T01 Ep17 O caso do Serial Killer de Passo Fundo
O caso
Adriano da Silva, nascido no dia 31 de julho de 1978, no Paraná, filho de Zeni Rodrigues da Silva e Vitor Vicente da Silva, não sabemos exatamente como foi a vida de Adriano, além do que ele disse em audiência onde ele conta que a família era muito pobre, que ele sofreu diversos abusos e agressões. O Adriano também tinha 2 irmãos.
Em 2001, Adriano foi condenado a 27 anos por assassinato, roubo e ocultação de cadáver, por matar e roubar a carteira de um taxista no Paraná. Adriano afirma que a motivação para o assassinato, teria sido vingança, mas que deixou acreditarem que foi latrocínio. Ele foi preso em União da Vitória, mas só ficou 6 meses lá. Ele conseguiu fugiu da prisão e não foi recapturado. Foi expedido um mandado de prisão em abril de 2002, só meses depois da fuga, mas de qualquer maneira, ele não foi encontrado.
Quando o Adriano fugiu, ele foi para o interior do Rio Grande do Sul. Ficou usando nome falso, usava a carteira de trabalho de um dos irmãos, como documento de identificação, então ele se apresentava como Gabriel. Ele começou a viver de subempregos, de bicos.
No dia 16 de agosto de 2002, Éderson Leite, de 12 anos, saiu de casa para vender rifas da sua escolinha de futebol. Éderson estava na 7ª série, estudava de manhã e a tarde, tinha aulas de futebol numa escolinha. Ele morava com a família na cidade de Lagoa Vermelha.
Éderson não voltou mais para casa. Ele ficou 23 dias desaparecido. Seu corpo foi encontrado há 2km do Centro de Lagoa Vermelha, num riacho. Éderson havia sido morto asfixiado.
Em março de 2003, em Passo Fundo, para ser mais exata no dia 09, Alessandro Silveira, de 13 anos, trabalhava como engraxate na Praça Tamandaré, bem no Centro de Passo Fundo, para ajudar a família. Adriano da Silva, encontrou Alessandro na praça e ofereceu um emprego. Alguns amigos de Alessandro, que tambem trabalhavam na praça, viram quando os dois saíram juntos. Naquele dia ele não retornou para casa. Seu corpo só foi encontrado no dia 20 de setembro de 2003. Havia sido estrangulado e violentado sexualmente.
Há 76 km de Passo Fundo, na pequena cidade de Soledade, Douglas de Oliveira Haus, de 10 anos, saiu no dia 19 de abril de 2003, para ir ver uma tia mas não chegou lá. No caminho, Douglas encontrou com Adriano que o ludibriou e o atraiu ate um moinho, que estava abandonado. Lá, Adriano matou Douglas asfixiado. Com um carrinho de mão, levou o corpo de Douglas até um casa aonde ele estava fazendo pequenas trabalhos de construção. Deixou o corpo enterrado embaixo de uma churrasqueira. O corpo só foi descoberto, após em confissão, Adriano indicar o local.
Adriano volta para Passo Fundo. Em 09 de julho de 2003, prometendo comprar todas as rapaduras que, Volnei Siqueira dos Santos, de 12 anos, vendia, Adriano o atraiu até um matagal. Volnei foi agredido, estrangulado e sexualmente violentado. O corpo foi deixado em um córrego. Volnei foi encontrado morto 5 dias depois.
Na época, 7 adolescentes foram acusados e presos pela morte de Volnei. Eles confessaram e ficaram detidos por 45 dias. Depois de alegarem que só haviam confessado por pressão da policia, acabaram soltos. Exames feitos posteriormente, nas roupas de Volnei, confirmaram que o sêmen das roupas, era compatível com Adriano da Silva.
Em setembro de 2003, ainda em Passo Fundo, 2 crianças sumiram.
No dia 14, Junior Reis Loureiro, de 10 anos, um índio que vendia artesanato na rodovia de saída da cidade em um posto de combustível, foi levado por Adriano até uma rua deserta perto do posto e assassinado por asfixia. Adriano colocou uma tabua em cima do corpo e depois, em depoimento, disse que não violentou Junior, porque ele estava com um cheiro, que acabou o enjoando. O corpo de Junior só foi localizado 8 dias depois. Uma semana antes, do desaparecimento de outro menino: Jeferson Borges Silveira, de 11 anos.
Jeferson foi encontrado morto somente no dia 03 de outubro de 2003, estrangulado e com sinais de violência sexual. Um homem chegou a ser preso pela morte, mas foi solto depois da confissão de Adriano. Depois da confissão do assassinato, Adriano voltou atras e disse que somente havia estuprado Jeferson, mas que já encontrou o menino morto. Então de acordo com ele só cometeu necrofilia, que é uma parafilia, onde vc sente atração ou excitação sexual ao ter o contato com o cadáver. Na verdade seria crime de vilipendio de cadáver, mas ele não foi acusado desse crime.
Luciano Rodrigues , de 9 anos, participava de projetos sociais em Passo Fundo. Não fica muito claro se ele era um menino que morava em casas de acolhimento, se era um menino que tinha família ou não. Eu procurei muito, pelo processo judicial do Luciano, mas não consegui encontrar de jeito nenhum. Não tem informação sobre a família, sobre o que o Luciano fazia, onde morava. O Adriano encontrou com ele, durante uma ação de um projeto social num bairro de Passo Fundo, mas tambem não fica muito claro qual era o projeto ou o objetivo da ação. O que algumas reportagens dizem era que Adriano ofereceu dinheiro e levou Luciano para um campo. O corpo dele foi no dia 29 de novembro de 2003.
Três de outubro de 2003, Leonardo Dornelles dos Santos, de 8 anos, foi brincar num fliperama. Adriano chegou no fliperama e pagou fichas para vários meninos. Ele conseguiu levar Leonardo do fliperama. Leonardo foi asfixiado.
Em novembro de 2003, Gideon Dornelles, um policial aposentado de Passo Fundo, desconfiou que Adriano era culpado pelo desaparecimento do seu neto, Leonardo. Ele tinha sido visto saindo com o menino do fliperama. Gideon foi atras de Adriano, encontrou, e com uma faca em punho, levou Adriano para a delegacia. Mas Adriano só ficou umas horas detido. Apesar dele dar o nome do irmão, que não tinha ficha na policia, a policia civil do Paraná, havia deixado de inserir dados de criminosos no Infoseg, que é um Cadastro Nacional de Criminosos. O Paraná, havia implementado um sistema próprio para os presos do Estado alegando que o nacional não era de confiança, então não constava no sistema que a policia gaúcha acessou, qualquer informação de que o Adriano estava foragido. Essa informação só contava no Paraná. O corpo do Leonardo foi encontrado dia 17 de dezembro de 2003.
Logo nos primeiros dias de janeiro de 2004, no dia 03, Daniel Bernardi Lourenço, de 13 anos, saiu para vender picolés. Adriano, prometendo fazer uma encomenda de R$ 29 de picolés, para uma festa, combina um lugar com Daniel. Chegando lá, Daniel é espancado e violentado.
O corpo de Daniel é encontrado no mesmo dia.
No velório de Daniel, Roberta Salinet, jornalista local que cobria o caso e que mantinha com ela o retrato falado de Adriano, descobre que um amiguinho de Daniel havia visto a pessoa que fez a promessa e que seria o assassino. Roberta chama o delegado e juntos eles mostram o retrato falado. O menino reconhece na hora.
No 1º depoimento, Adriano confessou 12 mortes de meninos e de ter abusado sexualmente de alguns.
Ele disse que tinha desejo de matar. que era um vicio, mas que não era ele quem, matava. era alguem que tomava conta do corpo dele.
Durante todos esses assassinatos, Adriano foi detido por curtos períodos, 3 vezes. Uma por furto, outra porque foi abordado e estava com uma faca e na vez que o avo de Leonardo, levou ele ate a delegacia. E que, se tivessem descoberto que ele era procurado, Daniel ainda estaria vivo.
Já no 2º depoimento ele só confessa o assassinato de Daniel. Todos os outros, mesmo com o exame de DNA, mesmo ele tendo levado a policia ate onde o corpo de Douglas estava, ele diz que não foi ele. Inclusive ele diz em entrevista, que eu vou deixar o trecho agora pra vocês.
Mesmo tendo confessado, 12 mortes, ele só foi acusado por 9.
Agora eu vou relatar, em ordem cronológica, todos os julgamentos e as condenações de Adriano. Que no total somam 264 anos. A maior condenação até o momento, do Estado do Rio Grande do Sul.
Condenações:
- 16 de agosto de 2006, condenado a 21 anos e 5 meses, pela morte de Alessandro
- 26 de setembro de 2006, condenado a 29 anos, 3 meses e 20 dias pela morte de Junior ainda em 2006, condenado a 21 anos, 10 meses e 20 dias pela morte de Luciano
- 11 de maio de 2007, condenado a 21 anos e 8 meses pela morte de Leonardo
- 14 de agosto de 2007 ele foi para o julgamento, mas ele foi anulado a pedido da defesa, no dia, mas o site de consulta do tribunal do rio grande do sul não deixa claro nas movimentações a razão da anulação. Mas o julgamento ocorreu novamente em 11 de outubro de 2011, quando ele é condenado a 32 anos, 2 meses e 15 dias, pela morte de Júnior
- 25 de outubro de 2007, condenado a 24 anos pela morte de Daniel
- 18 de junho de 2008, condenado a 21 anos e 5 meses pela morte de Douglas.
- 12 de novembro de 2008, condenado a 22 anos pela morte de Ederson. A defesa apela, mas em 01 de outubro de 2009, a sentença é mantida em outro julgamento.
- 06 de outubro de 2010, condenado a 37 anos pela morte de Jeferson.
Adriano esta preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas desde 2004 em regime inicial fechado.
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