativa, estudiosa, mas também era considerava reservada. Sua mãe era administradora de empresas e o pai possuía um comércio rentável.
Tarsila no dia do seu nascimento |
Maria Eduarda e Tarsila se conheceram no Shopping Recife atraves de amigos comuns em 2001. E ficaram muito amigas logo de cara.
Sempre iam a matines numa boate bem conhecida em Boa Viagem, um bairro de Recife.
Os pais de ambas, confiavam no discernimento das filhas. Sempre tinham sido responsáveis, abertas com eles, avisavam sempre aonde estavam e com quem estavam e baseado nessa confiança, tinham uma certa liberdade.
Elas pediram para irem para Serrambi. O combinado era irem dia 02 e voltarem no dia 05. Apesar de em 2003, poucas pessoas ainda terem celular, Maria Eduarda tinha um, então ela conseguia manter os pais sempre informados.
Maria Eduarda e Tarsila, acordam no dia 03 em Serrambi. Souzinha tinha chamado o pessoal pra irem na praia em Maracaipe na lancha dos pais dele. O marinheiro que pilotava e cuidava da lancha estava disponível no feriadão. As duas concordam em irem junto e em minutos, 9 pessoas já estao prontas pra irem. Maria Eduarda Iiga para o pai ainda pela manha.
O grupo chega a Maracaípe. O marinheiro, responsavel pela lancha, avisa ao grupo de amigos que eles precisam voltar as 16 horas, porque depois desse horário, a maré baixa e é impossível da lancha conseguir passar. O grupo escolhe um quiosque pra sentar e aproveitar o dia. Estava quente, a praia estava cheia, a agua convidativa.
Maria Eduarda e Tarsila decidem deixar suas coisas, bolsas e calçados no quiosque e irem caminhar na praia. As amigas, vão pela areia, sentido Porto de Galinhas. Elas não dizem quanto tempo irão demorar. Durante a caminhada, encontram alguns conhecidos, afinal, grande parte das famílias de classe media, classe média alta de Recife, iam nos feriados e férias para o mesmo lugar, então encontrar algum amigo do mesmo ciclo de amizades era super normal. Elas conversa com alguns, dão tchau para outros de longe, enquanto caminham. Durante essa caminhada, a famosa foto das duas, já perto de Porto de Galinhas, é tirada. Já era por volta das 16:28.
Quando percebem que já passou das 16, o horário combinado para a lancha voltar a Maracaípe e buscar o grupo de amigos, Maria Eduarda e Tarsila já estão quase em Porto de Galinhas. Elas haviam caminhado em torno de 3 a 4 km. Elas decidem então, tentar voltar a Maracaípe e ao quiosque, na esperança de que os amigos, ainda estariam lá esperando ou que alguem teria ficado para esperar por elas para voltar a Serrambi.
Elas encontram um grupo de 4 amigos em Porto de Galinhas e pede que eles as deixe em Maracaípe. Eles deixam elas no Quiosque da Mônica, aonde o grupo estava antes e vão embora.
Chegando lá no Quiosque, descobrem que todos foram embora.
Tarsila tinha um ex namorado, o João Correa, que morava perto do Pontal de Maracaípe e as meninas resolvem ir até a casa dele pedir carona até Serrambi, mas ele não poderia ir naquele momento deixar elas em Serrambi, mas empresta o telefone pra que elas liguem para alguem.
No processo consta que, elas optam por ligarem para Romero Santos, um dos amigos que estavam na casa em Serrambi, mas ele não atende. Romulo ve um numero desconhecido e como não sabe quem é, não atende. Maria Eduarda liga então para Tiago. Tiago, tinha 19 anos e era filho do dono de uma rede de hospitais em Recife, como o Hospital Santa Joana, o São José e o Esperança. Ele e alguns amigos estavam se arrumando para irem jantar num restaurante. Ele teria pedido que elas fossem para Porto de Galinhas e que lá ele pegaria elas. Surge a ideia de irem para a casa de uma amiga chamada Nayana Sepulveda Suzart.
O que sabemos é que elas não foram na casa de Nayana.
Elas precisavam ir para Porto de Galinhas. O jeito era ir até a estrada e pedir carona. E elas foram. Na estrada, descalças, sem dinheiro, sem terem comido nada ainda, um conhecido da família delas, Ariano Acioli, estava vindo da praia de carro, com o filho e a namorada do filho.
Ariano leva as meninas para Porto de Galinhas. Deixa elas em um ponto de ônibus. Em depoimento, Ariano diz que, orientou que elas fossem a um orelhão e ligassem para os pais ou alguem que poderia ir busca-las. Pergunta se elas tem dinheiro para pegar um ônibus para irem embora mas elas dizem que elas vão para a casa de uma amiga passar a noite. Ele as ouve discutindo se deveriam ou não ligarem de novo para Tiago. Estavam muito preocupadas com as sandálias que ficaram no quiosque.
Ele foi até uma padaria e na volta, encontrou com elas num ponto mais ermo, onde ele tinha dito que era melhor não ir. Elas acenaram pra ele sem graça e ele foi embora.
As duas vão até uma padaria, a Porto Pão e de acordo com as reportagens, teriam comprado cigarros. Não consegui nada que corroborasse que elas fumavam ou de que realmente compraram cigarros.
De lá, vão em uma loja que vendia agua, vendia botijão de gás pra tentar irem ao banheiro. Como o banheiro não ficava dentro da loja mas afastado num bequinho, aparentemente elas desistiram. Nessa loja, foi a ultima vez que as viram.
Lembram que quando elas ligaram para o Tiago, ele tinha dito pra elas irem a porto de galinhas. No depoimento dele consta que, ele e os amigos foram até a praça procurando por elas, depois das 10 da noite. Ficaram na praça durante um tempo mas elas não estavam lá. Como as duas tinham dito que qualquer coisa iriam para a casa da amiga, a Nayana, eles imaginaram que elas tinham ido e foram embora.
No dia seguinte, a mãe de Maria Eduarda, dona Regina Maria Falcão Lacerda, liga para a casa de praia em Serrambi. O aniversário do pai de Maria Eduarda era naquele dia e eles comemorariam no fim do dia. Ela precisava voltar pra casa.
A irmã de Tiago atende mas mente para a dona Regina, dizendo que ela tinha saído com Tarsila e que já deveria estar voltando. Ela chama o irmão, que estava dormindo. Eles decidem ir imediatamente a Porto de Galinhas procurar por Tarsila e Maria Eduarda. Novamente, dizem não encontrar e vão direto a delegacia. Eles abrem um B.O de desaparecimento e ligam para os pais das meninas, avisando que elas tinham desaparecido.
Os pais vão para Porto de Galinhas.
Assim que é feita a queixa de desaparecimento, um delegado para a investigação, mas não para investigar o desaparecimento de duas adolescentes, mas de um duplo homicídio.
A policia investiga o trecho aonde as duas foram vistas pela ultima vez: Porto de Galinhas.
O pai de Tarsila, José Vieira de Melo Neto e um amigo, agente aposentado da policia federal, vão de moto já no procurar pela região de Maracaípe e Ipojuca.
Eles conversam com o garçom do quiosque onde elas deixaram os calçados.
Em uma estrada de terra, rodeada por um canavial, eles chegam numa bifurcação. Cada um decide ir por um lado.
O amigo acaba encontrando os corpos já em fase de esqueletização.
Eles chamam a policia.
A policia chega, mas a preservação do local é muito mal feita. Os policiais ficam fumando no local e jogando bituca, vários passam e repassam deixando marcas de sapatos e destruindo qualquer vestígio de marca de pneu ou de calçados que estivessem lá, jogam garrafas de agua no chão, não isolam de maneira adequada e uma multidão de populares e da imprensa, entram no local pra verem. Foi um circo.
Maria Eduarda e Tarsila estavam semi nuas, baleadas e escalpeladas (sem o couro cabeludo), sem unhas e com partes do esqueleto já muito visíveis.
A pericia chama o IML para a retirada dos corpos.
Eles acreditam que algum ácido ou algo químico tenha sido jogado nos corpos para acelerar a decomposição ou para apagar vestígios.
Diligencias começam a ser feitas. Algumas pessoas são ouvidas. Na apelação criminal que eu li, duas testemunhas eram citadas.
Segundo os autos, uma testemunha, Regivania Maria da Silva, que declarou estar na praça de Porto de Galinhas, no ponto de ônibus que Ariano teria deixado as meninas, sentada numa cadeira em frente a uma barraca de cigarros. Na delegacia , em primeiro depoimento, conta que viu as 2. Elas pareciam estar querendo ir ao banheiro, porque se mexiam e se sacudiam como se estivessem muito apertadas. Tentaram usar um orelhão, mas se conseguiram ela não sabia. Foram na Porto Pão e na saída, seguravam algo que parecia uma caixa de cigarros. Elas ficaram na rua tentando pedir carona pra pelo menos 5 carros. Duas kombis de lotada pararam perto. A 1ª, de onde ela estava, diz ter ouvido alguem dizendo que a kombi não ia para serrambi. Na 2ª, viu elas entrando e sentando na frente. Não teria conseguido ver o rosto do motorista muito bem. A kombi era branca, toda fechada e sem janelas, como um furgão. Não sabia a placa. Haviam dois homens na frente. Era por volta das 18:30.
O testemunho dela na fase judicial mudou um pouco. A kombi seria branca, que ele alegou que Maria Eduarda e Tarsila entraram, tinha um para-choque verde, detalhe na lateral listrado, vidros tampados com algo branco, vidro na mala não estava tapado e tinha uma porta corrediça.
A segunda testemunha era Adenaldo Barbosa da Silva. Ele estava num cyber café, algo muito comum na época, já temos casos aqui, inclusive o ultimo episodio da Bruna, fala de cyber café. Não fica claro se ele era dono, se ele era funcionário ou se só estava lá.
Adenaldo relata ter visto as meninas em um orelhão e depois pedindo carona. No primeiro momento, ele disse ter visto elas entrando em um carro. Mais tarde, em outro depoimento, mudou a versão e disse que Viu Tarsila entrando na frente de uma kombi, no banco da frente e Maria Eduarda tentando abrir a porta corrediça. A kombi era branca e com janelas tampadas com algo branco. A kombi aparentava ser modelo novo. Não viu se Maria Eduarda entrou ou não. Só havia 1 pessoa, que não sabia quem era, na kombi.
Enquanto a investigação policial acontecia, o velório e sepultamento de Maria Eduarda e Tarsila foi marcada e realizada no Cemitério Santo Amaro, no dia 14 de maio.
Foi uma comoção publica. Os sepultamentos aconteceram com uma diferença de 10 minutos entre um e outro.
Baseado nas descrições das testemunhas, a policia aponta a kombi dos irmãos, Valfrido e Marcelo Lira.
Retratos falados são feitos. A policia afirma que os retratos falados são parecidos com os irmãos. Eu não achei os retratos falados, então não posso confirmar se realmente eram parecidos. A defesa dos irmãos assegura que em nada se parece. Foi feita o reconhecimento com a testemunha e ela apontou os dois irmãos como sendo os que ela viu dentro da kombi.
Os irmãos dizem que eles não estavam trabalhando no dia 03, mas a kombi é retira e levada para ser periciada. A kombi estava em uma oficina mecânica numa outra cidade, chamada Cachoeirinha.
Valfrido e Marcelo foram presos no dia 20 de maio, durante a fase do inquérito policial e denuncia ao MP, baseado no testemunho de Regivania e conversas com alguns kombeiros que disseram que, estranhamente, os dois sumiram nos dias depois do crime.
Dentro da kombi foram encontrados 12 fios de cabelos loiros, embalagens de bombom, fios de nylon e um aparelho de barbear. Todos os itens foram recolhidos, porque no local de crime, tambem haviam embalagens de bombom e um aparelho de barbear.
No dia 16 de junho de 2003, Valfrido e Marcelo são indiciados.
Uma reprodução simulada é realizada para verificar se os depoimentos das testemunhas é coerente. O que o laudo dos peritos no fim atesta que a versão de Regivânia não poderia ter sido como ela alegava. Ela, de onde estava sentada, não conseguiria ver com tantos detalhes a kombi, quem eram as pessoas dentro dela ou de ter ouvido algo.
A denuncia acabou não sendo aceita pelo promotor público, Miguel Sales e devolvida no dia 20 de junho. Em 1 semana, já no dia 28, a policia reenvia o inquérito com novas diligencias, mas novamente ele recusa o inquérito, alegando não haver provas suficientes para a acusação.
A população começa a fazer um abaixo assinado que precisava de 10.000 assinaturas em favor da libertação dos irmãos kombeiros.
Os irmãos acabam sendo soltos no dia 01º de julho de 2003.
Agora, vamos aos laudos periciais que constam no processo.
A pericia piloscópica constatou a similaridade dos fios encontrados no interior da kombi com as vitimas, mas não havia como dar certeza de que eram da mesma fonte.
O Instituto Medicina Legal de Pernambuco e o Instituto de Criminalística de São Paulo atestou a similaridade entre os aparelhos de barbear, os papeis de bombom e os fios de nylon. Mas não confirmou se seriam, esses itens, da mesma origem.
Tambem foram requisitados laudos antropológicos, laudo médico, laudo odonto legal, reação vital e toxicológico.
A causa da morte de Tarsila segundo os laudos foi traumatismo craniano por instrumento pérfuro-contundente (projetil arma de fogo). Foram 5 tiros de um revolver calibre 38. Tiros na mandíbula, 2 na mão esquerda e os outros no abdômen.
A causa da morte da Maria Eduarda segundo os laudos foi traumatismo craniano e havia sido baleada com 2 tiros. Um tiro na cabeça, no osso temporal esquerdo.
As duas foram encontradas com as partes de abaixo da roupa abaixadas até o joelho. As roupas não estavam rasgadas. O vestido de Tarsila tinha buracos de tiros. Duas entradas. Como estava abaixado, sugere que foi abaixado depois dos tiros. A parte de cima, elas estavam de biquini, não estavam no local do crime.
Foi verificado atraves de exame de liquido seminal o resultado negativo. Não foi encontrado vestígio de estupro.
Os laudos confirmam que alguma substancia ácida foi usada nos corpos e o toxicológico voltou negativo.
Nesse ponto você pode estar se perguntando sobre os amigos de Maria Eduarda e Tarsila, os que estavam com elas naqueles dias.
A casa de praia e o carro de Tiago foram periciados somente 6 meses depois do crime. Não consta terem encontrado nada. O que não é surpreendente já que, haviam passado meses.
A kombi dos irmãos ao contrário do que as testemunhas diziam sobre a kombi, tinha a porta traseira que abria para fora, não era corrediça, os vidros eram transparentes e sem indícios de ter tido algo cobrindo os vidros.
E, ao contrário do que eu imaginava, foi feito um exame de DNA nos fios de cabelo encontrados na kombi e as mães das vitimas para verificar vinculo genético. Nenhuma amostra coincidiu.
Tambem foi excluído o vinculo entre os itens da kombi e os do local.
Em novembro de 2003, Os pais permitiram a exumação dos corpos.
Novo exame toxicológico foi realizado, nada foi encontrado. Mas, o laudo antropológico atestou que Maria Eduarda foi baleada depois de já estar morta.
Em 2004, surgem boatos de que 1 delas teria tido uma overdose. Elas teriam voltado para a casa em Serrambi e na festa, exagerado morrido de overdose e a outra, assassinada para não contar o que de fato aconteceu.
A pedido do secretario de defesa social, Joao Braga, a PF começa a investigar o crime, em 2004.
A Policia Federal conclui que os dois irmãos eram os culpados.
Em 2008, os dois irmãos são novamente presos e levados para o Cotel, Centro de Triagem Abreu e Lima. O promotor Miguel Sales, é afastado do Ministério Publico e acaba se aposentando, depois que promotores Ricardo Lapenda e Salomão Abdo Aziz, pedem grampos nos telefones dos irmãos e do Miguel Sales, acusando o promotor de não aceitar as denuncias por ter uma relação próxima aos kombeiros.
O julgamento foi marcado para setembro de 2010, no Fórum de Ipojuca.
As acusações eram homicídio qualificado por motivo fútil e sem possibilidade de defesa da vitima, estupro.
Foram 5 dias de julgamento e uma cobertura da imprensa simplesmente insana.
Os pais de Tarsila, José Vieira e Alza Gusmão e o pai de Maria Eduarda, acreditavam que os kombeiros eram os culpados. A mãe da Maria Eduarda, dona Regina, não acreditava.
Os kombeiros acusavam a policia de tortura. De terem levado eles ate o canavial e os ameaçado de morte para confessarem os homicídios.
Eles alegavam inocência. Disseram que no dia 03 foram para a cidade de Cachoeirinha numa festa tambem promovida pela prefeitura com as amantes.
A promotoria acusava Marcelo Lira de ter um histórico criminoso. Apesar de casado, Marcelo tinha uma amante, chamada Tiana. Tiana se relacionava com Marcelo desde que ela tinha 14 anos.Inclusive, durante as investigações, o óculos que Tarsila usava e que inclusive é o que ela usava na ultima foto tirada delas, não havia sido encontrado e, pessoas acusaram de que esse óculos estaria com Edna, mas a pericia constatou se tratar de um parecido mas o de Tarsila era um original, o de Tiana não.
Ele era bem mais velho que ela, o que a promotoria afirmava configurar estupro de vulnerável. Mas isso ficou durante muitos dias na imprensa, como prova da culpa ou da presença de Marcelo no canavial.
Ele tambem foi acusado de corrupção policial , lesão corporal grave e de homicídio. O homicídio foi da cunhada, esposa do irmão mais novo de Marcelo, Roberto, Iraquitânia da Silva em 2001. Roberto assumiu o crime e alegou crime passional, mas durante a investigação daquele crime, Marcelo tbm foi investigado. Iraquitania morava em Camela, ela foi morta, esquartejada e enterrada num canavial de uma outra cidade.
Valfrido foi acusado de falsificar uma CNH em Minas.
No fim do 5º dia, por 4 votos a 3, os dois irmãos foram inocentados.
Vale aqui dizer. Nenhum dos amigos que viajaram com Maria Eduarda e Tarsila foram chamados para depor no julgamento. Nenhuma das pessoas que estavam na festa ou na casa tambem não foram chamadas. De acordo com os promotores, não havia necessidade de serem ouvidos e de que nada acrescentariam. Alguns deles, inclusive Tiago, que, foi indiciado por dar e oferecer bebida alcoólica para menores de idade, foram viajar para fora do pais e ficaram no exterior por um tempo.
Os pais de Tarsila decidiram entrar com um recurso especial para reverter a decisão.
Alegavam entre outras coisas que uma jurada teria proximidade com os acusados, que uma testemunha Carlos Roberto da Silva garantia ter ouvido o defensor publico Francisco Nunes ter comentado com o promotor Ricardo Lapenda que Marcelo seria culpado.
O recurso foi indeferido na 1ª Câmara do Tribunal de Justiça de Pernambuco em 2015.
O recurso vai então para o Superior Tribunal de Justiça que tambem nega o recurso.
O processo então é transitado julgado o que significa que os irmãos não podem mais serem julgados por esse crime.
Um depoimento dada ainda em 2003 e que, sumiu do inquérito e jamais foi citado no julgamento é de uma vizinha da casa de praia que afirmou ter ouvido tiros e uma menina gritando na madrugada do dia 04. Ela ligou para a policia, mas nada foi feito.
Esse crime apesar de tanta cobertura da imprensa, tanto empenho dos pais das vitimas, nunca foi elucidado. Ninguém esta preso pelos assassinatos.
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