T01 Ep19 O caso Bruna Leite Sena
O caso
Bruna Leite Sena morava no distrito de Icoaraci, em Belem do Pará, a uns 20 km do centro com mais ou menos 200.000 mil moradores. Criada pela avó, Elizabeth da Silva Cardoso Leite, que tinha Bruna como filha.
Em 2005, Bruna tinha 15 anos. Ela, assim como praticamente todos os adolescentes da época, ia muito numa Lan house para entrar na internet. Eu já não era mais adolescente nessa época, já tinha uns 20 anos, já tinha um filho. Meu filho mais velho é de junho de 2005. Juro que 2005 parece, pelo menos pra mim, que foi ontem, mas já são 17 anos.
A Bruna ia muito na lan house que ficava na praça Matriz de Icoaraci. pra entrar nos bate papos. E foi em uma dessas salas que ela conheceu Marcelo Lutierr Gomes Sampaio, de 33 anos, técnico em informática. Não encontrei a informação de que Bruna sabia ou não da idade de Marcelo.
Bruna amava Legião Urbana. Era fã.
E foi essa paixão pelo Legião Urbana que fez com que ela fizesse amizade com Marcelo.
Marcelo, sabendo que Bruna se interessava por tudo o que envolvia Legião Urbana, marcou com ela um encontro, sob a desculpa de ter vídeos inéditos da banda.
No dia 17 de setembro de 2005, Marcelo e Bruna se encontraram. Para sair de casa, Bruna disse a avo, que iria a Feira do Livro com um colega, que ela disse se chamar Carlinhos.
Bruna encontrou com Marcelo numa loja de conveniência Select, num posto Shell em frente a um supermercado que ficava perto de onde ele morava, na Travessa 14 de Abril, no são brás, em Icoaraci, Belem, um pouco depois das 1 da tarde.
Dia 17 de setembro, era aniversário de Marcelo.
Elan Gonçalves Mateus, estava trabalhando normalmente naquela manha do dia 18 de setembro de 2005, na região do supermercado Yamada Plaza, que existe ainda hoje, fazendo parte do Grupo Mais barato e que esta no mesmo lugar até hoje, na esquina da Travessa 14 de abril com Avenida Governador José Malcher. Elan era gari.
Por volta de quase 10 da manha, uma caçamba de lixo em frente ao supermercado, Elan encontra um saco como aqueles de transporte de trigo, farinha, em grandes, reforçado e dentro deles, amarrado com fio de nylon, em posição de fetal e sem roupa nenhuma, o corpo de uma menina. Imediatamente, ele liga para a policia.
Era Bruna.
Após alguns exames, como o necroscópico, foi concluído que: a causa da morte teria sido asfixia mecânica com constrição externa do pescoço. Bruna foi torturada. A hora da morte calculada entre 01:20 da manha do dia 18. Havia traços de relação sexual vaginal e anal, sem sinal de violência mas com indicação de que o ato, teria ocorrido após Bruna já estar morta. Ela tinha ferimentos na parte anterior do pescoço e 3 feridas na mandíbula. Na conclusão do laudo pericial consta: " a crueldade realizada durante a prática do homicídio e maneira engenhosa arquitetada pelo assassino para livrar-se do corpo".
A investigação policial começou.
Foram requisitados ao ministério publico mandados judiciais que permitiram a policia, descobrir emails e conversas on line entre Bruna e Marcelo. Pericia do celular de Bruna mostraram ligações de Marcelo. A partir daí, a quebra do sigilo telefônico e dos emails de Marcelo tambem foram pedidos.
Durante a investigação, uma pessoa, que se identificava como Anjo Vingador, começou a ligar para a policia e repassar informações. Segundo o Anjo Vingador, ele seria um amigo do assassino de Bruna que inconformado com o crime, resolveu contar a policia detalhes de tudo para ajudar a elucidação do caso.
Mas, no dia 07 de outubro, Marcelo foi preso temporariamente. O retorno da quebra de sigilo telefônico dele, confirmou que Marcelo, era o informante Anjo Vingador e que apesar de algumas informações fornecidas serem verdade, a maioria era mentirosa e com a clara intenção de desviar a atenção dele, ao criar um assassino fictício.
O álibi dado por Marcelo seria ter ido para um motel com uma mulher que ele não disse o nome e ficou lá entre as 22:00 e 02: da manhã.
Primeiro ele negou ter matado Bruna. Ele sim, teria encontrado com ela com Bruna e ido com ela até o apartamento dele. Eles ficaram ouvindo música até as 19:00 e depois, um amigo de Marcelo, que ele não sabia o nome inteiro, somente o conhecia como Duca, teria saído com ela.
Conforme depoimento da Dona Elizabete, a avo de Bruna e quem a criava e tinha Bruna como filha, conta que Marcelo havia ligado para a casa dela 1 mês antes do crime.
No próprio dia do crime, ele ligou novamente, alguns minutos depois que ela já tinha saído. Ela perguntou o que ele queria e ele respondeu que estava procurando ela para passar umas fotos do Renato Russo.
Na delegacia Marcelo conta sobre Duca. Duca seria de Brasília, um amigo antigo, mas que ele não sabia aonde morava ou onde trabalhava.
Marcelo teria conhecido Duca em 2000, quando ele morou em Brasília. Em 2001, Duca teria matado um homem e por medo, Marcelo depois optou por não contar nada para a policia. Depois, ele mudou a data do tal crime para 1996. Duca teria aparecido em Belem em setembro e pediu para Marcelo arrumar uma menina virgem por R$ 500.
Marcelo perguntou se Bruna queria o dinheiro, mas ela não quis. Depois de uns dias, ela teria concordado dizendo querer uma aventura com um homem mais velho ( em nenhuma das conversas entre eles, foi averiguado qualquer menção sobre isso).
No dia 17, Duca teria ido ate o apartamento na Travessa 14 de abril por volta das 18:30 num Ford Fiesta.
Mais ou menos as 5 da manha, Duca passou no apartamento e deixou alguns sacos que seriam uma encomenda. Como eles cheiravam muito mal, Marcelo decidiu jogar fora no lixo de manha.
Um vizinho chamada Francisco Jorge, chegou a ajudar a carregar o saco porque Marcelo estava com muita dificuldade de carregar e quando ele perguntou o que tinha no saco que cheirava tão mal, Marcelo respondeu que era um cachorro morto.
A pericia recolheu sangue do colchão da cama de Marcelo que após exame de DNA, foi confirmado ser de Bruna.
Na denúncia ao Ministerio Publico, a policia relata que Marcelo e Bruna foram da loja de conveniência até o apartamento a pé.
Lá, ele asfixiou e torturou Bruna. Lavou o corpo e fez sexo com ela, já morta. A amarrou com fios de nylon e colocou dentro de 3 sacos de polietileno e costurou os sacos a mão. Para se livrar do corpo, abandonou uma caçamba de lixo em frente ao supermercado.
Em 05 dezembro de 2011, após 6 horas de julgamento e 2 testemunhas, Marcelo foi condenado a 36 anos em regime fechado sem direito a recorrer a liberdade. Foram 30 anos pelo homicídio, 3 anos por ocultação de cadáver e 3 anos pelo crime de vilipendio de cadáver devido a forma que o corpo de Bruna foi descartado.
A defesa tentou a linha da semi imputabilidade, mas o juiz não acatou o pedido de redução de pena.
Marcelo não quis se manifestar no tribunal.
Ele foi enviado para o Centro de Recuperação do Coqueiro na cidade de Ananindeua.
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